Capítulo 04

...(Suíte presidencial de Lorenzo)...

...(⁠๑⁠˙⁠❥⁠˙⁠๑⁠) Lorenzo Moretti (⁠๑⁠˙⁠❥⁠˙⁠๑⁠)...

O barulho do gelo batendo contra o vidro era a única coisa que preenchia o silêncio da suíte presidencial.

A noite estava fria, e as luzes da cidade piscavam através da grande janela panorâmica atrás de mim. Eu girava o copo de uísque na mão, observando o líquido âmbar deslizar contra o vidro cristalino.

Minha mente estava inquieta. Eu havia me casado naquela manhã sem ver a noiva. Sem conhecê-la, apenas uma maldita assinatura.

Eu deveria estar satisfeito. O acordo estava feito. A imprensa não poderia mais especular sobre minha vida pessoal, e logo toda aquela atenção indesejada desapareceria. Hoje mesmo havia saído a notícia do meu casamento nos jornais e noticiários. 

Mas, ainda assim, algo dentro de mim incomodava.

— Então você realmente fez isso — a voz rouca de Danilo ecoou no ambiente, me tirando daquela bolha.

Eu estava tão absorto em meus pensamentos, que eu não me lembrava que ele estava ali na minha suíte, me tirando do sério como sempre. 

Danilo é meu amigo desde a época da escola. No entanto, eu o considero como meu melhor amigo, um irmão que nunca tive. 

Levantei o olhar para ele, que estava jogado em uma das poltronas da sala, segurando um copo idêntico ao meu.

— Sim. — Tomei um gole do uísque e deixei o álcool descer queimando pela garganta.

Danilo riu baixo e balançou a cabeça.

— Casado sem ver a noiva. Isso é patético, Lorenzo.

Soltei um suspiro e passei a mão pelo rosto.

— Não me importo com quem seja. Para mim, é irrelevante. 

Ele arqueou uma sobrancelha, cético.

— E se for alguém completamente incompatível com você?

— Não importa — rebati. — Dentro de um ano, estaremos divorciados. 

Danilo girou o líquido no copo e sorriu de canto.

— Às vezes, acho que você realmente acredita nesse seu discurso.

Ignorei o comentário.

Ele me conhecia bem o suficiente para saber que, para mim, relacionamentos eram apenas distrações desnecessárias. E esse casamento era um acordo, nada além disso. Estou a cinco anos sozinho, e desde que terminei com Isabella, não tive nem sequer uma transa casual.

— O que os jornais estão dizendo? — perguntei, mudando de assunto.

Danilo pegou o celular e deslizou o dedo na tela.

— O anúncio oficial já foi divulgado. Alguns sites tentaram levantar informações sobre a sua esposa, mas como sua avó cuidou de tudo para manter o nome dela em sigilo, não há nada concreto. Apenas especulações. E ainda colocaram uma foto sua, exibindo a aliança.

Assenti, satisfeito.

— Melhor assim.

Ele me analisou por um momento antes de tomar um gole do uísque.

— Mas e se ela quiser mais do que o acordo prevê?

Soltei uma risada seca.

— Ela não vai querer.

— Como tem tanta certeza?

Apoiei o copo na mesa e olhei diretamente para ele.

— Porque ela assinou esse contrato pelo mesmo motivo que eu. Necessidade.

Danilo me encarou por um momento antes de dar de ombros.

— Vamos ver até onde isso vai.

Após alguns minutos, mudamos de assunto. Conversamos sobre negócios, investimentos e alguns problemas recentes na empresa. O álcool começou a relaxar meus músculos, e por um momento, achei que a noite terminaria de forma tranquila.

Mas então, Danilo pousou o copo na mesa e me olhou com um certo pesar no olhar.

— Sabe, Lorenzo…

Reconheci aquele tom imediatamente.

O tom que ele sempre usava quando estava prestes a tocar em um assunto que eu não queria discutir.

— Não comece — avisei, já endurecendo a expressão.

— São cinco anos, cara.

Minha mandíbula travou.

— Danilo.

— Você nunca quis investigar mais a fundo?

O ar no ambiente pareceu pesar.

Apertei o copo em minha mão, mantendo meu olhar fixo nele.

— Investigar o quê? — minha voz saiu baixa, carregada de frieza.

— O que realmente aconteceu com Isa.

Fechei os olhos por um segundo antes de soltá-los lentamente.

— Esse assunto está encerrado.

— Será mesmo? — Danilo cruzou os braços, me analisando. — Lorenzo, você sempre foi um homem meticuloso, que não deixa pontas soltas. Mas com Isabella… você simplesmente acreditou no que viu.

Meus dedos se apertaram ao redor do copo.

— Você viu a mesma coisa que eu. A maldita foto. Viu provas que acusaram ela diretamente.

— Sim, eu vi.

Minhas narinas inflaram com a respiração pesada.

— Não vamos continuar nesse assunto.

— Lorenzo...

Levantei-me abruptamente, girando o copo com força antes de despejar o restante do uísque na garganta.

— Você quer saber de uma coisa? — disse, minha voz gélida. — Isabella me traiu. E esse assunto está enterrado. Melhor assim.

Danilo me encarou, firme.

— E se não for verdade?

Cerrei os olhos para ele.

— Para mim, é.

Eu sabia que ele não desistiria tão fácil, mas também sabia que ele me respeitava o suficiente para não ultrapassar o limite que eu estava impondo.

Ele soltou um suspiro e balançou a cabeça.

— Se você tivesse realmente esquecido Isabella, não reagiria assim toda vez que menciono o nome dela. Ainda ama ela, amigo, não se engane. 

Minha mandíbula travou ainda mais.

— Se você for realmente meu amigo, Danilo, nunca mais mencione Isabella perto de mim.

Ele sustentou meu olhar por alguns segundos antes de desviar o olhar e terminar seu uísque.

— Certo.

Mas eu sabia que ele não concordava.

Eu sabia que ele ainda achava que eu deveria revirar o passado. Mas algumas coisas são melhores enterradas.

Depois que Danilo foi embora, fiquei sozinho no escritório, encarando a cidade através do vidro.

Meu peito estava tenso, como se um peso invisível estivesse pressionando meu coração.

Isabella.

Eu não pronunciava esse nome há anos. Não permitia que ele atravessasse meus pensamentos.

Mas agora, graças a Danilo, ela estava ali novamente. A mulher que eu amei. A mulher que me traiu. 

Apertei os olhos e joguei o copo na mesa, me afastando da janela.

Isso não me importava. Nada disso me importava.

Meu passado estava enterrado. E eu não deixaria Isabella Vasquez me assombrar novamente.

Me sentei sobre a mesa do escritório, passando os dedos pelas têmporas enquanto tentava forçar minha mente a voltar ao que realmente importava: trabalho.

Negócios. Estratégia. Expansão.

Coisas que eu podia controlar.

Abri meu laptop e comecei a revisar um contrato de fusão, forçando minha atenção a se prender às cláusulas, aos valores, aos riscos da negociação.

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Comments

Elizabeth Fernandes

Elizabeth Fernandes

Lorenzo vc vai cair do cavalo quando descobrir que ela não te traiu foi tudo armação

2025-03-05

7

Maria Sena

Maria Sena

Eita que eu gosto quando a história começa com esses honorários marrentos, parecem leão pronto a atacar, depois viram uns gatinhos manhoso. ADOOOOORO!!!! 😉😉😉

2025-03-08

2

Tânia Campos

Tânia Campos

Impossível,
Vivendo de punhetas?
Não acredito,
🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣

2025-03-11

1

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