Depois de mais alguns dias no silêncio e desmotivação para tudo, era hora de colocar em prática a terceira etapa do plano. O conformismo.
_ Bom dia!! Disse Cecília para todos.
_ Bom dia!! Responderam sem fazerem outras observações.
Cecília olhou para o seu pai e disse:
_ Eu quero poder sair esta semana inteira, ir em shopping, cinema, sorveteria, games, fazer cabelos , massagens, unhas, tudo que eu quiser. Claro vale para a Júlia também. Não ter limite para gastar e também dinheiro em espécie para os games.
_ O quê? Perguntou o seu pai.
_ O Senhor disse-me o que eu quero para compensar o “show”. É isso que eu quero. E o senhor conversaram com o tio Léo. E essa festa começará hoje depois das aulas.
O seu pai suspirou, não gostava de deixar a filha solta, tinha muitos inimigos.
_ Concordo. Porém, terão que estar de volta até às 19h, não podem fugir dos seguranças, que serão aumentados.
_ Concordo. Falou Cecília.
Seu pai suspirou e disse:
_ Aleluia! Ele virou-se e abraçou a filha.
Cecília beijou o pai, e a mãe, e mostrou a língua para os irmãos, que caíram na gargalhada. Enfim o inferno tinha passado.
Mero engano deles.
_ Filha, teremos uma supresa neste fim de mês. Logo saberá o que. Disse o seu pai.
_ Gosto de surpresas. Disse Cecília.
A última fase do plano das duas eram, gastar dinheiro, com coisas que gostavam, mas também fazer compras específicas.
Primeiro compraram roupas muito diferentes das que usavam. Para isso optaram compra as roupas em um bazar beneficente.
Se fossem numa loja diferente, levantaram suspeitas e seus pais iriam perguntar. Nesse bazar isso não aconteceria.
Depois foram em um lugar de games, queriam fingir que estavam a gastar muito dinheiro, mas, na verdade, estavam apenas, guardando o dinheiro, para alugar o carro e comprar, um chip de celular descartável e os ingressos.
Por último foram num salão, além de arrumarem os cabelos, trouxeram duas tintas de cabelos, fácil de passar e que mas saiam com lavagem.
Durante a semana toda, elas gastaram menos do que diziam. E a maioria do dinheiro foi para comprar os ingressos do show, pagar Uber, e alugar um carro.
_ Ainda bem que você já tirou a carta de motorista. Disse Julia para Cecília.
O mais difícil foi comprar os ingressos, tiveram que pedir para outra colega de classe.
_ Oi, Gra! Tudo bem?! Eu escutei que você irá comprar ingresso para o show dos Stray Kids. Compraria o nosso? Eu e a Júlia não conseguimos. Acho que somos meio burras. O dinheiro já está aqui conosco. Falou Cecília.
_ Compro sim. Amanhã mesmo entrego. Disse Gra.
_ Obrigada!
Elas saíram saltitantes. Estava indo tudo bem.
Um dia antes do show, elas voltaram a ficar tristes, e não saiam do quarto.
O pai de Cecília, foi ao seu encontro. Bateu na porta e esperou.
_ Pode entrar. Disse Cecília.
_ Ola, meu bebê. Porque não quiz descer, e está aqui no quarto sozinha e trancada. Perguntou, sentando na cana da filha.
_ Ah! Papai. Amanhã é o dia do show, mesmo entendendo que não posso ir, eu estou triste. Todas as meninas da escola irão. Disse ela.
Cecília abraçou o seu pai.
_ Desculpa! Mas pode ficar sossegado logo vai passar. Disse ela com a voz triste mas conformada.
_ Sim, filhinha. Logo passará. Disse o Luciano.
_ Deixa eu dormir. Amanhã será outro dia.
No dia seguinte, Cecília continuou no quarto, fazia parte do plano.
Lá pelas 18h ela resolveu sair do quarto, todos suspiraram aliviados, mas lhe deram espaço, para curtir sua deprê.
Ela estava com um fone de ouvido, que todos sabiam que era da "odiada" banda, porque a sua voz fraquinha e triste era escutada.
Ela foi até a cozinha, comeu um pedaço de bolo, e pediu para a cozinheira, avisar a sua família que iria para o quarto dormir. Que preferia ficar sozinha, não era boa companhia.
Depois do jantar, era normal seu pai e irmãos irem para o escritório, a sua mãe subiria para falar um oi, e depois iria assistir novela, e a maioria dos seguranças estariam trocando de turno ou jantando.
Logo a sua mãe veio, conversaram um pouco e ela foi embora.
Sabendo que finalmente teria espaço, Cecília, saiu sem ser vista e foi até o galpão, onde guardava sua bicicleta, e onde já estava uma sacola com a tinta de cabelo e a roupa.
Sem ninguém ver ela saiu e foi até o local de encontro com Julia, tomando cuidado para não levar nenhuma jóia ou o seu celular. Ela sabia que podia ser rastreada.
Era uma casa fechada, lá elas pintaram os cabelos se trocaram de roupas e deixaram as bicicletas escondidas. Pretendiam voltar com elas.
Depois caminharam pela mata, que havia ao lado da estrada até um local, onde pediram um Uber, com o novo chip, que Julia já tinha instalado.
O motorista chegou e elas foram até uma locadora de carro, pegaram o mais barato e simples e seguiram para o show.
_ Meu Deus! A gente conseguiu Ju! Disse Cecília eufórica.
_ Simmm! Vamos aproveitar muito. Vem.
Elas tinham comprado ingressos, não vips, mas bem próximo ao palco.
Durante a primeira hora do show, elas só pensavam em cantar e dançar.
Foi Julia quem viu os soldados primeiro.
_ Olha ali Cecília. Disse ela, movendo a cabeça discretamente para a direita.
_ Drog@! Desse lado também tem.
Elas estavam se referindo aos soldados dos seus pais.
_ Fica calma, Ju. Eles não nos reconheceram.
Além do cabelo de cor diferente, das roupas, dias estavam de óculos, e com a cara pintada.
_ Não olhe para eles, Ceci. Nossos olhos não podem ser mudados.
Cecília concordou e ficou olhando para o chão, quando dois soldados pararam bem próximos as duas.
_ Nada! Perguntou um deles.
_ Nada. Vamos continuar procurando. Disse o outro.
_ Vai ser difícil, nesse mar de gente achar aquelas duas um metro e meio. Falou o primeiro.
_ Vamos continuar. Disse o outro.
_ Um metro e meio o nariz deles. Disse Julia indignada.
_ Eu tenho 1,63. Continuou.
_ Perto dos 1,90 e mais dos soldados, somos tipo bem nanicas mesmo. Disse Cecília, achando graça da amiga.
Elas por fim decidiram o que iriam fazer e seguiram com o plano.
Por isso estavam agora, sentadas em um ponto de ônibus, esperando o motorista que as levaria até o outro ponto.
_ Ceci. Será que não seria bom o motorista nos levar até a casa?
_ Creio que não.
O motorista chegou e as levou até a rua, onde elas seguiriam a pé até a casa.
Elas adentraram a mata novamente e começaram a caminhar.
Elas tinham levado lanternas, mas com a lua clara não precisou disso.
Caminharam apressadas quando escutaram passos.
_ Você ouviu? Perguntou Julia.
_ Acho que sim. Falou Cecília.
_'Vamos mais rápido. Disse a mesma.
Julia concordou. Porém, os passos aumentaram e estavam se aproximando.
As suas começaram a correr.
_ Corre Ju. Corre! Dizia Cecília.
_ Estou correndo. Falou Julia.
Ambas deram as mãos, suas pernas estavam cansadas, os braços, mãos e rosto, machucados por alguns galhos do caminho.
Sejam quem fossem que estivessem atrás das duas parecia estar apenas brincando antes de realmente pegá-las.
_ Não aguento mais, vamos sair da mata. Disse Julia.
Cecília apenas a seguiu. Foi nessa hora que tudo piorou.
Alguns homens, encapuzados, pegaram ambas.
_ Me solte!! Diziam as duas.
_ Olha o que temos aqui. Duas vagabundinh@s. Vem belezuras, vamos brincar.
_ Brincar o c@cete! Me solta agora. Disse Julia.
O homem, que segurava Cecília pela cintura cheirou o seu cabelo.
_Cheiro bom! Disse ele.
_ Não me toca seu verme. Nojento. Disse Cecília.
O homem deu uma risada, e por descuido afrouxou o braço.
Foi o suficiente para Cecília, segurar no seu braço, levar o corpo para frente e derruba-lo no chão com um golpe perfeito de caratê.
O que segurava Julia, parecia não acreditar. E acreditou menos ainda quando a mulher baixinha, de cabelo rosa, deu um chute no seu joelho e a amiga pisou no seu pé.
_ Corre Ju. Gritou de novo.
Nem correram trinta metros quando dois carros surgiram e bloquearam o caminho.
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Atualizado até capítulo 50
Comments
Sonia Bezerra
Lendo em 08-04-25.Gosto muito de suas histórias.
2025-04-09
0
Andreia Braga de Lima
Que nervoso
2025-04-01
0
Elizabeth Fernandes
Eita é isso que dá desobedeceram os pais
2025-03-28
1