Capítulo 15 – Um Problema Chamado Gabriel
Helena sentiu o estômago revirar ao lembrar do prejuízo no carro de Gabriel. O tempo passou, mas a culpa permaneceu, crescendo como um monstro no fundo de sua consciência.
Por que ele não a procurou para resolver o seguro? Será que queria deixá-la suando de nervoso antes de dar o golpe final?
Com o coração acelerado, ela ajeitou a postura e olhou para Gabriel, que estava sentado casualmente na mesa do bar, rindo.
Respirou fundo.
— Gabriel… — chamou, tentando soar firme.
Ele virou o rosto devagar, com um sorriso despreocupado
Helena estreitou os olhos, cruzando os braços.
— Sobre o carro… — ela ignorou o tom provocativo dele. — Por que você não me ligou para resolver o seguro?
Gabriel encostou-se na cadeira, tocando o queixo, fingindo estar em profunda reflexão.
— Bom, eu até pensei em ligar… mas então me ocorreu: ‘Será que essa garota misteriosa e destruidora de bens alheios atenderia?’
Helena revirou os olhos.
— Estou falando sério!
Ele riu e apontou para a mesa onde estava com seu amigo.
— Relaxa, isso pode ser resolvido de um jeito muito mais divertido. Que tal você e sua amiga fazerem companhia pra gente?
O tom era leve, mas a expressão de Gabriel tinha algo de malícia e diversão misturados.
Helena arqueou uma sobrancelha.
— Ah, entendi… Então, em vez de pagar o seguro, eu tenho que pagar com minha presença?
Gabriel sorriu, inclinando-se para mais perto.
— Digamos que prefiro esse tipo de compensação.
Helena bufou.
— Eu insisto em pagar o seguro.
Ele segurou seu olhar por um instante e depois, com uma voz séria, mas calma, disse:
— O dano já foi resolvido.
Ela piscou.
— O quê?
— Já foi resolvido — repetiu ele, como se estivesse falando do tempo ou de algo trivial.
— Como assim?
Gabriel deu de ombros.
— Milagres acontecem.
— Gabriel…
— Ok, ok. A verdade é que o dono do carro já resolveu tudo.
Helena franziu o cenho.
— O dono do carro?
Antes que ela pudesse processar, Gabriel se levantou e fez um gesto para que o seguissem.
— Vem, melhor te apresentar a ele antes que você continue fazendo suposições erradas.
Helena trocou um olhar incerto com Débora, que apenas deu de ombros e sussurrou:
— Bem, pelo menos ele não vai te cobrar um rim pelo estrago.
Suspirando, ela seguiu Gabriel até a mesa.
O homem sentado ali levantou-se, um sorriso tranquilo no rosto.
— Rodrigo, essa é a mulher que esbarrou no seu carro — disse Gabriel, rindo.
Helena congelou.
— O quê?! — Ela olhou para o outro homem, completamente chocada. — Então… não era o seu carro?
Gabriel sorriu e balançou a cabeça.
— Não, era o meu. Mas não se preocupe, já resolvi tudo.
Helena ficou sem palavras. Durante dias, ela havia se martirizado por algo que nem sequer era um problema real.
Gabriel cruzou os braços e a observou com um olhar divertido.
— Agora, eu poderia te zoar pelo resto da noite por ter sofrido tanto à toa, mas sou um cavalheiro… então, só vou te zoar um pouquinho.
Ela fechou os olhos por um momento, tentando não gritar.
— Você é insuportável.
— E irresistível — rebateu ele, piscando.
Débora, que até então estava observando tudo com interesse, pigarreou.
— Tá bom, mas já que tá tudo resolvido… vamos beber ou não?
Rodrigo sorriu.
— Agora sim, gosto dessa garota.
A garçonete logo apareceu e pegou os pedidos. Helena pediu um drink mais leve, enquanto Débora e os dois homens foram direto para bebidas mais fortes.
A conversa fluiu rapidamente. Gabriel era espirituoso e engraçado, e Rodrigo tinha um charme tranquilo que claramente chamava a atenção de Débora.
— Então, Débora — disse Rodrigo, inclinando-se um pouco para mais perto. — O que te trouxe aqui hoje?
Débora riu e lançou um olhar rápido para Helena.
— Eu estava tentando convencer minha amiga a sair de casa e parar de se preocupar com coisas que já foram resolvidas.
Rodrigo ergueu a taça em um brinde.
— Missão cumprida.
Helena revirou os olhos, mas não conseguiu conter um sorriso.
— Vocês dois são impossíveis.
Gabriel apoiou o cotovelo na mesa, olhando para ela com um brilho de diversão nos olhos.
— Só tentando te ensinar que a vida pode ser bem mais leve se você deixar.
Ela suspirou e tomou um gole da bebida.
— E você sempre fala assim?
Ele inclinou-se um pouco mais para perto, um sorriso travesso nos lábios.
— Só quando quero impressionar alguém.
Débora e Rodrigo trocaram olhares cúmplices, claramente se divertindo com a interação entre os dois.
A noite seguiu cheia de risadas, brincadeiras e drinks. Aos poucos, Helena sentiu a tensão dos últimos dias se dissolver.
No final das contas, talvez essa noite tivesse sido exatamente o que ela precisava.
E, talvez… Gabriel fosse uma distração muito mais interessante do que ela imaginava.
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Atualizado até capítulo 108
Comments
Marli Batista
Eu estou gostando da história mais gostaria que tivesse as fotos dos personagens
2025-04-07
2
Auxiliadora Silva
fotos fotos dos personagens./Chuckle//Drool//Facepalm/
2025-04-04
1
Heloisa Franciscani
Que história linda, muito interessante de se ler.
2025-04-18
0