Capítulo 8
Helena passou o resto do dia esperando ansiosamente uma ligação. A cada notificação que chegava ao celular, seu coração acelerava, mas nenhuma delas era do homem misterioso. O tempo parecia arrastar-se lentamente, e a inquietação crescia dentro dela.
Tentando ocupar a mente, começou a pensar em como conseguir o dinheiro para pagar pelo prejuízo do carro. Estava desempregada e sabia que arcar com um conserto daquele porte não seria fácil. Provavelmente, o valor que receberia com sua demissão e suas economias – dinheiro que havia guardado cuidadosamente para a lua de mel que nunca aconteceu – poderiam cobrir uma parte dos gastos, mas não tudo.
Ela se apavorou ao lembrar da casa que ainda estava pagando. Tinha financiado o imóvel, e as parcelas eram um compromisso fixo no qual não poderia falhar. O que faria se precisasse usar suas economias para cobrir o estrago do carro? Como manteria seu lar? O desespero começou a se instalar, e Helena sentiu um nó se formar em sua garganta.
Passou horas tentando encontrar uma solução, mas nenhuma parecia viável. Pensou em pedir um empréstimo, mas os juros altos a assustavam. Considerou vender algumas coisas de valor, como seu carro, mas sem ele sua locomoção seria prejudicada. O estresse aumentava a cada segundo, e a exaustão começou a pesar sobre seus ombros.
O cansaço emocional começou a cobrar seu preço, e, sem perceber, acabou adormecendo.
O toque insistente do celular a despertou de repente. Assustada, deu um salto da cama e agarrou o aparelho com dedos trêmulos. Seu coração disparou. Seria ele?
Respirou fundo antes de olhar para a tela.
Seu peito afundou ao ver o nome de sua mãe piscando no visor. Soltou um suspiro pesado e hesitou por um momento antes de atender.
— Alô, mãe? — disse, tentando soar tranquila.
— Helena, minha filha! O que aconteceu? Acabei de saber que você pediu demissão! — A voz aflita da mãe ecoou pelo telefone.
Helena cerrou os dentes, imaginando de onde sua mãe teria tirado aquela informação. A resposta veio quase instantaneamente: Guilherme.
— Aquele fofoqueiro… — murmurou para si mesma, revirando os olhos.
— O quê? — perguntou a mãe, sem entender.
— Nada, mãe. Eu só… precisava sair de lá. Não dava mais pra ficar naquele ambiente — respondeu, tentando parecer segura de sua decisão.
— Mas você pensou bem nisso? Helena, você tem contas para pagar! Como pretende se manter agora? — Sua mãe estava claramente preocupada.
Helena fechou os olhos por um instante e tentou ignorar a culpa crescendo dentro dela.
— Vai dar tudo certo, eu prometo — respondeu, tentando convencê-la… e a si mesma.
Ela decidiu não contar sobre o acidente com o carro. Sua mãe já estava preocupada o suficiente com sua demissão, e aquele detalhe só pioraria a situação.
— Eu só quero que você tome cuidado, filha. Você tem sido tão forte… Mas às vezes é preciso pensar racionalmente. Se precisar de ajuda, por favor, me avise — disse a mãe, com um tom mais suave.
— Obrigada, mãe. Eu te amo — Helena respondeu, tentando segurar as lágrimas.
Depois de mais alguns minutos de conversa, sua mãe finalmente desligou, não completamente convencida, mas sem mais argumentos.
Helena soltou um suspiro longo e colocou o celular de lado. O silêncio da casa parecia mais intenso agora. Tudo parecia estar girando fora de controle. Encostou-se na cabeceira da cama e olhou para o teto, tentando pensar em um plano.
Fechou os olhos por um instante e se lembrou do homem misterioso. O que ele estaria pensando sobre o acidente? Será que ele entraria em contato? Será que ele era compreensivo ou apenas esperava uma indenização imediata? Essas perguntas a atormentavam.
O cansaço voltou com força, e ela se encolheu debaixo das cobertas. Sabia que precisava agir rápido, mas, naquele momento, dormir parecia ser a única coisa que poderia fazer para escapar de seus problemas, ao menos por algumas horas.
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Atualizado até capítulo 108
Comments
Marli Batista
Esse escroto merecia uma surra
2025-04-07
1
Doraci Bahr
depois de tudo que fez ainda é fofoqueiro
2025-04-16
0
Gladis Detoni
Uma desgraça nunca vem sozinha
2025-03-11
3