Balada

Capítulo 10

Helena chegou à festa e foi imediatamente envolvida pelo brilho das luzes, a batida alta da música e a energia contagiante das pessoas dançando. O ambiente estava vibrante, e por um momento ela sentiu que talvez aquela noite pudesse ser realmente divertida.

Débora a avistou de longe e acenou animadamente.

— Helena! Vem cá! — chamou, com um sorriso largo no rosto.

Helena se aproximou do grupo de suas antigas colegas de trabalho, que logo começaram a comentar sobre a festa e o quanto estavam precisando daquela noite de diversão. Entre um gole e outro de seus drinks, a conversa fluía normalmente até que, de repente, Laura, uma das colegas, perguntou com bastante curiosidade:

— Mas e aí, Helena? O que realmente aconteceu entre você e o Guilherme?

Helena hesitou, não gostava de falar sobre aquilo, mas antes que pudesse responder, Mary, outra colega, se adiantou e respondeu no lugar dela:

— Ah, foi um escândalo! O Guilherme estava traindo a Helena com a Isabella, e ela pegou os dois juntos! Dá para acreditar? — disse, exagerando no tom dramático.

As garotas começaram a tagarelar, todas opinando sobre o quão covarde era o ex de Helena e como Isabella não prestava.

— Eu nunca fui com a cara da Isabella, sabia? Ela sempre teve aquele jeitinho falso — comentou Sofia, balançando a cabeça.

— Exato! E ela sempre ficava puxando o saco do Guilherme. Agora tudo faz sentido! — acrescentou Camila.

Helena então percebeu que talvez aquele convite para a festa não tivesse sido tão inocente quanto parecia. Era óbvio que todas estavam curiosas para saber mais detalhes sobre o conflito entre ela, Guilherme e Isabella.

Sentindo-se um pouco desconfortável, Helena virou-se para Débora e perguntou:

— Débora, a Isabella sabia que vocês estavam me chamando para essa festa?

Débora balançou a cabeça rapidamente, segurando o copo com um pequeno sorriso.

— Não, ela não tem ideia. Isso aqui é só entre nós — garantiu.

Helena suspirou, sentindo-se um pouco mais aliviada. Então, decidiu relaxar, curtir a noite e esquecer os problemas. Pegou um drink e começou a beber enquanto conversava com Débora e as outras garotas.

Porém, seu alívio durou pouco. No meio da pista de dança, entre a multidão, seus olhos captaram uma imagem que a fez congelar.

Isabella e Guilherme.

Os dois estavam juntos, dançando como se nada tivesse acontecido. Como se não tivessem destruído sua confiança, como se não fossem os causadores de toda aquela dor.

O sangue de Helena ferveu de raiva.

— Só pode estar de brincadeira… — murmurou, sentindo o peito apertar.

E, como se não bastasse, Isabella a viu. Seus olhos brilharam ao reconhecer Helena, e, para o espanto de todos, ela caminhou até o grupo de garotas com um sorriso gentil no rosto.

— Oi, meninas! — cumprimentou com doçura, fingindo simpatia.

As outras ficaram sem reação, e Helena sentiu o estômago revirar quando Isabella parou bem à sua frente, segurou suas mãos e apertou levemente, fingindo inocência.

— Helena, por que você não atendeu minhas ligações? Eu estava preocupada com você! — disse Isabella, adotando um tom suave, como se realmente se importasse.

Helena sentiu o coração bater mais forte, sua raiva crescendo a cada segundo. Ela então olhou em direção ao Guilherme, que continuava parado ali, observando a cena, como se estivesse esperando algo.

Sem hesitar, Helena puxou suas mãos para longe do toque de Isabella e encarou-a, completamente irritada.

— Preocupada comigo? Você só pode estar brincando — respondeu Helena, cruzando os braços.

— Claro que estou! Eu tentei te explicar tantas vezes… não foi do jeito que parece — insistiu Isabella, tentando forçar um olhar de culpa.

Sofia revirou os olhos e se intrometeu na conversa:

— Nossa, Isabella, você ainda tem coragem de vir aqui e falar com a Helena depois de tudo? Sério mesmo?

— Gente, eu não fiz nada de errado! — Isabella protestou, fingindo indignação.

— Ah, claro, beijar o noivo da sua amiga é super normal, né? — debochou Mary.

Isabella suspirou pesadamente e olhou diretamente para Helena:

— Eu sei que você está magoada, mas precisamos conversar. Você não pode me odiar para sempre…

Helena riu, incrédula.

— Não preciso te odiar para sempre, Isabella. Só preciso que você desapareça da minha vida — rebateu, sua voz carregada de firmeza.

Guilherme finalmente se aproximou, com um sorriso cínico no rosto.

— Helena, acho que você está exagerando — disse ele, cruzando os braços.

— Ah, é mesmo? Me poupe, Guilherme — retrucou Helena, já farta daquela situação.

Débora puxou Helena pelo braço e sussurrou:

— Não vale a pena, amiga. Vamos continuar aproveitando nossa noite e ignorar esses dois.

Helena respirou fundo, tentando conter sua raiva. Isabella ainda manteve o olhar nela por alguns segundos, mas logo desistiu e voltou para perto de Guilherme.

— Vocês viram isso? Ela finge que nada aconteceu! — comentou Laura.

— Inacreditável — acrescentou Camila.

Helena pegou seu drink e virou em um gole só.

— Que se dane. Eu vou aproveitar essa noite e me divertir — disse, forçando um sorriso.

E, determinada, ela seguiu para a pista de dança, decidida a esquecer, pelo menos por algumas horas, toda a confusão que Isabella e Guilherme haviam trazido para sua vida.

***Esta obra está sob contrato com a NovelToon, e a pirataria, como a reimpressão sem permissão, é estritamente proibida.***

***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***