A tensão entre mim e Draven era palpável. A mesa parecia pequena demais para conter o peso do silêncio, e os olhos dele queimavam sobre mim, implacáveis, enquanto eu tentava manter a calma. O cheiro da lenha queimada misturava-se ao da carne, mas tudo que minha mente conseguia captar era a presença dominante do homem à minha frente.
— Por que me chamou? — Minha voz soou firme, mas por dentro eu estava em alerta. Algo naquela situação parecia um jogo perigoso, e ele era mestre em ditar as regras.
Draven sorriu de canto, um gesto predatório que me fez engolir em seco. — Porque queria sua companhia durante o jantar. — A simplicidade das palavras era enganosa, como se houvesse algo muito maior escondido por trás delas.
Akira sussurrou em minha mente, seu tom carregado de suspeita. “Calyssa, o Draven está tentando nos conquistar. Eu sinto o cheiro do Reven… ele me quer. Calyssa, o que faremos?”
"Controle-se, Akira", — pensei de volta, tentando não demonstrar minha inquietação. Mas a voz dela era uma sombra constante em minha mente, e a força de sua conexão com Reven me preocupava mais a cada instante.
Peguei um pedaço da carne e comecei a comer, sentindo os olhos de Draven acompanharem cada movimento meu. A intensidade do olhar dele fazia minha pele formigar, como se estivesse à beira de ser devorada. A ômega silenciosa serviu-me vinho, e eu aceitei com um aceno breve, tentando não transparecer a guerra que ocorria dentro de mim.
— Calyssa… — Ele quebrou o silêncio, a voz baixa, carregada de uma gravidade que me fez parar com a taça a meio caminho da boca. — Você já teve um companheiro?
O mundo pareceu parar. Eu soube no instante em que ele perguntou que não poderia fugir daquela conversa, mas mesmo assim tentei. Dei um gole no vinho, demorando-me mais do que o necessário, como se isso pudesse afastar o peso da pergunta.
— Não quero falar sobre isso. — Minha voz saiu mais firme do que eu esperava, mas o olhar de Draven continuava perfurante.
Ele arqueou uma sobrancelha, inclinando-se levemente para frente, o corpo inteiro irradiando domínio. — Podemos trocar de assunto, se é isso que deseja. — A frustração em seu rosto era óbvia, mas ele se controlou, o que, de alguma forma, fez meu coração acelerar ainda mais.
O jantar continuou em silêncio tenso, interrompido apenas pelo som das taças e dos talheres. Ele tentava, aqui e ali, quebrar o gelo, mas eu mantinha minha postura. Não daria a ele o prazer de me ver ceder.
Quando o vinho terminou, ele se levantou abruptamente, estendendo a mão para mim. — Venha comigo. Quero lhe mostrar algo.
Hesitei, a voz de Akira ecoando novamente. “Calyssa, vamos, por favor!”
— Não posso confiar em você. — Minha resposta foi direta, mas ele apenas sorriu, o tipo de sorriso que fazia meu estômago revirar.
— Não confie. Apenas venha. — Havia uma promessa em suas palavras, algo que me fez levantar mesmo contra minha vontade.
Ele me guiou para fora do salão, através de corredores iluminados por tochas e pelo brilho da lua que entrava pelas janelas. O frio da noite me envolveu assim que saímos para o lado de fora.
A paisagem era deslumbrante. Uma clareira se estendia diante de nós, cercada por árvores que pareciam tocar o céu. No centro, um lago refletia a luz da lua, criando um cenário etéreo.
— É lindo — murmurei, surpresa comigo mesma por admitir isso.
— Achei que você gostaria. — Draven estava próximo demais agora, o calor de seu corpo contrastando com o frio da noite.
Akira estava inquieta, mais agitada do que nunca. “Calyssa, ele está tão perto. Reven está tão perto. Eu… não consigo me segurar.”
"Controle-se, pelo amor da lua!" — Minha voz interior soou mais desesperada do que firme, mas era tarde demais.
A presença de Akira cresceu dentro de mim, dominando cada parte do meu ser. Meus olhos queimaram, mudando de cor, e senti o controle do meu corpo escapar de minhas mãos.
Draven parou, seus olhos fixos em mim enquanto um sorriso perigoso curvava seus lábios. — Akira. — A saudação era um sussurro grave, mas carregado de uma intensidade que me fez estremecer.
— Reven, eu quero o Reven. — A voz de Akira saiu pelos meus lábios, baixa e cheia de desejo. Ela caminhou até ele, o olhar fixo, predatório, enquanto eu lutava para recobrar o controle.
Draven deixou seu lobo assumir, e seus olhos ficaram vermelhos como brasas.
— Estava louco por esse momento. — A voz dele era um rugido grave, e antes que Akira pudesse reagir, ele a puxou para si, esmagando sua boca contra a dela.
O beijo era selvagem, carregado de desejo e posse. Reven não era um amante gentil, e Akira correspondia com a mesma intensidade, seus corpos se moldando um ao outro enquanto o mundo ao redor desaparecia.
— Quero você. Agora. — A voz de Reven soou como uma ordem, enquanto ele segurava o maxilar dela firmemente, forçando-a a encará-lo.
Mas antes que o momento pudesse ir mais longe, um som ensurdecedor quebrou o silêncio da noite. Um alerta.
Reven rosnou, virando-se na direção do barulho, os músculos tensos. — Maldição… logo agora?
Ele olhou para Akira uma última vez, a respiração pesada, antes de encostar a testa na dela. — Terminamos isso depois, minha lobinha. — E com isso, ele se afastou, deixando-me, finalmente, retomar o controle.
Eu estava furiosa com Akira. "Você perdeu completamente o juízo?" gritei em pensamento.
Ela apenas riu, sua voz cheia de satisfação. “Eu não consegui resistir, Calyssa.” Ela respondeu, quase como uma desculpa, mas havia satisfação em sua voz. Ela queria Reven, e agora eu temia que, um dia, não conseguisse mais segurá-la, ou me segurar.
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Atualizado até capítulo 43
Comments
Maysa
Eu li uma história uma vez que depois da primeira vez dela ela da total controle pra loba ter a sua também
Será que nessa história é a loba a primeira
🤔
2025-03-20
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Maria Izabel
Falta só um pouquinho 😁 para esse encontro se manifestar novamente que loucura fogo 🔥💯
2025-03-02
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Claudia Claudia
minha opinião a loba não deve acasalar antes afinal são dois lobos e como fica o corpo da mulher ela é virgem 😡
2025-02-12
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