À noite
A mesa estava cheia. O salão fervia com o som das risadas, música e taças se chocando, mas nada disso importava. Os líderes dos clãs e suas famílias estavam à minha volta, os betas mais próximos comentando estratégias, territórios, e sei lá mais o quê. Eu fingia ouvir enquanto girava a taça de vinho nas mãos, mas meu olhar estava fixo na entrada do salão. Ela não veio.
"Você deveria levantar e buscar aquela teimosa nos ombros de novo. Funcionou da última vez," veio a voz de Reven, cheia de provocação, em minha cabeça.
"Me deixa em paz, Reven." Dei um gole longo no vinho, tentando ignorar a inquietação que me corroía. A verdade é que ele tinha razão. Cada minuto que ela passava longe do meu campo de visão era uma tortura.
Axel e Caius estavam ao meu lado. Axel falava sobre alguma disputa de fronteira com o clã do norte, mas meu foco estava em outro lugar.
— Acha que eles estão testando nosso território? — Axel perguntou, olhando para mim.
Levantei a sobrancelha, bebendo mais um gole. — Não importa o que eles acham. Se colocarem uma pata no nosso terreno, cortamos as patas. Simples assim.
Caius riu, batendo a taça na mesa. — Isso é típico de você, Alfa. Direto ao ponto.
Mas eu estava distante. O cheiro dela ainda estava na minha pele desde a última vez que a vi. Aquela mulher... não, aquela loba era uma tentação dos infernos. E a teimosia dela era combustível para a minha obsessão.
"Isso só vai piorar." Reven provocou, o tom dele um misto de irritação e desejo insano. "Se ela não vier, vou acabar tomando o controle, e aí, Draven, você vai assistir de camarote enquanto eu faço o que você não tem coragem."
Rangi os dentes, meu controle por um fio. "Se você ferrar tudo, Reven, juro que vou manter você preso para sempre."
Ele riu, um riso grave e sombrio. "Duvido."
Mais tempo passou, e nada dela aparecer. O salão estava lotado, mas parecia vazio. Eu me sentia cada vez mais tenso, a impaciência crescendo como uma fera enjaulada. E então veio Maelys.
Ela estava vestida para impressionar, com um vestido justo e cabelos perfeitamente arrumados. Aproximou-se de mim com um sorriso que me irritava mais do que deveria.
— Alfa — disse ela, inclinando-se levemente. — Me vesti especialmente para você.
Meu olhar, no entanto, estava na entrada do salão.
— Não perguntei, Maelys.
O sorriso dela vacilou, mas ela se recuperou rápido. — Pensei que você pudesse querer minha companhia esta noite. Estou com saudades...
"Se ela não calar a porra da boca, eu vou calar ela". Reven rosnou.
Olhei para ela com frieza, meu tom afiado como lâmina. — Maelys, a única coisa que quero agora é que você saia da minha frente.
A expressão dela endureceu, e por um segundo, pareceu que Maelys iria retrucar. Mas antes que pudesse abrir a boca, as portas do salão se abriram.
E ali estava ela.
Maldição... Que mulher maravilhosa. O pensamento me atingiu como um soco. Meu corpo ficou rígido, minha respiração falhou.
"Hmm... Ela está apetitosa..." Reven rugiu em minha cabeça, quase babando.
Ela estava com um vestido... mas havia algo errado. O tecido estava rasgado em alguns pontos, mas, maldição, aquilo só tornava tudo mais perfeito. Ele moldava o corpo dela de uma forma que nenhum vestido "digno" jamais faria.
Ela entrou com passos hesitantes, o olhar avaliando o ambiente. Um pouco deslocada, mas ela era como um raio de luar em meio a uma tempestade.
Sem pensar, me levantei e fui até ela.
— Você está... deslumbrante, lobinha — minha voz saiu baixa, carregada de um calor que nem tentei disfarçar. — Fico feliz que tenha vindo.
Ela ergueu uma sobrancelha, os olhos fixos nos meus. — Era isso ou ficar naquele quarto.
Sorri de lado. — Venha, sente-se comigo.
Ela hesitou, o olhar desconfiado. — Você quer que eu sente com você? Por quê?
Rangi os dentes, minha paciência se esvaindo. — Pare de fazer perguntas, forasteira. Vamos.
Puxei uma cadeira ao meu lado, ignorando os olhares que começaram a nos cercar. Ela se sentou com um leve franzir de cenho, claramente desconfortável com a atenção.
Quando cheguei à porta do salão, quase voltei para o quarto. Minha coragem vacilou por um segundo, mas então lembrei da atitude ridícula da Maelys.
"Você não vai deixar aquela cadela vencer, vai?" Akira perguntou, rindo na minha mente.
"Nem ferrando," pensei, respirando fundo antes de empurrar as portas.
O salão inteiro pareceu parar por um momento quando entrei. Vi o rosto de Maelys se contorcer em raiva e surpresa, e tive que me segurar para não gargalhar.
"Olha a cara dela! Está ótima," Akira comentou, rindo.
"Espero que ela engasgue com a própria saliva," murmurei internamente.
Mas foi Draven quem realmente chamou minha atenção. Ele veio até mim, e, droga, ele estava tão... atraente.
Eu odiava pensar assim. A capa negra com pelagens, a roupa escura que parecia feita para exaltar cada parte do corpo dele, e aqueles olhos... Afastei o pensamento imediatamente.
Quando ele me convidou para sentar, não consegui esconder a desconfiança. Uma hora ele me prende em um quarto, depois faz ameaças, e agora age assim?
Ainda assim, me sentei. Os olhares ao redor eram como facas, mas eu ignorei. Vi Maelys com sangue nos olhos, e não consegui segurar o sorriso de canto.
Enquanto eu comia, tentei evitar conversar. Draven parecia querer falar, mas seu olhar me incomodava. Ele me observava como se quisesse me devorar, e isso me deixava nervosa.
"Ele é tão... lindo," Akira suspirou.
"Se controle, Akira. Eles não são confiáveis," pensei, pegando o garfo com mais firmeza do que o necessário.
Em um momento, ele se inclinou e limpou algo no canto da minha boca. O toque dele me deixou desconcertada, uma onda de calor subindo por meu corpo.
Antes que pudesse reagir, ele se levantou e estendeu a mão para mim. — Dance comigo.
— Eu... não sei dançar. — Era verdade, mas também uma desculpa.
— Eu ensino. — A voz dele estava baixa, quase um rosnado. Sem esperar minha resposta, ele me puxou para o centro do salão.
As mãos dele eram firmes, uma segurando minha cintura, a outra envolvendo minha mão. Cada toque parecia queimar minha pele, os movimentos dele precisos e calculados.
— Relaxe, lobinha — ele sussurrou, a boca próxima demais do meu ouvido. — Não vou machucar você... ainda.
Um arrepio percorreu minha espinha, mas não consegui afastá-lo. A dança era intensa, quase predatória, e por um momento, parecia que o mundo ao nosso redor havia desaparecido.
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Atualizado até capítulo 43
Comments
Karla Barbosa Marinho
adoreii kkk toma safada nossa mais esse lobo meu pai me abane
2025-04-05
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Nélida Cardoso
só Love só Love bora a música tá bom bando /Angry//Angry//Angry/
2025-01-28
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estrelinha
sem o raven essa historia não seria rao perfeita
2025-03-15
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