A manhã seguinte trouxe um ar fresco e renovador à delegacia de São Vitor. A luz do sol penetrava pelas janelas, iluminando as paredes desgastadas e os rostos cansados dos policiais que estavam em serviço. Rafael Mendes, ainda mergulhado em seus pensamentos sobre as recentes ações que tomara, estava revisando relatórios quando a porta se abriu, interrompendo seu foco.
Uma nova policial entrou, e a atmosfera na sala mudou instantaneamente. Ela era jovem, com cabelos castanhos claros e olhos brilhantes que transmitiam determinação. A farda lhe caía bem, e seu porte era de alguém que estava pronta para enfrentar os desafios que viriam. Rafael não pôde deixar de notar sua presença, mas, em um esforço consciente, decidiu tratá-la como trataria qualquer outro membro da equipe.
“Bom dia,” ele disse, levantando os olhos de seu relatório. “Você deve ser a nova policial. Rafael Mendes, prazer em conhecê-la.”
“Oi, sou a Natália,” ela respondeu, um sorriso amigável se formando em seus lábios. “Acabei de me mudar para cá e estou animada para começar. Ouvi que a equipe aqui é ótima.”
“Bem-vinda à equipe, Natália. Espero que você esteja pronta para o que vem pela frente. Esta cidade pode ser um lugar complicado,” Rafael disse, mantendo o tom educado, mas profissional.
Natália assentiu, sua expressão mostrando que ela estava ciente dos desafios que enfrentaria. “Estou pronta para o que precisar. Fui promovida na minha antiga delegacia, e estou aqui para fazer a diferença.”
Rafael gostou da confiança que ela exalava. “Isso é bom de ouvir. Se você precisar de qualquer coisa, não hesite em me procurar. Estamos todos aqui para ajudar uns aos outros.”
Enquanto conversavam, ele notou que alguns dos outros policiais a observavam, sussurrando entre si. A presença de Natália claramente trouxe um novo tipo de energia à delegacia, e Rafael se perguntou como isso afetaria a dinâmica da equipe.
A conversa continuou, e enquanto Natália compartilhava algumas de suas experiências anteriores, Rafael a escutava atentamente. Ele se esforçou para ser um mentor, oferecendo conselhos sobre a cidade e as peculiaridades do trabalho policial em São Vitor. Apesar de sua aparência atraente, ele a tratava com a mesma consideração que daria a qualquer outro colega.
“Você vai perceber que a cidade é cheia de histórias. Algumas boas, outras nem tanto,” Rafael disse, sua expressão séria. “Mas não deixe que isso te desanime. O que fazemos aqui é importante.”
Natália sorriu, claramente impressionada com a sinceridade dele. “Obrigada, Rafael. É bom ouvir isso de alguém que já está aqui há um tempo. Quero realmente fazer a diferença.”
“Você vai. Apenas mantenha a cabeça fria e não tenha medo de fazer perguntas. Ninguém sabe tudo, e sempre há algo novo para aprender,” Rafael aconselhou, sentindo um leve alívio ao ver que Natália tinha o potencial de ser uma boa adição à equipe.
Enquanto a manhã avançava, Rafael e Natália passaram algum tempo juntos, revisando casos e discutindo estratégias. Ele se sentia mais leve ao interagir com ela, como se a presença dela ajudasse a dissipar um pouco da escuridão que havia se acumulado em seu coração nos últimos dias.
No entanto, apesar de sua atitude cordial, Rafael sabia que ainda havia uma tarefa inacabada em sua mente. A necessidade de encontrar e desmantelar a rede de criminosos ainda o consumia. Ele não podia permitir que a nova policial ficasse envolvida em sua busca por vingança, mas também não podia ignorar o fato de que a equipe precisava estar unida para enfrentar os desafios que estavam por vir.
Ao longo do dia, enquanto as horas passavam, ele se pegou pensando em como as coisas poderiam mudar. A presença de Natália na equipe poderia ser um sinal de novos começos, mas também significava que ele precisava ser mais cauteloso. Ele não queria arrastar ninguém para o turbilhão emocional que estava enfrentando.
“Rafael,” Natália chamou, trazendo-o de volta à realidade. “Você tem algum conselho sobre como lidar com a pressão? Eu sei que a polícia pode ser intensa às vezes.”
Ele hesitou, pensando em como sua própria abordagem havia mudado. “Acho que o mais importante é encontrar um equilíbrio. Não deixe que a pressão te consuma. Encontre algo que te faça relaxar, algo que te lembre do porquê de você estar aqui.”
Natália olhou para ele, a expressão séria. “E você, o que faz para relaxar?”
Rafael sorriu levemente, lembrando-se de seus próprios métodos. “Às vezes, eu gosto de correr. A sensação de liberdade me ajuda a limpar a mente. Mas, honestamente, o que realmente me ajuda é saber que estou fazendo a diferença. Isso me mantém focado.”
“Vou tentar isso,” Natália respondeu, sorrindo. “Acho que todos precisamos de um pouco de liberdade em nossas vidas.”
Enquanto a conversa continuava, Rafael percebeu que, mesmo em meio ao caos, havia espaço para esperança. E talvez, apenas talvez, a presença de Natália pudesse ajudar a trazer um novo equilíbrio para sua vida.
Mas em sua mente, a semente da vingança ainda permanecia plantada. Ele sabia que, em algum momento, precisaria enfrentar o líder do grupo novamente, e quando isso acontecesse, ele estaria pronto. A luta por justiça estava apenas começando, e Rafael Mendes estava determinado a enfrentar seus demônios, não importa o custo.
A noite caiu sobre São Vitor, e enquanto Rafael olhava pela janela, ele fez uma promessa silenciosa. Ele protegeria a cidade, mas também enfrentaria a escuridão que o cercava. Com Natália ao seu lado, ele poderia encontrar um novo propósito, mas a sombra da vingança ainda permanecia, e ele sabia que a verdadeira batalha ainda estava por vir.
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Atualizado até capítulo 20
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