O Labirinto das Sombras.

A batalha na delegacia havia deixado Rafael Mendes em um estado de alerta constante. Com as sirenes da polícia ecoando ao fundo e o cheiro de fumaça e pólvora ainda fresco no ar, ele sabia que a luta estava longe de terminar. Ao lado de Lucas, ele se refugiou em um carro da polícia, a adrenalina ainda pulsando em suas veias. A sensação de derrota estava longe de seu pensamento; ele precisava se reerguer.

“Precisamos de um plano,” Lucas disse, olhando pelo retrovisor enquanto os homens armados cercavam a delegacia. “Carlos ainda está lá dentro, e não sabemos quantos deles são. Eles não vão parar até conseguirem o que querem.”

“Precisamos garantir que Carlos não escape,” Rafael respondeu, a determinação em sua voz inabalável. “Ele pode ter organizado tudo isso, mas não podemos deixar que ele saia impune.”

“Você acha que ele está por trás disso?” Lucas questionou, o rosto pálido. “Isso é um ataque direto à polícia. Se ele tiver contatos suficientes, pode ter orquestrado essa situação para se livrar de nós.”

Rafael assentiu, as peças do quebra-cabeça começando a se encaixar. “Sim, e isso significa que ele tem aliados. Precisamos descobrir quem são eles antes que seja tarde demais.”

Enquanto eles planejavam, um oficial entrou no carro, ofegante e com os olhos arregalados. “Temos que evacuar a delegacia! Eles estão se aproximando!”

Rafael sentiu uma onda de urgência. “Precisamos proteger as provas e garantir que Carlos não tenha acesso a mais ninguém. Ele pode ter contatos entre os nossos.”

Lucas virou-se para Rafael, a preocupação estampada em seu rosto. “E se Carlos tiver um informante aqui? Precisamos ter cuidado.”

A tensão era palpável, mas Rafael não tinha tempo para hesitar. “Vamos criar uma distração. Eu vou entrar e buscar as provas. Você cuida da evacuação.”

“Rafael, isso é insano!” Lucas protestou. “Você não pode fazer isso sozinho!”

“Eu não tenho escolha. Se Carlos escapar, ele levará tudo com ele. A cidade precisa que eu faça isso,” Rafael respondeu, a determinação em sua voz. Ele não podia deixar que o medo o paralisasse. O que estava em jogo era maior do que ele mesmo.

Rafael saiu do carro, sentindo o peso do mundo em seus ombros. Ele fez uma oração silenciosa, pedindo força, e então se dirigiu para a entrada lateral da delegacia. Ouvia os gritos e os disparos ecoando ao longe, a atmosfera carregada de caos e violência. Mas ele não podia se permitir hesitar.

Ao entrar, ele se esgueirou pelas sombras, evitando os confrontos diretos. A tensão no ar era palpável, e cada passo parecia uma eternidade. Ele se dirigiu para o local onde as provas estavam armazenadas, um labirinto de corredores e salas que agora estavam em desordem.

Ao chegar à sala de evidências, Rafael encontrou as portas abertas, e o cenário que se desenrolava diante dele era um pesadelo. Documentos estavam espalhados pelo chão, e as paredes estavam marcadas com balas. Ele sentiu um frio na espinha ao perceber que as provas que precisavam ser protegidas estavam à mercê dos invasores.

“Vamos, vamos, vamos!” ele murmurou para si mesmo, apressando-se para recolher os documentos mais importantes. Ele sabia que cada segundo contava.

Enquanto Rafael vasculhava a sala, um som de passos se aproximou. Ele se virou rapidamente, a arma em mãos, preparado para o que quer que viesse. Para sua surpresa, era Sombra, seu olhar intenso e focado.

“Você não deveria estar aqui!” ele exclamou, aliviado e preocupado ao mesmo tempo.

“Eu não poderia deixar você enfrentar isso sozinho,” Sombra respondeu, suas palavras carregadas de emoção. “O que quer que tenha acontecido, precisamos sair agora.”

“Carlos está atrás de nós, e se ele descobrir que estamos aqui, será o fim,” Rafael disse, apressando-se a guardar os documentos na pasta. “Precisamos de um plano para sair.”

“Eu vi um grupo de homens armados se aproximando da entrada principal. Precisamos ir pela saída dos fundos,” Sombra sugeriu, olhando para a porta. “Mas precisaremos de uma distração.”

Rafael assentiu, sua mente já trabalhando em uma estratégia. “Eu posso fazer isso. Você cuida dos documentos, e assim que eu criar a distração, nos encontramos na saída dos fundos.”

“Você não pode fazer isso. É muito arriscado!” Sombra insistiu.

“Eu não tenho escolha. Se Carlos escapar, todos nós estaremos em perigo,” Rafael respondeu, a determinação em seu olhar. Ele sabia que essa era uma luta que precisava ser vencida.

Ele saiu da sala, seu coração batendo forte. A situação estava se intensificando, e o tempo estava se esgotando. Rafael se moveu pelas sombras, procurando por qualquer coisa que pudesse usar como distração. Ele precisava de algo que chamasse a atenção dos homens armados, algo que pudesse criar o caos que ele precisava.

Enquanto se movia, ele avistou uma caixa de explosivos deixada para trás por um dos grupos de atacantes. Um plano começou a se formar em sua mente. Ele poderia usar isso para criar uma explosão que distrairia os invasores e daria a ele e Sombra a oportunidade de escapar.

Rafael se aproximou da caixa, o coração acelerado. Ele começou a trabalhar rapidamente, tentando desativar a segurança enquanto ouvia os gritos e os sons da luta ao longe. A adrenalina o impulsionava, e ele sabia que precisava agir rápido.

“Rafael!” A voz de Lucas ecoou, e ele se virou, vendo seu parceiro se aproximando. “O que você está fazendo?”

“Criando uma distração. Precisamos de tempo para sair,” Rafael respondeu, focado na caixa. “Você precisa ajudar Sombra a sair.”

“Você está louco! Isso é perigoso demais!” Lucas protestou, mas Rafael não estava ouvindo. Ele estava concentrado em sua tarefa.

Finalmente, ele conseguiu desativar a segurança e ativar o sistema de explosão. “Agora!” ele gritou para Lucas, que hesitou por um momento.

“Rafael, você não pode fazer isso!” Lucas insistiu.

“Eu não tenho escolha. Vá!” Rafael gritou, a urgência em sua voz clara. Ele sabia que a única maneira de garantir a segurança de todos era criar uma abertura.

Lucas, percebendo que não tinha escolha, assentiu e correu para encontrar Sombra. Rafael se virou para a caixa, e então pressionou o botão.

A explosão foi ensurdecedora, e o chão tremeu sob seus pés. O som do vidro quebrando e das paredes desmoronando ecoou pela delegacia. Rafael foi jogado para trás pela força da explosão, seu corpo atingindo o chão. Ele se levantou, atordoado, mas determinado.

Os homens armados estavam em caos, correndo para longe da explosão. Rafael usou a oportunidade para se mover, correndo em direção à saída dos fundos, onde Sombra e Lucas deveriam estar esperando.

Enquanto ele se aproximava da porta, um homem armado apareceu diante dele, a arma levantada. Rafael não hesitou. Com um movimento rápido, ele se lançou sobre o homem, desarmando-o em uma luta feroz. Os dois rolaram pelo chão, e Rafael desferiu um golpe no rosto do invasor, sentindo a adrenalina pulsar em suas veias.

“Rafael!” Lucas gritou, aparecendo ao seu lado. “Vamos, agora!”

Rafael se levantou, mas não antes de olhar para o homem caído, que estava se recuperando. Ele não poderia perder mais tempo. Eles precisavam sair.

Ao chegarem à saída dos fundos, encontraram Sombra esperando, seus olhos cheios de preocupação. “O que aconteceu?” ela perguntou, vendo o estado de Rafael.

“Explosão. Precisamos sair, agora!” Rafael respondeu, olhando para trás. O caos ainda reinava na delegacia, e os sons das sirenes se aproximando eram uma lembrança constante de que o perigo não havia passado.

Eles correram para o lado de fora, onde o ar frio da manhã os atingiu. Mas ao invés da segurança que esperavam, foram recebidos por uma cena ainda mais caótica. Carros da polícia estavam cercando a área, mas os homens armados estavam se espalhando, e a luta estava longe de acabar.

“Precisamos nos separar,” Sombra disse rapidamente. “Eu sei de um lugar seguro onde podemos nos esconder e planejar nosso próximo movimento. Mas vocês precisam me seguir.”

Rafael hesitou, mas Lucas assentiu. “Vamos. Não podemos ficar aqui.”

Eles começaram a se mover, mas a tensão era palpável. A cada passo, Rafael sentia o peso da responsabilidade sobre seus ombros. Ele precisava garantir a segurança de todos, mas também sabia que a batalha estava longe de terminar.

Enquanto se moviam pelas ruas, Rafael não pôde deixar de sentir que algo estava errado. O ar estava pesado, e a sensação de estar sendo observado o seguia. Ele olhou ao redor, tentando identificar qualquer sinal de perigo.

“Estamos quase lá,” Sombra disse, sua voz calma. “Só mais alguns quarteirões.”

Mas enquanto avançavam, uma van escura apareceu ao lado deles, e as portas se abriram abruptamente. Antes que pudessem reagir, homens armados saltaram para fora, cercando-os.

“É um emboscada!” Lucas gritou, puxando Rafael para trás.

Mas antes que pudessem escapar, os homens começaram a disparar. Rafael sentiu o medo tomar conta dele, mas a determinação não o deixou. Ele gritou para Sombra e Lucas. “Corram!”

Os três se separaram, tentando encontrar abrigo enquanto os tiros zuniam ao redor. Rafael se lançou para trás de um carro estacionado, respirando pesadamente. O caos estava se desenrolando, e ele precisava encontrar uma maneira de escapar.

Ele olhou para o lado, vendo Lucas se movendo rapidamente, tentando encontrar Sombra. Mas Rafael sabia que precisava agir. Ele não poderia deixar que Carlos e seus homens levassem a melhor.

Com um movimento rápido, ele se levantou e disparou contra os atacantes, forçando-os a recuar. Mas havia muitos deles. Ele estava cercado, e a situação estava se tornando desesperadora.

“Rafael!” Lucas gritou, mas o som da luta abafava suas palavras. “Precisamos de um plano!”

Rafael olhou ao redor, tentando encontrar uma saída. A adrenalina estava a mil, e ele sabia que precisava de uma reviravolta para mudar o curso da batalha.

“Se eu conseguir distrair eles, você pode pegar Sombra e encontrar um lugar seguro,” Rafael sugeriu, a ideia se formando em sua mente. “Vou criar uma abertura.”

“Isso é loucura!” Lucas protestou, mas Rafael estava decidido. Ele precisava fazer isso.

“Confie em mim. Vá!” Rafael gritou, e assim que Lucas hesitou, ele se lançou para a frente.

Ele começou a disparar novamente, atraindo a atenção dos homens armados. O som dos tiros ecoava, e Rafael se movia, criando uma distração. Ele estava no centro do fogo, mas a adrenalina o impulsionava.

Finalmente, ele viu Lucas e Sombra se movendo para um lado. “Agora!” Rafael gritou, sabendo que precisava manter os atacantes ocupados.

Mas no meio do caos, algo inesperado aconteceu. Um dos homens armados fez um movimento brusco e, em um momento de distração, um tiro disparou em direção a Rafael. A bala atingiu seu ombro, e ele caiu no chão, a dor invadindo seu corpo.

“Rafael!” Lucas gritou, voltando-se rapidamente. “Não!”

Mas antes que Lucas pudesse se aproximar, Sombra fez um movimento rápido, empurrando-o para o lado. “Não! Precisamos sair!”

Rafael lutou contra a dor, tentando se levantar. Ele não podia desistir agora. Ele precisava garantir a segurança de todos, mesmo que isso significasse enfrentar sua própria dor.

Com um esforço colossal, ele se levantou novamente, a visão turva. Ele estava determinado a não deixar que o medo o paralisasse. “Vão!” ele gritou, seus olhos fixos em Lucas e Sombra. “Encontrem um lugar seguro!”

Mas antes que pudesse finalizar sua frase, a van escura começou a recuar, e os homens armados se espalharam. Rafael sentiu uma onda de confusão. O que estava acontecendo? O ataque parecia ter terminado, mas a sensação de que algo estava prestes a acontecer o seguia.

“Rafael, precisamos ir!” Lucas insistiu, puxando-o para longe. “Agora!”

Mas Rafael estava paralisado, sua mente girando com perguntas. Ele olhou para a van, onde uma figura surgiu: era Carlos, seu sorriso arrogante inconfundível.

“Você realmente achou que poderia me derrubar tão facilmente?” Carlos disse, o tom de desdém em sua voz. “Você é apenas um peão em um jogo que não entende.”

Rafael sentiu a raiva crescer dentro dele, mas também um profundo desespero. Ele havia arriscado tudo, e agora parecia que sua luta estava prestes a ser em vão. “Isso não acabou, Carlos. Não enquanto eu estiver de pé.”

Carlos riu, um som cruel que ecoou pela rua. “Você pode estar de pé agora, mas isso vai mudar. O jogo ainda não terminou, e você ainda não viu o que tenho reservado.”

Rafael se preparou para lutar, mas a dor em seu ombro era intensa. Ele sabia que precisava de ajuda, e a sensação de que a batalha estava longe de acabar pesava sobre ele.

Enquanto Carlos se afastava, Rafael sentiu a determinação se solidificar novamente. Ele não poderia deixar que essa fosse a última palavra. A cidade de São Vitor precisava de mudança, e ele estava disposto a fazer o que fosse necessário para garantir que isso acontecesse.

“Vamos, precisamos sair daqui,” Lucas disse, puxando Rafael para frente. “Vamos encontrar um lugar seguro e planejar o próximo movimento.”

Rafael assentiu, a determinação renovada em seu coração. A luta pela justiça estava longe de acabar, e ele não iria se render. A cidade precisava dele, e ele estava preparado para enfrentar qualquer desafio que surgisse em seu caminho. A batalha estava apenas começando, e Rafael Mendes estava determinado a vencer, não importa o custo.

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