A Decisão Final.

A noite na cidade de São Vitor era tranquila, mas dentro da mente de Rafael Mendes, a tempestade rugia. Ele caminhava pelas ruas desertas, a adrenalina ainda pulsando em seu corpo, mas agora misturada com uma sensação peculiar. A risada escapou de seus lábios, um som que misturava alívio e loucura.

“Olha para você, Rafael,” ele murmurou para si mesmo, balançando a cabeça em descrença. “Apontando uma arma para aquele homem em público. O que você estava pensando?” A ideia de ter quase cruzado aquela linha o fez rir, mas a realidade do que realmente queria fazer se tornava cada vez mais clara.

Rafael não era apenas um delegado; ele era um homem que estava cansado de esperar que o sistema de justiça falhasse novamente. Marco Silva, o abusador, estava de volta às ruas, e Rafael sabia que era hora de agir. Ele não podia deixar que um monstro como Marco continuasse a viver livremente. A ideia de sequestrá-lo começou a tomar forma em sua mente, uma solução que o faria sentir que finalmente estava fazendo algo certo.

“Sequestrá-lo,” ele murmurou, a ideia se solidificando. “Sim, isso vai funcionar.”

Decidido, ele começou a planejar. A cidade tinha muitos lugares escondidos, locais onde ele poderia levar Marco sem que ninguém soubesse. Uma velha fábrica nos arredores da cidade parecia perfeita: abandonada, isolada e cheia de cantos escuros onde poderia manter Marco longe dos olhares curiosos.

Na manhã seguinte, Rafael se preparou. Ele vestiu-se com roupas escuras, pegou suas ferramentas e se dirigiu ao bar onde Marco costumava passar o tempo. O plano era simples: ele iria abordá-lo, criar uma distração e levá-lo para fora de vista.

Ao entrar no bar, a atmosfera estava carregada de risadas e música alta. Rafael localizou Marco rapidamente, cercado por amigos, sua arrogância evidente. Com o coração acelerado, ele se aproximou da mesa, seu olhar fixo no abusador.

“Marco,” ele disse, forçando um sorriso. “Podemos conversar um momento?”

Marco olhou para ele, uma expressão de desdém surgindo em seu rosto. “E você quem pensa que é, delegado? Está fora do seu território.”

Rafael respirou fundo, controlando a raiva que ameaçava transbordar. “É uma conversa particular. Vamos dar uma volta.”

Quando Marco se levantou, os amigos dele começaram a protestar. “Para onde você está indo?” um deles perguntou, mas Rafael não se importou. Ele puxou Marco para o lado, levando-o para fora do bar.

“Ei, o que você está fazendo?” Marco perguntou, a confiança começando a vacilar. Rafael poderia ver o medo começando a se infiltrar nos olhos do abusador.

“Você vai entender em um instante,” Rafael respondeu, puxando Marco em direção à van que havia estacionado nas proximidades. Com um movimento rápido, ele o empurrou para dentro e entrou logo atrás, trancando a porta.

“Você está louco! O que você pensa que está fazendo?” Marco gritou, começando a se debater. Rafael sorriu para ele, um sorriso cheio de determinação.

“Fazendo justiça,” ele disse, enquanto ligava o motor e dirigia em direção à fábrica abandonada.

O caminho foi repleto de tensão. Marco estava gritando, tentando abrir a porta, mas Rafael o ignorou, focando na estrada e na missão que havia se proposto a cumprir. Quando finalmente chegaram à fábrica, Rafael estacionou e saiu rapidamente, indo até a porta para abrir e puxar Marco para fora.

“Vamos, você vai me ajudar a entender o que você fez,” Rafael disse, arrastando Marco para dentro do prédio escuro e empoeirado. O lugar estava repleto de sombras, e a atmosfera era densa, como se o próprio edifício estivesse esperando pelo que estava prestes a acontecer.

Uma vez dentro, Rafael amarrou as mãos de Marco com cordas que havia trazido. O abusador estava parado, ofegante e visivelmente assustado. Rafael não conseguiu conter o riso. “Você achou que podia escapar, não é? Que poderia viver sua vida normalmente depois de tudo que fez?”

“Você não pode me fazer isso!” Marco gritou, agora implorando. “Você vai se arrepender! Eu tenho amigos! Eles vão vir atrás de você!”

“Seus amigos não podem te salvar agora,” Rafael respondeu, a raiva fervendo em seu interior. Ele já havia tomado a decisão, e não havia mais volta. “Ninguém pode te ajudar.”

Rafael começou a se mover, buscando as ferramentas que havia trazido. Ele sabia que precisava fazer isso de uma maneira que garantisse que Marco nunca mais voltasse. A ideia de justiça que havia cultivado por tanto tempo agora se manifestava em um desejo primitivo de vingança.

“Você acha que isso é uma piada?” Marco perguntou, a voz tremendo. “Você não pode me matar! Você é um delegado!”

“E eu sou muito mais do que isso,” Rafael respondeu, a determinação em sua voz clara. “Você vai pagar por tudo.”

Com um movimento rápido, Rafael pegou uma faca e se aproximou de Marco, que estava agora tremendo de medo. “Você vai sentir a dor que causou.”

O olhar de terror nos olhos de Marco fez Rafael sentir uma mistura de emoções. Ele sabia que estava prestes a cruzar uma linha que não poderia ser desfeita, mas a raiva e a necessidade de fazer justiça eram mais fortes. A dor que Marco havia causado a tantas pessoas estava prestes a ser retribuída.

Rafael começou a cortar a corda que prendia Marco, mas não para libertá-lo. Era para imobilizá-lo de forma que não pudesse escapar. O abusador gritou, tentando se soltar, mas Rafael era mais forte. Ele o empurrou contra a parede, segurando-o firmemente.

“Você não tem ideia do que eu sou capaz,” Rafael disse, enquanto a lâmina da faca brilhava sob a luz fraca da fábrica. Ele começou a trabalhar, usando a faca para fazer cortes pequenos e controlados, o que fez Marco gritar de dor.

“Por favor! Pare! Eu te imploro!” Marco chorou, mas Rafael não se importava. Ele estava além da compaixão, mergulhando em um abismo de vingança.

“Você pediu isso quando decidiu que podia fazer o que quisesse. Agora você vai entender o que é sentir dor,” Rafael disse, a voz firme e cheia de determinação.

Ele continuou a trabalhar, cada movimento calculado, enquanto Marco se debatía e gritava. O som ecoava pela fábrica, mas Rafael estava em um transe, focado em sua missão.

Finalmente, após o que pareceu uma eternidade, ele decidiu que era hora de acabar com isso. Com um último movimento, ele usou a faca para cortar o corpo de Marco em pedaços, colocando-os em sacos de lixo que havia trazido. O horror de sua própria ação começava a assombrá-lo, mas a necessidade de se livrar do corpo tomava conta de sua mente.

A última etapa era garantir que Marco desaparecesse completamente. Rafael se lembrou de um produto químico que tinha em casa, ácido que poderia dissolver o resto. Ele não queria deixar nada para trás, nenhuma pista que pudesse levar a ele.

Com os sacos prontos, Rafael dirigiu-se à sua casa, a mente em turbilhão. Ao chegar, ele levou os sacos ao porão, onde poderia trabalhar sem ser interrompido. A mistura de adrenalina e medo o impulsionava, enquanto ele começava a despejar o ácido sobre os pedaços, assistindo enquanto a substância começava a fazer seu trabalho.

“Desapareça de uma vez por todas,” ele murmurou, a voz baixa, enquanto a realidade do que havia feito começava a se infiltrar em sua mente.

Com Marco fora do caminho, Rafael finalmente sentiu um alívio que não havia sentido em muito tempo. O peso do mundo parecia ter sido tirado de seus ombros. Ele havia feito o que precisava ser feito, e agora a cidade estaria um pouco mais segura.

Enquanto limpava a área, ele começou a rir de si mesmo, a ironia da situação não escapou dele. “Olha o que você se tornou, Rafael. Um delegado se tornando um assassino,” ele murmurou, o riso ecoando em seu próprio vazio.

Na manhã seguinte, a notícia do desaparecimento de Marco Silva começou a se espalhar pela cidade. Rafael assistiu tudo com um sorriso no rosto, sabendo que o que havia feito seria um segredo que levaria consigo para sempre. Ele tinha cruzado uma linha, mas a justiça que tanto desejava finalmente parecia ao seu alcance.

“Isso não é algo que se deve compartilhar,” ele disse para si mesmo, rindo mais uma vez. O eco de sua própria risada preenchia o espaço vazio, enquanto a cidade seguia adiante, sem saber que o verdadeiro monstro havia sido derrotado naquela noite.

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