As Cinzas da Vingança.

Assim que a ambulância chegou, levando Lucas para o hospital, Rafael ficou parado na cena do crime, sentindo a tensão se acumular em seu peito. Ele havia estado tão focado em enfrentar os assassinos que não havia se preparado para a realidade de suas ações e suas consequências. As sirenes ainda ecoavam na distância, mas naquele momento, tudo o que ele conseguia ouvir era o som do seu próprio coração batendo descontroladamente.

Os oficiais começaram a cercar a área, prendendo os homens que haviam sobrevivido à luta. Rafael observou enquanto eles eram algemados, suas expressões de desespero misturadas com raiva e medo. Ele sabia que a justiça estava finalmente sendo feita, mas a dor por Lucas ainda pesava em sua mente.

“Rafael!” Uma voz interrompeu seus pensamentos. Era a capitã Almeida, sua superiora, que se aproximava com uma expressão preocupada. “O que aconteceu aqui? Recebi relatos de disparos e que Lucas estava ferido!”

“Ele foi atingido,” Rafael respondeu, a voz tensa. “Estava tentando salvar a equipe, mas… ele ficou no caminho do tiro. Precisamos levá-lo ao hospital imediatamente.”

A capitã franziu a testa, sua preocupação evidente. “O que você estava pensando, Rafael? Você não pode agir por conta própria assim. Você colocou sua vida e a vida do seu parceiro em risco!”

“Precisávamos agir,” Rafael disse, a raiva começando a fervilhar dentro dele. “Eles estavam planejando mais atrocidades. Eles tinham fotos da criança que foi assassinada! Eu não poderia esperar.”

“E isso justifica colocar todos em perigo? Você não é um lobo solitário, Rafael. É parte de uma equipe!” Almeida insistiu, mas Rafael não se importava. Sua mente estava focada em Lucas e na injustiça que ainda pairava sobre eles.

“Eu não vou deixar que eles escapem,” Rafael respondeu, sua voz cheia de determinação. “Vou garantir que cada um deles pague pelo que fizeram.”

“Precisamos reunir evidências e testemunhas. Não podemos deixar que a raiva o ceguem. As provas são essenciais,” Almeida disse, tentando trazer Rafael de volta à realidade.

“Eu sei o que preciso fazer,” Rafael respondeu, olhando para os homens que estavam sendo levados para a viatura. Ele sentia que a raiva estava prestes a transbordar novamente, e ele precisava controlá-la. “Só preciso de um momento.”

Enquanto os oficiais levavam os homens, Rafael começou a se afastar, buscando um lugar onde pudesse processar tudo o que havia acontecido. Ele se afastou da cena, sentindo que precisava estar sozinho. As emoções estavam à flor da pele; a dor pela perda de Lucas misturava-se com a necessidade de justiça.

Ele se dirigiu ao parque próximo, um lugar que sempre lhe trouxe calma, mas que agora parecia sombrio. As árvores estavam carregadas de folhas que balançavam suavemente, e o som do vento parecia sussurrar suas frustrações. Rafael se sentou em um banco, as mãos tremendo enquanto tentava organizar seus pensamentos.

A imagem da criança, sentada no chão com a dor de ter perdido sua família, assombrava sua mente. Ele se lembrou do olhar de desespero e do pedido de socorro que havia feito. A necessidade de proteger os inocentes nunca foi tão clara para ele. Mas, por outro lado, a raiva que sentia em relação aos assassinos o consumia. Ele queria vingança, mas sabia que precisava manter a razão.

Enquanto lutava com suas emoções, seu celular vibrou. Era uma mensagem de Lucas, enviada do hospital: *“Rafael, não me deixe entrar nessa. Faça o que precisa ser feito, mas não se perca. Lembre-se do que estamos lutando.”*

As palavras de Lucas o atingiram como um soco no estômago. Ele havia prometido proteger aqueles que não podiam se proteger, e agora estava prestes a se perder em um ciclo de violência que poderia destrui-lo. Rafael respirou fundo, tentando se acalmar. Ele precisava agir, mas não como um monstro.

Ele voltou à delegacia, determinado a se concentrar na investigação. A equipe estava agitada, discutindo as próximas etapas, e a capitã Almeida o recebeu com um olhar de expectativa. “Rafael, você está de volta. Precisamos de você em campo. Você tem informações que podem nos ajudar.”

“Sim, mas precisamos agir rápido,” ele disse, sua voz firme. “Precisamos encontrar o líder desse grupo. Se ele escapar, tudo o que fizemos aqui será em vão.”

“Você sabe onde procurá-lo?” Almeida perguntou, a esperança em seus olhos.

“Sim. O informante que me deu a pista mencionou um armazém abandonado na parte leste da cidade. É onde eles costumam se reunir,” Rafael respondeu, a determinação renovada.

A equipe começou a se mobilizar novamente, e Rafael se sentiu mais forte, mais focado. Ele estava pronto para enfrentar os monstros que atormentavam sua cidade, mas agora estava determinado a fazer isso da maneira certa.

Eles se dirigiram para o armazém, a tensão no ar crescente. Rafael estava em um estado de alerta, cada som fazendo seu coração disparar. Ele se lembrou da criança e do que havia perdido, e essa lembrança o guiava. Ele não lutava apenas por vingança; ele lutava pela justiça.

Quando chegaram ao armazém, Rafael se posicionou na frente, observando a entrada. “Vamos fazer isso com cuidado. Precisamos garantir que não haja ninguém lá dentro antes de entrar,” ele disse, a voz firme.

A equipe assentiu, e eles começaram a se mover em direção à entrada. Rafael sentiu a adrenalina subir enquanto se preparava para o que estava por vir. Ele sabia que esta era a chance de trazer os responsáveis à justiça.

Ao entrar no armazém, eles foram recebidos por um silêncio inquietante. As sombras dançavam nas paredes, e a tensão era palpável. Rafael se movia lentamente, cada passo sendo um movimento cauteloso. Ele não queria ser pego de surpresa.

Mas, antes que pudessem avançar mais, um som de risadas ecoou em um dos cantos. Rafael congelou, os sentidos aguçados. Ele sinalizou para a equipe se aproximar. Quando chegaram mais perto, viram os homens reunidos, rindo e planejando o próximo ataque. O líder estava entre eles, e Rafael sabia que esta era a oportunidade que esperavam.

“Agora!” Rafael gritou, e a equipe entrou em ação.

A cena se transformou em caos à medida que os homens se viravam, a surpresa estampada em seus rostos. Disparos ecoaram, e Rafael se lançou para frente, determinado a capturar o líder. Ele viu o homem tentando escapar pela porta dos fundos e correu atrás dele.

Os dois se moveram rapidamente, e Rafael estava curtindo a adrenalina. Ele não podia deixar que o homem escapasse. A dor e a raiva que havia sentido ao longo do tempo agora se transformavam em um impulso que o levava em frente.

“Pare!” Rafael gritou, mas o homem não hesitou. Ele estava determinado a escapar, e isso só aumentava a determinação de Rafael.

Eles correram pelas ruas, Rafael sentindo o ar frio em seu rosto enquanto os dois se afastavam do armazém. Mas Rafael não estava disposto a desistir. Ele se lembrou do olhar da criança, da dor que havia causado, e isso o impulsionava.

Finalmente, o homem fez uma curva em uma rua escura, e Rafael se lançou atrás dele. A adrenalina o guiava, e a determinação em seu coração era mais forte do que nunca. Ele não iria permitir que esse homem escapasse.

Quando finalmente alcançou o homem, eles se enfrentaram em um beco estreito. O líder estava ofegante, a expressão de desespero em seu rosto. “Você não pode me parar! Eu vou escapar!”

Rafael avançou, a raiva tomando conta dele. “Você vai pagar pelo que fez! Você destruiu vidas!”

Com um movimento rápido, ele imobilizou o homem, segurando-o firmemente. “A polícia está a caminho, e você não vai escapar desta vez.”

O homem começou a rir, um som cruel que ecoou no silêncio do beco. “Você realmente acha que pode me prender? Eu tenho amigos, conexões! Ninguém acredita em você!”

Mas Rafael não estava mais ouvindo. A raiva e a dor que ele havia sentido agora se transformaram em uma determinação feroz. Ele não iria permitir que aquele homem se safasse. Com um movimento rápido, ele puxou a algema e prendeu o homem.

“Você vai ter que enfrentar a justiça,” Rafael disse, a voz firme, enquanto se preparava para levar o homem de volta à delegacia.

Enquanto caminhavam, Rafael sentiu uma onda de esperança. Ele havia enfrentado seus medos e estava pronto para fazer o que fosse necessário para proteger aqueles que não podiam se proteger. O ciclo de violência estava se quebrando, e ele estava determinado a ser a mudança que a cidade precisava.

Quando chegaram à delegacia, Rafael olhou para o homem algemado e sentiu uma nova determinação. A luta pela justiça estava apenas começando, e ele estava pronto para enfrentar qualquer desafio que surgisse em seu caminho.

“Vamos acabar com isso,” ele murmurou, a determinação pulsando dentro dele. E enquanto a cidade de São Vitor se preparava para enfrentar a tempestade, Rafael Mendes estava decidido a ser o farol de esperança que todos precisavam.

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