O Preço da Vingança.

As palavras do homem amarrado ecoavam na mente de Rafael Mendes como um sussurro do destino. Ele estava diante de uma escolha que mudaria tudo, e a tensão no ar era quase palpável. O homem, com a expressão de desespero estampada no rosto, tinha informações sobre os verdadeiros mandantes do crime horrendo que havia devastado a vida de uma criança e de sua família.

“Eles… eles estão em um esconderijo no centro da cidade,” o homem começou, a voz trêmula. “Eu posso te levar até eles. Eles planejam algo grande, e você precisa saber. Se você me soltar, eu prometo que vou te ajudar.”

Rafael sentiu um turbilhão de emoções. A raiva e a dor ainda pulsavam dentro dele, mas a ideia de desmantelar a rede de horrores que atormentava sua cidade era tentadora. “Continue,” ele disse, a voz firme, mas controlada.

“O líder deles, eu não sei o nome, mas ele está se reunindo com outros no armazém de sempre, o mesmo onde você me encontrou. Eles estão planejando um novo ataque, algo que pode arrasar a cidade. Você precisa agir rapidamente,” ele disse, a urgência evidente em seu tom.

Rafael olhou nos olhos do homem, tentando avaliar a sinceridade daquelas palavras. “E como posso ter certeza de que você está falando a verdade?” ele questionou, sentindo o peso da decisão em suas costas.

“Porque eu quero viver! Eu não quero acabar como… como aquele,” o homem respondeu, apontando para o recipiente com o corpo em decomposição. “Eu posso ser útil para você. Você não precisa me matar.”

A menção do corpo fez Rafael sentir uma onda de satisfação, mas ao mesmo tempo, ele sabia que não poderia confiar naquele homem. Ele havia causado dor, e agora estava tentando salvar a própria pele. Rafael respirou fundo, a raiva começando a tomar conta novamente.

“E o que você espera que eu faça? Soltar você e deixar que escape novamente?” Rafael disse, a voz fria. “Você continua sendo um monstro, e monstros não merecem compaixão.”

O homem arregalou os olhos, começando a se debater contra as cordas. “Por favor! Eu posso te ajudar! Eu… eu posso te dizer tudo o que você precisa saber!”

Rafael não se deixou levar pela desesperada tentativa de apelo. Ele já havia tomado sua decisão. “Desculpe, mas você não vai escapar. Não depois do que fez,” ele disse, a determinação em sua voz inabalável.

Com um movimento rápido, Rafael se aproximou do homem, a arma em mãos. O olhar de horror que apareceu no rosto do homem foi como um eco de sua própria raiva. Ele havia cruzado a linha várias vezes, mas agora era diferente. Ele estava prestes a fazer algo que não poderia mais ser desfeito.

“Você vai entender o que é a verdadeira dor,” Rafael sussurrou, enquanto puxava o gatilho. O som do tiro ecoou na sala, e o corpo do homem caiu pesadamente no chão, a expressão de terror ainda estampada em seu rosto.

Rafael sentiu uma mistura de alívio e satisfação. O homem havia se tornado uma parte do problema, e agora não havia mais dúvidas sobre o que fazer. Ele se virou para o recipiente próximo, onde o corpo do abusador estava quase irreconhecível, e a ideia de fazer o mesmo com o líder do grupo começou a se formar em sua mente.

“Se você pode acabar assim, então eu também posso,” ele murmurou para si mesmo, a raiva e a necessidade de vingança se unindo em um impulso feroz. Ele começou a preparar o local, pegando as ferramentas que havia trazido para garantir que tudo fosse feito corretamente.

Enquanto trabalhava, ele se lembrou da criança e da dor que ela havia sofrido. Cada corte que fazia em seu plano era uma retribuição pelas vidas que haviam sido destruídas. Ele estava determinado a garantir que não houvesse mais vítimas.

Depois de alguns minutos, Rafael estava pronto. Ele havia montado um novo recipiente, preparado para o que estava prestes a fazer. O som do ácido sendo despejado ecoou na sala, e Rafael sentiu uma onda de satisfação percorrer seu corpo.

“Você é uma lição para todos os monstros que ainda estão soltos,” ele disse ao corpo, enquanto começava a trabalhar. O cheiro do ácido misturava-se ao ar, e Rafael se sentiu em paz, como se finalmente estivesse fazendo a coisa certa.

Assim que terminou, ele se afastou, observando o que restara. O corpo havia começado a se dissolver, e a sensação de controle o envolvia. Ele havia cruzado a linha, mas agora era um homem com uma missão. Ele estava determinado a proteger aqueles que não podiam se proteger, mesmo que isso significasse se tornar um monstro.

Rafael se virou e saiu do armazém, a mente ainda girando com as emoções conflitantes. Ele havia feito o que precisava ser feito, mas a pergunta que o assombrava era: até onde ele estaria disposto a ir por justiça?

Enquanto dirigia de volta à delegacia, uma nova determinação tomou conta dele. Ele não poderia deixar que a dor do passado o consumisse. A luta pela justiça estava apenas começando, e ele estava pronto para enfrentar qualquer desafio que surgisse em seu caminho.

A cidade de São Vitor precisava de proteção, e Rafael Mendes estava decidido a ser a sombra que faria o que fosse necessário. Ele havia cruzado a linha, mas a verdadeira batalha pela alma da cidade estava prestes a se intensificar. E ele não iria desistir. Não enquanto houvesse vidas a serem salvas e justiça a ser feita.

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