O Eco da Vingança.

O sol se punha em São Vitor, tingindo o céu de laranja e vermelho, mas Rafael Mendes não tinha olhos para a beleza do crepúsculo. Após a fuga do líder do grupo de assassinos, a frustração e a determinação se tornaram sua única companhia. Ele sabia que, mais cedo ou mais tarde, o homem tentaria voltar ao lugar onde tudo começou — o mesmo local onde ele havia cometido o assassinato brutal da criança e da família.

Rafael dirigiu-se à casa abandonada, sua mente girando com pensamentos sombrios. Ele não poderia deixar que aquele homem escapasse novamente. A dor e a injustiça que ele havia testemunhado o guiavam, e ele estava determinado a acabar com isso de uma vez por todas.

Ao chegar, viu o carro do homem estacionado nas sombras, o motor ainda quente. Um frio na espinha subiu pela sua coluna. Ele estava lá, mais uma vez, como uma sombra do passado que se recusava a desaparecer. Rafael estacionou o carro em um lugar discreto e se aproximou da entrada da casa, seu coração batendo forte.

“Ele não pode escapar,” ele sussurrou para si mesmo, enquanto se movia em direção à porta. A casa estava envolta em um silêncio inquietante, mas Rafael sabia que a tensão estava prestes a ser rompida.

Ele abriu a porta com cuidado, tentando não fazer barulho. A escuridão o envolveu, e ele fez seu caminho pela casa, escutando cuidadosamente. O que ele encontrou fez seu coração disparar. O homem estava lá, agachado no chão, remexendo em algo que parecia ser uma caixa escondida.

Rafael se aproximou devagar, cada passo sendo uma dança com a furtividade. Ele queria saber o que o homem estava fazendo ali, mas a curiosidade o levava a se aproximar ainda mais. Quando viu o que o homem estava tirando do chão, seus olhos se arregalaram: era um maço de dinheiro, empacotado e escondido.

“Dinheiro sujo, provavelmente,” Rafael pensou, a raiva fervendo dentro dele. Ele não podia deixar que isso acontecesse. Mas antes que pudesse agir, o homem virou-se, percebendo a presença de Rafael.

“Quem está aí?” ele gritou, sua voz cheia de desespero. Mas antes que ele pudesse reagir, Rafael pulou para frente, sacando sua arma.

“Cale-se!” Rafael ordenou, apontando a arma para a cabeça do homem. A tensão no ar era palpável enquanto o homem paralisava, o olhar de terror em seu rosto.

O homem não teve tempo de reagir. Rafael o imobilizou com um golpe rápido e certeiro, fazendo-o desmaiar. O corpo do líder caiu pesadamente no chão, e Rafael respirou fundo, a adrenalina ainda pulsando em suas veias.

Ele rapidamente amarrou o homem, garantindo que não pudesse escapar. Enquanto o mantinha sob controle, Rafael olhou ao redor da sala, e seu olhar se fixou em um canto escuro. O que viu fez seu estômago revirar.

Ali, em um recipiente quase invisível, estava o que restava de um corpo. O ácido havia feito seu trabalho, e a forma do corpo estava quase irreconhecível, mas Rafael sabia exatamente o que era. Era o corpo do abusador que ele havia capturado anteriormente, o mesmo que havia causado tanto sofrimento.

“Que ironia,” Rafael murmurou, a raiva e a satisfação misturando-se dentro dele. “Agora você vai entender o que é a verdadeira dor.”

Quando o homem acordou, seus olhos se abriram lentamente, e a confusão tomou conta de seu rosto. Ao ver Rafael e o corpo em decomposição ao seu lado, seu olhar se encheu de horror. “O que… o que você fez?” ele gaguejou, a voz tremendo.

“Isso é o que acontece com pessoas como você,” Rafael respondeu, a voz fria como o aço. “Você acha que pode escapar impune? Você destruiu vidas, e agora a sua vai acabar aqui.”

O homem começou a se debater, tentando se soltar das cordas que o prendiam. “Você não pode me fazer isso! Eu tenho amigos, conexões! Você vai se arrepender!”

Rafael sorriu, um sorriso que não chegava aos olhos. “E quem vai te salvar agora? Eles não estão aqui para te proteger. E você sabe que eu não sou o único que quer ver você sofrer.”

O horror nos olhos do homem aumentou à medida que ele olhava para o corpo no ácido, a realidade de sua situação começando a se infiltrar em sua mente. “Por favor… eu não fiz nada de tão ruim! Eu… eu só… estava tentando sobreviver!”

“Sobreviver?” Rafael zombou, se aproximando ainda mais. “Sobreviver às custas de outros? Você se acha um sobrevivente? Você é um monstro, e monstros não têm lugar neste mundo.”

O homem começou a chorar, a expressão de desespero agora clara. “Por favor! Eu não sou quem você pensa que sou! Eu só… eu só sigo ordens!”

“Ordens de quem?” Rafael perguntou, a raiva fervendo dentro dele. “Você é tão culpado quanto eles. E agora você vai pagar.”

A tensão no ar era palpável, e Rafael sentiu a adrenalina subir mais uma vez. Ele estava prestes a cruzar a linha que havia se prometido não cruzar, mas a necessidade de vingança era mais forte. Ele queria fazer este homem sentir a dor que havia infligido às suas vítimas.

“Eu vou fazer você entender o que é dor,” Rafael disse, a voz baixa e cheia de veneno. Ele se virou para a mesa, pegando uma ferramenta que havia trazido. O homem começou a gritar, mas Rafael não estava ouvindo. Ele estava focado em sua missão.

Mas antes que pudesse agir, o som de sirenes começou a ecoar à distância. O momento de sua vingança estava se esgotando. Rafael olhou para o homem, que estava paralisado de medo, e sentiu a raiva e a frustração começarem a se transformar em algo diferente.

“Você terá que enfrentar a justiça,” Rafael disse, decidindo que não poderia se deixar levar. “Mas isso não é o que você pensa.”

Ele rapidamente começou a trabalhar, cobrindo o corpo no ácido e garantindo que não deixaria nenhuma evidência. O tempo estava se esgotando, e ele sabia que precisava sair antes que a polícia chegasse.

Enquanto se movia, o homem começou a implorar. “Por favor! Você não precisa fazer isso! Eu posso te ajudar! Eu tenho informações sobre o que está acontecendo na cidade!”

Rafael hesitou por um momento, a ideia de usar as informações do homem atraindo sua atenção. “O que você sabe?” ele perguntou, a cautela em sua voz.

“Eu posso te levar até eles! Os verdadeiros responsáveis! Eles estão planejando algo grande, e você pode me usar para te ajudar!” o homem disse, a voz cheia de esperança.

Rafael ponderou, a raiva e a vingança misturando-se com a necessidade de justiça. Ele sabia que estava em uma encruzilhada. Ele poderia continuar a buscar vingança ou usar essa oportunidade para desmantelar a rede de horrores que atormentava a cidade.

“Diga-me o que você sabe,” Rafael disse, decidindo que talvez houvesse uma chance de fazer justiça de uma forma diferente.

O homem começou a falar, e Rafael ouviu atentamente, a mente trabalhando a todo vapor. Ele estava prestes a tomar uma decisão que mudaria o curso de sua vida para sempre. A luta entre vingança e justiça estava em seu ápice, e Rafael Mendes estava prestes a descobrir qual caminho realmente escolheria seguir.

A noite estava longe de acabar, e a verdadeira batalha pela alma de São Vitor estava apenas começando. Ele sabia que, independentemente do que acontecesse a seguir, a escuridão que o cercava não poderia ser ignorada. Ele estava determinado a lutar até o fim, não apenas por si mesmo, mas por todos que haviam sofrido nas mãos dos monstros que rondavam sua cidade.

Baixar agora

Gostou dessa história? Baixe o APP para manter seu histórico de leitura
Baixar agora

Benefícios

Novos usuários que baixam o APP podem ler 10 capítulos gratuitamente

Receber
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!