O Jogo da Morte.

A cidade de São Vitor estava em um estado de tensão palpável. As ruas, ainda molhadas pela tempestade da noite anterior, refletiam as luzes de neon, criando um espetáculo de cores distorcidas que ocultava a crueza da realidade. Rafael Mendes sentia a pressão aumentar a cada minuto que passava. Com as informações de Sombra em mente, ele sabia que não poderia hesitar. A hora da ação se aproximava, e cada movimento contava.

A primeira coisa que fez foi reunir sua equipe no departamento de polícia. O clima na sala de reuniões era pesado, e os rostos de seus colegas refletiam a preocupação generalizada sobre a crescente influência de Carlos "o Sorriso". Rafael se posicionou na frente do quadro branco, onde uma linha do tempo marcava os eventos recentes relacionados ao mafioso. Ele precisava galvanizar sua equipe, mas a desconfiança era palpável.

“Pessoal,” começou Rafael, sua voz firme, “Carlos não é apenas um criminoso. Ele é uma doença que está se espalhando pela nossa cidade. E para curá-la, precisaremos agir rapidamente e com precisão.”

“E como exatamente você planeja fazer isso?” perguntou um dos detetives, cruzando os braços. “Carlos tem informantes em todos os lugares. Você sabe disso.”

Rafael respirou fundo, sentindo a frustração crescer. “Eu não vou lutar sozinho. Temos um informante que está disposto a nos ajudar. Sombra tem informações cruciais sobre a rede de Carlos, mas precisamos ser cautelosos. Um movimento em falso e tudo pode desmoronar.”

Os murmúrios na sala aumentaram, mas Rafael viu um brilho de determinação nos olhos de alguns colegas. Ele precisava disso. A cidade precisava disso. “Se não agirmos agora, teremos que lidar com as consequências. Carlos não vai esperar. Ele está sempre um passo à frente, e precisamos de um plano para derrubá-lo de uma vez por todas.”

“E quanto ao informante dentro da polícia?” outra voz questionou. “Como sabemos que não é um truque?”

“Precisamos observar. Precisamos ser astutos,” Rafael respondeu, sua mente já formulando estratégias. “Eu vou me infiltrar na rede de Carlos. E enquanto eu faço isso, vocês precisam monitorar os movimentos dele. Precisamos coletar provas e, quando o momento chegar, vamos dar um golpe decisivo.”

A reunião terminou em um clima de determinação renovada, mas Rafael sabia que os desafios eram imensos. Ele se despediu da equipe e se dirigiu a um lugar mais sombrio da cidade, onde a linha entre a lei e a criminalidade se tornava cada vez mais tênue.

O ponto de encontro com Sombra era um bar escondido em um beco, longe dos olhares curiosos. Ao entrar, ele sentiu o ambiente pesado de fumaça e sussurros. A música alta o envolvia, mas Rafael se sentia imune ao caos ao seu redor. Ele se dirigiu a uma mesa no canto, onde Sombra o esperava.

“Você está atrasado,” ela comentou, os olhos a observá-lo com uma mistura de curiosidade e preocupação.

“Eu precisava me preparar. Precisamos ser metódicos,” Rafael respondeu, tomando um gole de sua bebida. “O que você descobriu?”

“Carlos está planejando uma reunião com seus contatos mais próximos esta noite. É a sua chance de se infiltrar e coletar informações valiosas,” Sombra disse, seu tom grave. “Mas você precisa ser cuidadoso. Ele não confia em ninguém, e qualquer sinal de fraqueza poderá ser fatal.”

“Eu sei. E eu estou preparado,” Rafael disse, sua determinação firme.

Sombra olhou para ele, um misto de respeito e preocupação em seu olhar. “Você está pronto para o que pode acontecer? Essa é uma linha que, uma vez cruzada, não pode ser desfeita.”

“Eu não tenho escolha. A cidade precisa de um novo começo,” Rafael respondeu, consciente de que estava se colocando em uma posição vulnerável. Mas ele sabia que a força que o impulsionava era mais poderosa do que o medo.

Enquanto a noite avançava, Rafael se preparava para o que estava por vir. Ele se vestiu com roupas escuras, camuflando-se nas sombras, e se dirigiu ao local da reunião: um armazém abandonado, conhecido por ser um ponto de encontro de mafiosos. A adrenalina pulsava em suas veias enquanto ele se aproximava do local, a tensão crescendo a cada passo.

Ao chegar, ele observou de longe, avaliando o ambiente. Um grupo de homens pesadamente armados guardava a entrada, suas expressões duras e desconfiadas. Rafael sabia que não poderia entrar pela porta da frente. Ele precisaria ser astuto, usando a escuridão a seu favor.

Com um movimento ágil, ele se esgueirou por trás do armazém, buscando uma entrada lateral. O cheiro de óleo e mofo permeava o ar, e a escuridão o envolvia como um manto. Ele estava em seu elemento, um predador em busca de sua presa.

Dentro do armazém, a atmosfera era carregada de tensão. O som de vozes masculinas ecoava, e Rafael se aproximou, mantendo-se nas sombras. Ele precisava ouvir, entender os planos de Carlos e quem ele tinha ao seu lado.

“Não podemos continuar dessa forma,” disse um dos homens, sua voz baixa, mas carregada de urgência. “As coisas estão mudando, e a polícia está mais próxima do que nunca.”

Carlos respondeu com uma risada baixa, seu tom sarcástico. “Eles sempre pensam que estão no controle. Mas eu sou a tempestade que eles não vêem chegando.”

Rafael sentiu a raiva crescer dentro dele. A arrogância de Carlos era palpável, e ele sabia que precisava agir antes que fosse tarde demais. Mas antes que pudesse se mover, um grito rasgou o ar, fazendo-o parar.

“Você acha que pode me desafiar?!” Carlos rosnou, sua voz agora cheia de fúria. Um dos homens havia ousado questionar sua autoridade e, em um movimento rápido, Carlos avançou. Rafael observou horrorizado enquanto Carlos puxava uma faca, o brilho do metal refletindo a luz escassa do armazém.

O homem tentou se defender, mas Carlos era mais rápido. Com um movimento brutal, ele cravou a lâmina no peito do desafiante, um grito agonizante ecoando enquanto o corpo caía ao chão. Rafael prendeu a respiração, a cena diante dele era visceral e brutal, um lembrete sombrio de que ele estava lidando com um verdadeiro monstro.

“Essa é a única advertência que você receberá,” Carlos disse, olhando para os outros homens, que pareciam paralisados pelo medo. “Atraia a atenção da polícia novamente, e será você no chão.”

Rafael se sentiu enojado, mas a determinação dentro dele se acendeu ainda mais. Ele não poderia hesitar. O tempo estava se esgotando, e a verdade era que Carlos não hesitaria em matar quem fosse necessário para manter seu poder. Ele precisava fazer algo, e rápido.

Com um movimento ágil, ele se afastou da visão dos homens e começou a procurar uma maneira de se infiltrar na reunião. Ele sabia que precisava coletar provas que pudessem incriminar Carlos e sua rede. No entanto, a violência que acabara de testemunhar o assombrava. Ele estava prestes a mergulhar em um mundo onde a morte era uma consequência comum.

Finalmente, Rafael encontrou uma porta lateral que levava a um pequeno escritório. Ele entrou, fechando a porta atrás de si e respirando fundo. O lugar estava coberto de papéis e documentos, uma verdadeira mina de informações. Ele começou a vasculhar, encontrando listas de contatos, registros de pagamentos e, em um canto, uma pasta marcada com o nome de Carlos.

Enquanto Rafael examinava os documentos, a porta se abriu abruptamente. Um dos homens de Carlos entrou, pistola em punho. Rafael se virou rapidamente, mas não havia tempo para escapar. O homem olhou para ele, a expressão de surpresa rapidamente se transformando em fúria.

“O que você está fazendo aqui?” ele gritou, levantando a arma.

Rafael não teve escolha. Em um movimento rápido, ele se lançou sobre o homem, desarmando-o em um movimento brutal. A luta foi intensa, e os dois rolaram pelo chão, trocando socos. Rafael sentia a adrenalina pulsar, seus instintos de sobrevivência tomando conta.

Com um golpe preciso, ele conseguiu imobilizar o homem, segurando-o no chão. Mas antes que pudesse respirar aliviado, o som de passos se aproximando o fez perceber que não estava sozinho. Ele precisava agir rapidamente.

Rafael se levantou, pegou a arma do homem e correu para a porta. Ele estava na linha de frente agora, e a batalha que estava prestes a enfrentar não era apenas pela sua vida, mas por todos que já haviam sofrido nas mãos de Carlos.

Ao sair do escritório, ele se viu no meio da reunião. Os homens estavam todos focados em Carlos, que falava com confiança. Mas a expressão de Carlos mudou ao ver Rafael.

“Olha só quem decidiu aparecer,” Carlos disse, seu tom carregado de desprezo. “Acho que você se esqueceu de quem está jogando.”

Rafael levantou a arma, seu coração disparando. “Isso acaba aqui, Carlos. Você não vai mais machucar ninguém.”

Os homens ao redor começaram a se mover, mas Carlos levantou a mão, sinalizando para que parassem. “Você realmente acha que pode me intimidar com uma arma? Isso é patético.”

“Patético é o que você se tornou,” Rafael respondeu, sua voz firme. “A cidade está cansada de você e do seu reinado de terror.”

Carlos soltou uma risada baixa, mas havia um toque de nervosismo em seu olhar. “Você está em desvantagem, delegado. Eu tenho o poder, e você não passa de um homem solitário.”

“Não por muito tempo,” Rafael retrucou, sua determinação crescendo. Ele estava prestes a dar um passo adiante, quando, de repente, tudo se transformou em caos.

Os homens de Carlos começaram a se mover em sua direção, e Rafael disparou um tiro para o alto, a bala ricocheteando nas paredes do armazém. “Afaste-se!” ele gritou, o som da arma ecoando como um trovão.

A luta se desenrolou em frações de segundo. Os homens de Carlos se lançaram sobre ele, e Rafael se viu em meio a um combate brutal. Socos, chutes e o som de corpos colidindo preenchiam o ar. Ele lutava com todas as suas forças, cada golpe era uma tentativa de derrubar o império de Carlos.

Mas a violência não era apenas física; era uma batalha moral. Rafael sabia que, a cada golpe que desferia, estava se afastando da linha que separava o bem do mal. A adrenalina o impulsionava, mas a consciência do que estava fazendo pesava em sua mente.

Em meio ao caos, Rafael avistou Carlos se afastando em direção a uma porta dos fundos. Ele não podia deixar que o mafioso escapasse. Com um último esforço, ele se desvencilhou dos homens que o cercavam e correu em direção a Carlos.

“Você não vai escapar!” Rafael gritou, sentindo a ira e a determinação se unirem em seu peito.

Carlos virou-se, sua expressão de desdém agora substituída pelo medo. “Você realmente acha que pode me parar? Você não sabe com quem está lidando!”

Rafael não hesitou. Com um movimento rápido, ele empurrou Carlos contra a parede, a arma apontada diretamente para seu rosto. “Você está acabado, Carlos. A cidade não te quer mais. O seu tempo se esgotou.”

Os olhos de Carlos se encheram de pânico, e Rafael percebeu que estava finalmente no controle. A luta era mais do que física; era uma batalha pela alma da cidade. Mas, de repente, um tiro ecoou, e Rafael sentiu uma dor aguda em seu ombro. Ele caiu para o lado, a arma escapando de suas mãos.

Carlos riu, um som cruel e triunfante. “Você realmente achou que poderia me derrubar tão facilmente? Eu sou o rei desta cidade!”

A dor se espalhou pelo corpo de Rafael enquanto ele tentava se levantar. Mas sua determinação era mais forte do que a dor. Ele não poderia deixar que Carlos ganhasse. Mesmo ferido, ele se arrastou até a arma, estendeu a mão e a pegou novamente.

“Você pode ser o rei, Carlos, mas eu sou a justiça,” Rafael disse, sua voz firme apesar da dor.

Ele levantou a arma novamente, e então, em um momento de clareza, disparou. A bala atingiu Carlos no braço, fazendo-o gritar de dor e cair ao chão. “Isso é para todos que você machucou!” Rafael gritou, avançando em direção ao mafioso.

Os homens de Carlos perceberam que a maré havia mudado. Com o líder ferido, a confiança deles evaporou, e começaram a recuar. Rafael se levantou, a adrenalina ainda pulsando em suas veias, determinado a acabar com isso de uma vez por todas.

Ele apontou a arma para Carlos, que agora estava no chão, segurando o braço ferido. “Você vai pagar por tudo, Carlos. E não haverá mais escapatórias.”

Enquanto as sirenes da polícia se aproximavam ao longe, Rafael sentiu a vitória começando a se formar em seu coração. Ele havia enfrentado o monstro e saído vitorioso. Mas, ao mesmo tempo, ele sabia que a batalha interna ainda estava longe de terminar. O que ele se tornara, a violência que havia cometido, tudo isso pesava sobre ele.

A cidade de São Vitor começava a ver a luz de um novo dia, mas Rafael Mendes sabia que a escuridão ainda estava lá, esperando por seu próximo movimento. Ele havia cruzado a linha, e agora, o verdadeiro teste de sua moralidade estava apenas começando.

Baixar agora

Gostou dessa história? Baixe o APP para manter seu histórico de leitura
Baixar agora

Benefícios

Novos usuários que baixam o APP podem ler 10 capítulos gratuitamente

Receber
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!