Conto II - Entre Amigos

"Entre Amigos" - Parte V

O relógio marcava quase três da manhã quando os três começaram a sentir o peso do álcool se instalar em seus corpos. O vinho e a tequila haviam feito seu trabalho, e a atmosfera que antes era leve agora estava carregada de tensão e um magnetismo inegável.

Clara se recostou na cadeira, observando os dois homens na sua frente. Lucas e Rafael estavam próximos, as palavras agora raras, mas os olhares trocados entre os dois eram mais reveladores do que qualquer conversa. Ela podia sentir a química entre eles — e algo mais, algo que a envolvia também.

— Acho que a noite está ficando longa demais — disse Lucas, a voz mais baixa, quase como se a palavra "longa" tivesse outro significado.

Rafael, com o sorriso largo e os olhos brilhando, não demorou a responder.

— Eu diria que está ficando perfeita — respondeu ele, o tom insinuante.

Clara sentiu a energia na sala mudar. Lucas, que até então parecia controlado, agora parecia se aproximar dela com mais intenções do que antes. Ele deu um passo à frente, e, de repente, Clara sentiu seu corpo reagir a essa proximidade.

— O que você está pensando, Clara? — perguntou Lucas, seus olhos fixos nos dela, desafiando-a silenciosamente.

Ela mordeu o lábio, sem saber exatamente como responder. Os olhares entre os dois homens a estavam deixando sem saber para onde olhar, mas ela também sabia que não podia ignorar a atração que estava crescendo entre ela e Lucas.

Sem um aviso, Rafael se aproximou, colocando a mão suavemente na perna de Clara, e o gesto, embora suave, foi o suficiente para acelerar seu batimento cardíaco. Ela olhou para ele, e o sorriso travesso dele dizia tudo. Ele estava claramente se divertindo com o jogo de olhares entre ela e Lucas.

— Eu sempre soube que algo assim ia acontecer — disse Rafael, a voz rouca, quase como um sussurro.

Clara olhou de um para o outro, e seu corpo respondeu sem que ela pudesse controlar. Os dois homens estavam ali, tão próximos, tão intensos, que ela não sabia o que fazer. Mas sua curiosidade, misturada com a atração crescente, estava tomando conta de seus pensamentos.

Lucas se inclinou para ela, os olhos fixos em seu pescoço, a respiração mais pesada agora. Ele não precisava dizer nada para ela perceber o que ele queria. Clara sabia o que estava por vir, e de algum modo, sua vontade de se entregar estava crescendo a cada segundo.

Rafael, sempre tão confiante, foi o primeiro a quebrar o silêncio.

— Vamos, Clara — disse ele, sua voz quente e imperturbável. — Sabe que não vai conseguir resistir. Não a nós.

Ela olhou para Lucas, que agora estava ao seu lado, mais próximo do que jamais imaginara. Ele levantou a mão, tocando seu rosto com uma suavidade que fez sua pele arrepiar. A proximidade era tão palpável que Clara podia sentir o calor de seus corpos se mesclando no ar, enquanto a tensão aumentava a cada segundo.

Lucas não hesitou. Ele se inclinou para ela, tocando seus lábios suavemente, como se testasse a reação dela. A princípio, Clara ficou imóvel, mas logo seu corpo reagiu, e ela se entregou ao beijo. Era um beijo quente, lento, com um toque de urgência, e quando ele aprofundou o beijo, ela se entregou sem mais hesitações.

Rafael observava, seus olhos fixos neles, e sua presença, mesmo à distância, era eletricamente palpável. Ele também sabia o que queria. Mas, em vez de interromper, ele deu um passo à frente, deixando claro que sua vez também chegaria.

Clara, com a respiração entrecortada, se afastou um pouco de Lucas, seus olhos buscando os de Rafael. Ela estava tão imersa no momento que não sabia o que fazer, mas sabia o que sentia.

Rafael sorriu, se aproximando agora com a mesma confiança que sempre exibia. Ele a tocou suavemente, sem pressa, como se estivesse brincando com a ideia de testar os limites dela. Ele colocou a mão na sua cintura, puxando-a lentamente para ele.

— Você está completamente fora de controle agora, Clara — disse ele, a voz rouca e sedutora.

Clara, tomada pela mistura de sentimentos e desejos, sentiu o calor subindo por todo o corpo. Ela olhou para Lucas, que agora observava, os olhos intensos e fixos nela, como se a convidasse a continuar.

Era um jogo. E ela estava prestes a se perder nele.

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