Capítulo Seis -Noite dos caras

Osgur

Saí do escritório depois das oito da noite. Arthuro já estava me esperando num bar luxuoso que íamos com frequência. Apertei o botão do elevador, quando senti o meu celular vibrar no bolso, atendo o telefone, ele está preocupado pois havíamos marcado um horário e eu já estava atrasado.

Aquela era a primeira vez depois de anos que eu sairia para encontrar alguma mulher. Mesmo depois de cinco anos, ainda achava que era cedo de mais para aquela nova experiência.

-Elas são lindas -Diz do outro lado da linha com tamanha euforia.

O bar ficava do outro lado do prédio da empresa, atravessei a rua, a noite estava fria, parecia que iria chover. Caminhei por entre as pessoas, até a mesa onde Arthuro estava, eles estavam sentados, rindo e bebendo.

-Boa noite! -cumprimentei e me sentei ao lado da moça ruiva.

-Meu Deus, Osgur, achei que você fosse dormir no escritório. -Meu irmão me olhou de cima a baixo.

-Estava resolvendo umas pendências.

-Bom, deixa eu te apresentar essa é Alissa e Ana.

Arthuro está abraço com Alissa uma mulher de pele negra e cabelos escuros, Ana está sentada ao meu lado e tenta mostrar a todo momento que tem algum interesse por mim.

-Você parece nervoso -Ana diz dando uma risadinha.

-É só impressão sua -Respondo.

Peguei o uísque que o barman deixou sobre a mesa e bebi um gole, indignado. Desviei o olhar para Arthuto e ele sorria de orelha a orelha, o babaca estava se divertindo, estava claro que aquela situação era desconfortável pra mim.

-Minha presença é tão ruim assim? -Pergunta engolindo sua dose de tequila.

-Não tenho a menor dúvida de que você é uma mulher incrível Ana mas, isso tudo aqui é muito novo pra mim.

-Eu entendo, Vamos só conversar, como dois amigos conversam.

-Acho uma boa ideia, me diz o que você faz da vida?

-Acabei de me formar em Stanford e passei numa entrevista de emprego, por isso resolvi vir beber para comemorar.

-Uau -ergui as sobrancelhas, surpreso, anuindo com a cabeça -É uma excelente universidade, parabéns, isso realmente merece um brinde.

-Sim, é mesmo -concordou e tornou a me encarar. -Mas me diz porque ficou tão surpreso?

-Desculpas -Sorrimos -Você é uma mulher bonita e atraente, geralmente os homens não esperam que sejam inteligentes.

-Podemos tudo isso e mais um pouco.

Conversamos por mais um tempo e alguns drinks depois, fomos embora. Ana foi para o apartamento dela e Arthuro foi para casa comigo. Arthuro estava com Alissa no banco de trás do táxi e eu fui no banco da frente.

Alissa era uma amizade colorida do meu irmão, uma modelo bem sucedida, sempre que ela vinha para trabalho eles se encontravam para matar a saudade. Ela se hospedava na nossa casa sempre que vinha ou ficava no apartamento que era dos dois, eles compartilhavam para seus encontros casuais. Isso acontecia, pelo menos, duas vezes por mês. Inclusive, ela tinha a chave da nossa casa, Arthuro confiava muito nela.

Já era tarde quando chegamos em casa, os dois entraram se agarrando até o seu quarto, paguei o táxi e subi as escadas da entrada. No quarto exausto me jogo na cama e acabo pegando no sono profundo.