Adriano entrou no restaurante de Roney, o coração batendo forte no peito. O aroma familiar de comida caseira pouco aliviava a tensão que o sufocava. Roney estava numa mesa próxima à janela, a expressão séria, mas sem hostilidade evidente.
— Roney, podemos conversar eu posso te explicar? — Adriano começou, a voz embargada. — Eu sei que errei feio, me envolver com Jacqueline… foi uma loucura, um erro que me arrependo profundamente.
Adriano sentou-se de frente na mesa com olhos fixos nos olhos de Roney.
Roney o observou em silêncio por um instante, os olhos escuros e penetrantes. A raiva, que Adriano esperava ver explodir, parecia contida, substituída por uma profunda tristeza.
— Eu te dei minha confiança, Adriano. E você a quebrou. — Roney disse, a voz calma, mas carregada de decepção. — Eu não sei se consigo te perdoar tão fácil, Jacqueline era tudo pra mim eu a amava.
— Eu sei, e eu entendo. — Adriano respondeu, sincero. — Mas eu preciso que você saiba que me arrependo de verdade. Jacqueline me manipulou, me cegou com promessas vazias… eu estava errado, completamente errado. Nossa amizade significa muito para mim, e eu não quero perdê-la.
Um longo silêncio pairou entre eles, quebrado apenas pelo som discreto dos talheres e conversas baixas dos outros clientes. Roney olhou para Adriano, seus olhos se amolecendo.
— Você sempre foi um bom amigo, Adriano. — Roney disse finalmente, um pequeno sorriso surgindo em seus lábios. — Mas isso não apaga o que aconteceu. mas… eu te perdoo.
Um peso enorme foi tirado dos ombros de Adriano. Um sorriso aliviado se espalhou por seu rosto.
— Obrigado, Roney. Obrigado mesmo. Eu nunca vou se esquecer disso.
Neste momento, Rosalinda entrou no restaurante. Ela observara toda a cena da mesa ao lado, seu olhar atento e perspicaz. Ao ver a reconciliação entre os dois, ela se aproximou.
— Roney, se você consegue perdoar seu amigo traidor, por que não perdoa sua própria mãe? — Rosalinda disse, a voz firme, mas sem agressividade. — Ela também errou, mas ela te ama.
Roney ficou em silêncio, refletindo sobre as palavras da tia. A imagem de sua mãe, Helena, surgiu em sua mente.
— Tia, eu… eu não sei.
— Dê a ela a mesma chance que deu ao Adriano. — Rosalinda insistiu, colocando uma mão em seu ombro. — Prepare um jantar, chame Helena. Deem a vocês mesmos a oportunidade de se reconciliar.
Um brilho de esperança surgiu nos olhos de Roney. Ele assentiu levemente.
— Está bem, tia. Vou fazer isso. Você pode preparar o jantar? E chamar a Helena?
Rosalinda sorriu, radiante. A possibilidade de uma reconciliação familiar a enchia de alegria.
— Claro, querido! Vou preparar o melhor jantar que você já comeu! E Helena vai ficar tão feliz!
Rosalinda, com a energia renovada pela perspectiva da reconciliação familiar, preparou um jantar impecável. O aroma delicioso de um assado suculento e de legumes frescos se espalhava pela casa, criando uma atmosfera aconchegante e convidativa. Ela havia decorado a mesa com cuidado, usando sua melhor louça e guardanapos de linho. Tudo estava perfeito, esperando apenas a chegada de Helena e Roney.
Quando Helena chegou, hesitante e um pouco apreensiva, Rosalinda a recebeu com um abraço caloroso. Os anos de distância e mágoa pareciam se dissolver naquele abraço reconfortante. Helena, visivelmente emocionada, agradeceu a Rosalinda pela iniciativa.
Roney chegou pouco depois, com um buquê de flores silvestres para a mãe. A tensão inicial entre mãe e filho era palpável, mas a atmosfera criada por Rosalinda e o jantar delicioso ajudaram a quebrar o gelo.
O jantar fluiu de forma surpreendentemente tranquila. Inicialmente, as conversas eram curtas e cautelosas, mas aos poucos, a conversa se tornou mais fluida e aberta. Roney compartilhou suas preocupações e frustrações com a mãe, e Helena, por sua vez, expressou seu arrependimento e seu amor incondicional por ele. Ela explicou as razões pelas quais havia tomado as decisões que o magoaram, sem justificativas, mas com sinceridade.
Rosalinda observava tudo com um sorriso discreto, sentindo uma profunda satisfação ao ver a família se reunindo novamente. Ela intervinha de vez em quando, com comentários leves e bem-humorados, que ajudavam a manter a atmosfera descontraída e positiva.
No final do jantar, Roney se aproximou da mãe e a abraçou com força. As lágrimas rolavam pelo rosto de ambos, lágrimas de arrependimento, de perdão e, acima de tudo, de amor.
— Mãe, eu te amo. — Roney disse, a voz embargada pela emoção.
— Meu filho… — Helena respondeu, retribuindo o abraço com a mesma intensidade. — Eu te amo tanto. Me perdoe.
Rosalinda, observando a cena comovente, sentiu um nó na garganta. Ela havia desempenhado seu papel de mediadora com sucesso, restaurando a paz e a harmonia familiar. A noite terminou com promessas de um futuro melhor, um futuro onde o amor e o perdão prevaleceriam sobre as mágoas do passado. O aroma delicioso do jantar e a sensação de reconciliação pairavam no ar, um prenúncio de dias mais felizes para a família.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 99
Comments