Capitulo 4: A trama do silêncio e a fúria da desilusão

Guido, com o coração pesado, procurou Silvia. Ele a encontrou em sua casa, a filha Sarah brincando no jardim. A visão da pequena, com seus olhos castanhos e sorriso radiante, o encheu de um misto de amor.

"Silvia, preciso falar com você. Sobre Sarah...", ele começou, a voz tremendo.

Silvia, com o olhar frio e distante, o encarou. "O que você quer, Guido?", ela perguntou, a voz seca e cortante.

Guido, com a voz baixa e hesitante, explicou sobre a conversa com Viviane e a necessidade de fazer o exame de DNA. "Eu quero ter certeza, Silvia. Quero provar que Sarah é minha filha", ele disse, os olhos fixos nos dela.

Silvia, apesar da dor que ainda carregava, sabia que a verdade precisava ser revelada. Ela também queria acabar com aquela dúvida que a assombrava desde o nascimento de Sarah. "Tudo bem, Guido. Vamos fazer o exame", ela concordou, a voz firme, mas com um tremor perceptível.

Gabriel, que seguiu o seu pai até a casa de Silvia observava a cena de longe, sentiu um frio na espinha. Ele não podia permitir que seu pai abandonasse sua mãe. Ele precisava fazer algo para impedir que a família se desfizesse.

Com um plano diabólico em mente, Gabriel contatou um amigo médico, que concordou em ajudá-lo. Ele convenceu o médico a falsificar o exame de DNA de Sarah, para que o resultado desse negativo. Gabriel sabia que Sarah era filha de Guido, mas ele falsificou seu próprio exame, para que o resultado também desse negativo.

Na clínica, o médico, com a consciência pesada, realizou o procedimento. Ele sabia que estava errado, mas a amizade com Gabriel e a promessa de uma grande quantia em dinheiro o convenceram a agir contra seus princípios.

Dias se passaram e o resultado do exame, falsificado por Gabriel, chegou às mãos de Guido. Ele leu o papel com a mão trêmula, o coração batendo forte no peito. A confirmação de que Sarah não era sua filha o atingiu como um golpe de misericórdia.

Guido, com o rosto contorcido de raiva e dor, bateu na porta da casa de Silvia. Ele estava furioso, a decepção o consumindo por inteiro. O exame de DNA, que ele tanto esperava, havia confirmado o que ele nunca suspeitou: Sarah não era sua filha.

Silvia, ao ver Guido, sentiu um frio na espinha. Ela sabia que a verdade havia sido revelada, e que a fúria de Guido era justificada. Ela tentou se explicar, mas Guido não a deixou.

"Você mentiu para mim, Silvia! Você me enganou desde o começo!", ele gritou, a voz rouca de raiva. "Eu te amava, Silvia! Eu te amava de verdade! Mas você não presta! Você me usou, me manipulou, me fez acreditar em uma mentira!"

Silvia, com o coração partido, tentou se defender, mas suas palavras se perderam no turbilhão de emoções que dominava Guido. Ela sabia que ele estava ferido, que a traição a havia machucado profundamente, mas ela não conseguia se perdoar por ter deixado que a situação chegasse a esse ponto.

"Eu sei, Guido. Eu errei. Eu te amo, mas eu não queria te machucar", ela disse, a voz tremendo. "Eu estava confusa, com medo, e eu não sabia o que fazer."

Mas Guido não a ouvia. Ele estava cego de raiva, e a dor o consumia por inteiro. "Eu nunca mais quero te ver na minha vida, Silvia!", ele gritou, antes de se virar e sair, deixando Silvia sozinha, com o coração em frangalhos.

Silvia, com a alma dilacerada, observou Guido se afastar. Ela sabia que ele estava certo. Ela havia mentido, o havia enganado, e o havia machucado profundamente. Ela se sentia culpada, envergonhada, e completamente perdida.

Mas, apesar da dor, Silvia sentiu um alívio. A verdade, por mais amarga que fosse, havia sido revelada. Ela não precisava mais viver em uma mentira, em um relacionamento baseado em um engano.

Ela sabia que perder Guido era doloroso, mas também sabia que era o melhor para ambos. Ele precisava seguir em frente, e ela também. A vida, com suas curvas inesperadas, havia lhe dado uma lição cruel, mas também havia lhe mostrado a importância da verdade e da honestidade.