A dor da decepção no casamento de Jacqueline era insuportável. No meio da confusão de emoções, Roney conheceu Paula, uma mulher morena na faixa dos 33 anos em um bar. Paula, percebendo a tristeza de Roney, tentou confortá-lo, oferecendo-lhe uma fuga temporária da realidade. Em meio à embriaguez e à dor, ele aceitou a oferta de Paula, buscando um alívio momentâneo em seus braços. Eles foram para um motel, e a noite transcorreu em um turbilhão de sexo intenso, uma tentativa desesperada de esquecer a dor que o consumia.
A noite foi intensa, mas passageira. A manhã seguinte trouxe consigo a ressaca e a amargura do arrependimento. Roney olhou para Paula ao seu lado, e a frieza o invadiu. Ele a dispensou com a mesma brutalidade com que havia dispensado Jacqueline, tratando-a como se fosse um mero objeto descartável, um meio para esquecer a dor, sem valor ou consideração. Ele se vestiu, deixou o dinheiro para pagar a estadia e saiu do motel, deixando Paula sozinha, sem uma palavra de despedida, sem um pingo de respeito. A noite de paixão se transformou em mais uma cicatriz em sua alma, um lembrete da sua incapacidade de lidar com suas emoções, de sua tendência a usar os outros para preencher o vazio em seu coração. A fuga momentânea não havia resolvido nada; de fato, havia apenas agravado a sua situação, adicionando mais uma camada de culpa e arrependimento à sua já pesada carga emocional.
O tempo seguiu seu curso implacável, e Roney mergulhou em um ciclo vicioso de relacionamentos superficiais. Ele se envolvia com mulheres, namorava, mas as traições se tornaram sua marca registrada. Era como se ele estivesse tentando preencher o vazio deixado por Jacqueline com uma sucessão de amantes, cada uma representando uma tentativa falha de apagar a dor do passado. Cada relacionamento era uma repetição do mesmo padrão: paixão efêmera, infidelidade, decepção e o consequente rompimento. Ele vivia numa espiral de traições e mentiras, um labirinto de relacionamentos vazios que não faziam nada além de alimentar sua angústia.
Paralelamente a essa vida tumultuada, Roney mantinha suas conversas diárias com Sarah. Ele a tratava como sua amiga confidente, um porto seguro em meio ao caos que ele mesmo havia criado. No entanto, ele mantinha um segredo cuidadosamente guardado: suas traições. Ele nunca contou a Sarah sobre suas múltiplas amantes, sobre os relacionamentos passageiros e as mentiras que tecia. Em vez disso, ele falava sobre seus planos futuros, sobre o desejo de se casar novamente, de ter filhos, construindo uma imagem idealizada de si mesmo, um homem estável e pronto para o compromisso. Era uma forma de autopreservação, uma tentativa de manter a imagem de um homem bom aos olhos de Sarah, mesmo que sua vida pessoal fosse um turbilhão de infidelidades. Ele se enganava, construindo uma realidade virtual perfeita para se esconder da verdade sombria de suas ações. A mentira, mais uma vez, se tornava um escudo contra a sua própria dor e a culpa que o corroía por dentro.
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Atualizado até capítulo 99
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