Chegando em seu apartamento, Roney se jogou na cama, exausto, mas a imagem de Jacqueline ainda o assombrava. Ele pegou seu celular e, ao olhar para a lista de contatos, sentiu um aperto no peito. Poucas mulheres constavam ali: Jacqueline e Sarah. A decisão foi imediata. Ele apagou o contato de Jacqueline, um ato simbólico de libertação, um corte com o passado doloroso.
Em seguida, ele mandou uma mensagem para Sarah: "Oi, tudo bem?".
A resposta veio rapidamente: "Oi! Quem é você? Respondeu Sarah com curiosidade.
"Roney. Sou sobrinho da Rosalinda."
Sarah respondeu com surpresa: "Rosalinda? Nunca conheci nenhum sobrinho dela."
Roney, embaraçado, explicou a situação. A conversa fluiu naturalmente. Roney, impulsionado por uma necessidade de conexão e uma fuga da dor, elogiou a aparência de Sarah, e a conversa se estendeu por horas. Ele contou sua história, desde a infância marcada pela ausência da mãe até a recente traição de Jacqueline. Sarah o ouviu com atenção, respondendo com empatia e compreensão.
A conversa virtual se tornou um refúgio para Roney. Ele encontrava em Sarah uma escuta atenta, um ombro virtual para chorar, um escape da solidão que o consumia. A dependência emocional se instalou rapidamente, de forma virtual, mas intensa. Ele falava com Sarah todos os dias, compartilhando seus medos, suas inseguranças, seus sonhos. Sarah se tornou seu porto seguro em um mar de incertezas, um alívio para a dor que o assolava. Mas essa dependência, construída em uma base frágil de mensagens de texto e conversas virtuais, carregava em si o risco de uma nova decepção, uma nova fragilidade em um coração ainda em processo de cicatrização. A relação virtual, por mais reconfortante que fosse, ainda era apenas um paliativo, um refúgio temporário.
O tempo passou, cicatrizando algumas feridas, mas deixando outras em aberto. Jacqueline reconstruiu sua vida com surpreendente velocidade. A notícia de seu casamento chegou a Roney como um golpe. Ele tentou se convencer de que estava superando tudo, que a dor havia diminuído. Que ele estava livre. Que ele havia se libertado do amor que sentia por Jacqueline, Mas a verdade era bem diferente. A sombra de Jacqueline ainda o assombrava.
No dia do casamento, impulsionado por uma mistura de raiva, dor e um desejo inconfessável de provar para si mesmo que havia superado tudo, Roney foi até a cerimônia. Ele se sentou em um canto discreto, observando Jacqueline radiante em seu vestido de noiva, ao lado de um homem que, para ele, representava tudo o que ele não era, tudo o que ele tinha perdido. Ele queria mostrar que estava bem, que estava superando tudo. Que não sentia mais nada por ela. Mas a máscara de indiferença que ele usava começou a rachar.
A cada juramento trocado, a cada sorriso compartilhado entre Jacqueline e seu novo marido, a dor em Roney se intensificava. A realidade o atingiu com toda a sua força bruta: ele não havia superado Jacqueline. A ferida estava longe de cicatrizar. Ele a amava, ainda a amava muito, e a visão dela se unindo a outro homem o dilacerava. As lágrimas que ele tanto reprimiam começaram a escorrer pelo seu rosto, revelando a fragilidade que ele tanto tentava esconder. Ele se levantou, sem ser notado, deixando a cerimônia com o coração partido em pedaços, a ilusão de superação desmoronando em ruínas. A verdade cruel era que ele ainda estava preso ao passado, ainda um prisioneiro da dor e da lembrança de um amor perdido. A jornada de cura estava longe de acabar.
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Atualizado até capítulo 99
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