Vampira entre o Amor e a Vingança
Desde pequena, sempre acreditei que as sombras da noite carregavam segredos que ninguém poderia imaginar.
Segredos que poderiam estar além da nossa compreensão.
Mas eu jamais pensei que, quando esses mistérios se revelassem, trariam consigo o próprio inferno até a minha porta.
Aquele dia havia sido comum, igual a tantos outros.
O que eu não sabia era que seria a última vez que veria a minha família.
Eu tinha acabado de completar 19 anos e estava em busca de um futuro. Estávamos todos reunidos quando meu tio começou a nos contar uma história antiga.
— Existe uma lenda que diz: quando a lua se torna sangue, lobos e vampiros saem em busca de presas. Sedentos, eles caçam e atacam aqueles que ousam não acreditar na sua existência.
Na época, nenhum de nós levou a sério. Rimos, desconfiados.
— Tio, por que o senhor contou uma história dessas? Vai acabar assustando as crianças! — reclamou alguém.
Pouco depois, minha mãe apareceu na sala com um sorriso e anunciou que o jantar estava pronto. Todos entramos felizes, rindo e conversando.
Mais tarde, a noite caiu, e a hora de dormir chegou. Por algum motivo, o sono parecia me evitar. Revirei-me na cama, inquieta, até que decidi ir até a cozinha buscar um copo de água.
Foi então que ouvi.
Um barulho forte, vindo do lado de fora.
Meu coração disparou.
Logo depois, um uivo cortou a escuridão, seguido de passos pesados que se aproximavam da porta.
Minhas mãos tremiam tanto que deixei o copo cair no chão, o estilhaço ecoando pelo silêncio da casa.
De repente, uma sombra imensa parou diante da entrada. A porta rangeu, até ser arrebentada com brutalidade.
O estrondo me lançou contra o chão. Tremendo, paralisada, ergui o olhar e vi a criatura atravessar o batente.
Seus passos ressoavam no chão de madeira, cada impacto fazendo meu corpo estremecer.
Na penumbra, sua aparência se revelou: cabelos vermelhos como fogo, uma cicatriz profunda cruzando o rosto, olhos de um vermelho intenso que lembravam sangue recém-derramado.
Ele sorriu, exibindo presas afiadas, e passou a língua pelos lábios ao me encarar.
Meu pai se colocou à minha frente.
— Saia da minha casa! — gritou, a voz firme apesar do medo.
O monstro apenas permaneceu parado, olhando fixamente para mim, como se estivesse escolhendo sua presa.
— Tire seus olhos da minha filha! Vá embora, ou eu vou chamar a polícia!
Sem aviso, ele se lançou sobre meu pai. O som dos dentes rasgando a carne ecoou pelo cômodo, junto com os gritos.
O sangue jorrou, respingando em mim. Minha mãe correu desesperada para o quarto dos meus irmãos.
Eu, coberta por sangue, agarrei um bastão que estava encostado à parede e acertei o invasor com todas as minhas forças. Ele se contorceu de dor, largando meu pai.
— Você tem coragem, garotinha. Eu gosto disso em uma mulher.
Com um único golpe, me lançou contra a estante. O impacto tirou o ar dos meus pulmões.
Escutei gritos vindos do quarto. Com dificuldade, me levantei e corri até lá.
Ao abrir a porta, vi dois outros estranhos sugando a vida da minha mãe. Meus irmãos estavam caídos no chão, agonizando.
— Fuja! Filha, fuja! — gritou minha mãe, antes de ser silenciada pela dor.
O desespero tomou conta de mim. Corri para fora da casa, sem olhar para trás.
As lágrimas ardiam nos meus olhos. Como morávamos em um sítio, entrei pela mata densa, tropeçando nas raízes e galhos.
As cenas não saíam da minha cabeça: meu pai caído, minha mãe sendo atacada, meus irmãos indefesos.
A dor e o medo me sufocavam.
Tropecei em um galho e caí no chão. Quando tentei me levantar, uma mão fria me agarrou pelo braço.
Ele estava lá.
O mesmo monstro de olhos vermelhos.
Fui arremessada contra uma árvore. Machucada, tentei reagir, mas ele rapidamente me imobilizou, subindo sobre mim.
— Você é linda… Acho que quero me divertir um pouco antes de sugar o seu sangue.
— Me solta! — gritei, em desespero.
Ele aproximou o rosto, a língua fria deslizando pelo meu pescoço.
O toque me fez estremecer.
Num gesto brutal, rasgou minha blusa e começou a beijar minha pele.
Minha visão se fixou em uma pedra ao alcance da minha mão. Agarrei-a e acertei sua cabeça.
O sangue escorreu, mas, mesmo assim, ele não me soltou.
— Eu estava sendo gentil… mas agora você vai conhecer a dor.
Suas presas perfuraram meu pescoço. O calor do meu sangue escorria, enquanto minha visão começava a ficar turva.
De repente, ele foi arrancado de cima de mim com violência e arremessado contra as árvores.
Forças se chocaram na escuridão da mata. Um confronto começava.
Eu não sabia quem havia me salvado. Minha consciência vacilava, os sons da luta soavam distantes.
Com o pouco de energia que restava, me levantei cambaleando e segui pela floresta, deixando aqueles dois seres para trás.
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Atualizado até capítulo 49
Comments
Rosaria TagoYokota
euta muito tebso comecou a historia
2025-02-27
0
Aparecida Maria
um pouco assustador mas gostei.
2025-01-13
0
Leidiane Sousa
io
2025-09-11
0