Os olhos dourados dele brilham intensamente, refletindo uma fúria quase animal.
Mas antes que possa tocar em mim, uma voz firme ecoa atrás dele:
— O que pensa que está fazendo, David?!
Viro a cabeça e vejo um homem de cabelos castanhos aproximar-se, o olhar sério e cortante.
— Saia de perto dela! — ordena.
David se afasta de imediato, resmungando:
— Qual é, Jacob... — sai da cela, pousando a mão no ombro desse tal de Jacob. — Eu só queria me divertir um pouco. Olha para ela...
— Você não está aqui para se divertir. — A frieza na voz de Jacob é tão cortante quanto uma lâmina. Ele franze o cenho e retira a mão de David do ombro. — Agora, saia daqui. Eu mesmo vou levá-la.
David solta um riso baixo.
— Você que sabe... mas é uma pena. Uma beleza dessas ser destruída. — Ele me lança um último olhar carregado de malícia antes de virar as costas e desaparecer pelo corredor.
Jacob acompanha-o com os olhos por alguns segundos, depois entra na cela. Aproxima-se devagar, mas não diz uma palavra. Seu olhar passa por mim, analítico, e logo se desvia.
— O que vai fazer comigo? — pergunto.
Ele não responde. Apenas agarra meu braço e me puxa para fora da cela. O aperto é firme, quase doloroso, e seus passos são rápidos demais para que eu acompanhe com facilidade.
— Espera! Para onde está me levando?
— Chega de perguntas. — Ele se vira ligeiramente, soltando um suspiro irritado. — As coisas podem ser mais fáceis se você cooperar e ficar calada.
— Eu não me importo e não tenho medo de você. — Aumento o tom, aproximando-me dele. — Só quero saber por que estou aqui.
— Você fala demais, garota sanguessuga.
— Não me chame assim.
Um sorriso enviesado surge em seus lábios, mas ele não responde. Apenas volta a puxar-me pelo corredor.
O caminho é estreito, com iluminação fraca. As paredes de pedra úmida parecem fechar-se ao nosso redor. Passamos por portas de ferro, semelhantes a celas usadas para criminosos perigosos. Um arrepio percorre minha espinha, e a sensação de perigo cresce a cada passo.
Após um tempo, chegamos a um grande salão. Apesar da sujeira e da decadência, consigo imaginar que, séculos atrás, aquele lugar fora magnífico — um espaço onde príncipes, damas e cavalheiros passavam horas conversando e dançando sob a luz de candelabros dourados. Agora, restavam apenas sombras e um ar pesado de hostilidade.
Uma multidão nos aguarda. O barulho de murmúrios cessa assim que entramos, e percebo que muitos me encaram com desprezo, outros com ódio, e alguns com um prazer doentio. A massa se abre, criando um corredor até o centro do salão, onde Jacob me posiciona.
— Fique aqui. O seu julgamento vai começar.
— Julgamento? — repito, confusa, observando a seriedade impenetrável no rosto dele.
De repente, uma porta pesada se abre à minha frente. Três homens entram, vestidos com mantos negros e colares dourados no pescoço. Cada um usa um grande capuz com bordas vermelhas, ocultando parte do rosto.
Tronos são trazidos por outros homens, e os três se sentam, assumindo posições de autoridade absoluta. Assim que eles se acomodam, todos ao redor se curvam em reverência.
Um deles ergue a mão, e todos se endireitam novamente. Sua voz ecoa pelo salão:
— Começaremos o julgamento dessa vampira. — Há um peso quase sufocante em suas palavras. — Ethan e Jacob, aproximem-se e contem a esta assembleia os crimes dela.
Jacob dá um passo à frente.
— Nós a encontramos próxima aos territórios humanos — diz, com voz firme.
Ethan continua:
— Ela nos atacou na floresta, e, além disso, quebrou as regras ao permanecer em nosso território por dias. — Sua voz ecoa, ganhando força entre os presentes.
Após suas declarações, ambos recuam para junto da multidão.
O homem no centro dos tronos me encara, e sua sentença é tão fria quanto a noite lá fora:
— Sabendo que quebrou as regras e de acordo com a nossa lei, hoje você será morta. Quando o sol nascer, será queimada pela luz.
O choque é imediato, mas logo cede lugar à raiva. Eu não posso permitir que isso aconteça. Ainda preciso me vingar daqueles que destruíram tudo o que eu amava.
Endireito a postura e faço minha voz ecoar pelo salão:
— Por que estão querendo me matar? Que leis são essas?!
— Calada! — o homem do trono ergue a voz, carregada de fúria. — Como ousa falar?!
— Quem você pensa que é para me mandar calar a boca?! — grito de volta, o peito ardendo. — Que direito têm para tirar a minha vida? Vão para o inferno, seus desgraçados!
O murmúrio da multidão aumenta, e percebo que minha ousadia provoca tanto choque quanto irritação.
Dentro de mim, ódio, medo e fúria se misturam como veneno. E eu sei... se não fizer algo agora, o nascer do sol será o meu fim.
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Atualizado até capítulo 49
Comments
Cecilia geralda Geralda ramos
poderiam dar uma chance pra ela.
2024-12-17
1
𖤍❥︎레이나라𖤍✞︎
mdsssssss to amando serão
2024-10-22
1
Brennda Germany's
tem dois capítulos 4?
2024-10-11
1