Coração em Guerra

Coração em Guerra

Colisão de Titãs

Suspiro entrando na famosa Crowell & Pierce, meus saltos ecoando no piso de mármore, coloco um sorriso e as portas de vidro se abrem.

Cumprimento todos e me sento na minha mesa, bem ao lado da janela, me dando visão da maravilhosa vista que Nova Orleans proporciona.

Jonathan, o dono da firma, entra e logo nos levantamos, o cumprimento.

— Mi Cara — ele me dá dois beijos no rosto.

Eu e Jonathan temos uma relação de pai e filha, ele e minha mãe são amigos de longa data, mas isso nunca afetou a minha vida profissional, Jonathan nunca passou dos limites comigo ou deixou de me dar bronca quando mereci.

— Já disse para não me chamar assim, podem dizer que estou aqui graças a nepotismo.

— Que digam, sabemos que só está aqui devido a sua dedicação e esforço.

Sorrio e ele segura em minhas mãos, sorrindo.

— Há uma pessoa que você vai adorar em saber que trabalhará aqui.

Curiosa, arqueio as sobrancelhas.

— Quem?

— Você verá

Ele solta minhas mãos e chama a atenção de todos.

— Pessoal, gostaria de lhes dar uma notícia ótima.

— O quê? Decidiu adotar Lara como sua filha? — Minha colega Vivianne, diz.

— Infelizmente ainda não. — Rimos. — Hoje receberemos um novo integrante aqui na empresa. Pode entrar.

Olho ansiosamente para dar as boas-vindas ao novo integrante da empresa, mas meu sorriso desaparece imediatamente quando vejo meu inimigo dos tempos da faculdade, Ethan.

Ao vê-lo, meu sangue borbulha e exclamo irritada. — O que faz aqui?

— Ah, já se conhecem? Perfeito, Lara, ajude-o com as demandas da empresa, pessoal, esse é Ethan Carter, o melhor advogado de Los Angeles, ele foi transferido para cá. Espero que goste da hospedagem, Sr. Carter.

Enquanto meu chefe cumprimenta Ethan, reviro os olho e mordo minha língua para não sair xingando ele de todos os nomes possíveis nas línguas que falo.

Ao se aproximar, Ethan exibe um sorriso completamente irritante e estende a mão, mas não me movo.

— É um prazer te rever, Larabelle.

— É Lara e eu não vou te cumprimentar, prefiro morrer.

— Mia cara, se comporte e seja educada, o cumprimente. — Jonathan diz com a mão em meu ombro.

A contragosto, estendo a mão, o cumprimentando, após alguns segundos, solto a mão dele e me afasto.

— Vou tomar um ar.

Suspiro, pegando meu celular e subo até o terraço da empresa, jogo ela em cima de uma das cadeiras e me sento, passo a mão pelos meus cabelos e mordo o lábio, me acalmando. Como ele tem coragem de dar as caras aqui? Ele não poderia ter ficado lá? Em Los Angeles? Ele veio para me atormentar, é claro.

Estalo os dedos, uma mania minha, e pego minha garrafa d’água na bolsa. Em um gole só, acabo com todo o conteúdo da garrafa. Tendo a oportunidade de estar sozinha, dou um grito alto, aproveitando que daqui não podem me ouvir.

Me agacho sentindo meus pulmões implorarem por ar e descanso, tiro minha jaqueta e a jogo na cadeira de polímero resistente à maresia.

Fecho os olhos, aproveitando o ar fresco de Nova Orleans.

Abro os olhos quando escuto a porta de acesso ser aberta e quando vejo Ethan, murmuro um xingamento em italiano e volto a fechar os olhos.

— Sabia que é desrespeito ignorar os novos funcionários da empresa? Ainda mais se é um amigo de longa data.

— Não somos amigo, nem aqui e nem na China.

— Credo, por que tanta amargura?

— Não se faça de desentendido, seu hipócrita.

— Assim você magoa meu coração, Belle.

— Seu idiota! — jogo um exemplar de algum livro que fica na mesinha, na cabeça dele.

— Ai! Você está louca? Olha o tamanho desse livro, ele tem oitocentas páginas.

— Que bom, quem sabe assim você não deixa de ser burro?

— Eu não sou burro.

 — Claro e eu sou uma detetive do FBI que namora um doutor e perfilador. — digo revirando os olhos.

— Você e essa sua mania de falar sobre Criminal Minds, tem coisas que não muda mesmo.

— Realmente, nisso concordamos, porque você continua um idiota.

Pego minhas coisas, coloco minha jaqueta, pego o livro que joguei o colocando no lugar e começo ir embora.

— Espero que se lembre porque eu te odeio tanto.

Me sento em minha mesa, começando a digitalizar vários documentos, ignorando totalmente a presença de Ethan ao meu lado, escorando o braço na divisória.

Depois que ele some, eu suspiro aliviada, mas isso não dura muito, pois meu chefe me chama e Ethan aparece com um sorriso muito, mais muito suspeito.

— Sim?

— Entre Lara, sentem-se, os dois.

A contragosto me sento ao lado de Ethan, revirando os olhos e cruzando as pernas.

— Um notei uma certa tensão entre vocês dois, gostaria que deixassem isso de lado você está em um ambiente de trabalho e não queremos que isso prejudique nossas funções, certo?

— Sim, senhor — Ethan diz sério.

— Larabelle. . . — Meu chefe me adverte.

— Sim, senhor.

— Ótimo, os dois estão liberados por hoje. Tirem esse tempo para se acalmarem e voltem amanhã.

Me levanto, e assim que Ethan sai, Jonathan segura minha mão.

— Sei que não gosta dele, mas precisa se esforçar, pleo bem da empresa.

— Sei disso, não precisa me lembrar. — digo azeda.

Ele solta minha mão e suspira.

— Às vezes esqueço de quem você é filha.

Arqueio as sobrancelhas, odeio quando falam que me pareço com minha mãe.

— Desculpa, mia cara, mas você tem o mesmo temperamento que sua mãe.

— Sabe que odeio quando dizem que eu me pareço com ela em alguma coisa.

— Tem razão, sinto muito, não irá mais acontecer.

Deixo escapar um suspiro e relaxo os ombros.

— Só não deixa minha mãe saber que ele voltou, por favor.

— Certo. Bom, tenho uma reunião, até amanhã, senhorita Montgomery.

— Até amanhã, Sr. Perez.

Pego minha bolsa e saio da sala, encontrando Suzy me esperando em frente ao elevador.

— Seu expediente acabou?

— Fui mandada embora.

— Não brinca! — ela grita no meu ouvido e a olho como se ela fosse louca. — Não me olha assim, como assim? Por que eles te demitiram?

— O quê? Não, não me demitiram, eu volto amanhã, é porque fiquei um pouco alterada devido a um certo ser.

Olho com desgosto para Ethan, que entra no elevador, ficando à minha frente, nossos olhos soltando faíscas, deixando um silêncio perturbador e agoniante no elevador.

Numa tentativa de aliviar o clima, Suzy sorri e o cumprimenta.

— Prazer, sou Suzy Jackson, melhor amiga da Lara e trabalho no andar embaixo do de vocês.

— Não sabia que ela teria a habilidade de se socializar e ter amigos, é um prazer te conhecer, Suzy.

Reviro os olhos, bufando com o comentário dele.

— Você que é chato, seu. . .

Avanço nele, mas Suzy me segura, me contendo.

— Nada de agressão, pelo menos não ainda no prédio.

Me recosto na parede metálica e mordo a língua.

O elevador se abre e nós três saímos, mas apenas Suzy e Ethan conversam. Estou muito concentrada em não arrancar a cabeça dele aqui mesmo no estacionamento.

— Bom, acho que é aqui que nos separamos.

— Posso te dar uma carona, onde você mora?

— Em PineBrook.

Olho surpresa para ele e minha amiga expressa uma felicidade desnecessária.

— Que notícia boa, Lara também mora em PineBrook, vamos, entrem, eu lhes dou uma carona.

A contragosto, entro no carro, ficando ao lado dele, pois o banco da frente está cheio de sacolas.

— Suzy, para que essas sacolas?

— Esqueceu a nossa maratona de Criminal Minds?

Abro a boca para dizer que não, mas não consigo mentir para ela.

— Desculpa, eu fiquei com tanta coisa na minha cabeça.

— Tudo bem, mesmo tendo se esquecido, eu não ia deixar de ficar no seu magnífico sofá reclinável.

— Esse sofá é o mesmo daquela época? — Ethan pergunta curioso e, quando fico em silêncio, noto um desconfortável dele e automaticamente fico desconfortável do mesmo jeito.

Ao chegar na minha casa, solto um lamento ao ver que ele será meu vizinho, ótimo, além de ter que suportar ele como colega profissional, terei que aturar ele como vizinho.

Descemos do carro e abro minha porta enquanto Suzy e ele se despedem. Ao entrarmos, pego Meg, minha gata, no colo.

— Oi, meu amor, sentiu saudades?

Ela se esfrega em meu colo e rio. Suzy e Meg são as melhores companhias que alguém poderia ter.

Vou para o meu quarto e grito:

— Arruma tudo, que vou só tomar um banho.

— Não durma na banheira. — Ela grita de volta. Só porque tenho mania de cair no sono na banheira, já que este emprego consome muita energia da minha parte.

Pego um pijama quentinho e vou para o banheiro e tiro a roupa, entrando na banheira que rapidamente se encheu.

Suspiro afundando até cobrir 90% do meu corpo, deixando apenas minha cabeça fora d’água. Fecho os olhos e sinto o sono me dominar.

Alguns minutos depois, acordo bruscamente ao ouvir a porta ser quase arrombada.

— Larabelle! Sai daí! Já faz quarenta minutos que você está aí, dormiu de novo?

— Não! Eu não ouvi porque estava de fone. — Minto, pois sei que ela vai ficar brava e triste por eu estar num emprego tão cansativo e aí isso virará um discurso de que sou uma excelente profissional e que eu deveria largar esse emprego e procurar o que realmente gosto, que é escrever ou modelar.

Saio do banheiro já vestida e cheirosa, prendo meu cabelo e me jogo no sofá, começando a maratonar a melhor série de todos os tempos: Criminal Minds.

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Comments

Brennda Germany's

Brennda Germany's

/Heart//Heart//Heart//Heart//Heart//Heart//Plusone/

2024-11-09

0

Jaquerds

Jaquerds

/Proud/

2024-10-31

0

Tatiana Fonseca Naffah Bertoni de Melo

Tatiana Fonseca Naffah Bertoni de Melo

História linda. Posta mais capítulos por favor

2024-10-26

0

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