Perdição

Capítulo dezessete

Depois de deixar Cristal no escritório fui rápido para meu quarto, entro no banheiro e vou me despindo precisava de um banho frio, meu corpo estava se aquecendo com as lembranças de Cristal atordoada, sua respiração descontrolada, na penumbra daquele banheiro o cheiro dela me envolvia… envolve meus sentidos liberando o homem primitivo que há em mim, ela me deixa louco, não posso deixá-los ficar aqui se eu quiser ter paz.

Depois do corpo um pouco mais calmo, ao contrário dos demais homens que passam em casa com calça jeans e camiseta, eu adoro um terno sob medida que custa o dobro do iptu da minha casa de infância. Escolho um na cor marfim e sai do quarto para ver se Sérgio tinha chegado. E encontro com a Cátia no corredor.

— Senhor! — ela me cumprimenta com um leve balançar de cabeça.

— O Sérgio já chegou?  — pergunto rude.

— Não sei senhor!

— E onde está indo?

— Dona Sirlene pediu que ajudasse Cristal a se arrumar.

Reparo que ela não está indo em direção ao quarto de Sérgio.

— E ela não vai ficar no quarto antigo do Sérgio?

Cátia parece sem graça, colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha.

— Senhor ela pediu que preparasse outro quarto, ela não quer ficar no mesmo quarto que o senhor Sérgio.

Se me permitir dizer parece que ela nem queria casar com ele. Ela parece triste.

 — Cátia, o que mais sabe?—Pergunto passando as pontas dos dedos no meu queixo. 

— Só isso senhor! 

— Se descobrir mais alguma informação, me comunique, sim! — ela consente.

 —Tudo bem, pode ir! 

Volto para meu quarto.

Quase uma hora depois sentado na cama trabalhando com meu notebook eu começo a ouvir gritos, e isso me alerta, abandono o notebook e saio do quarto rumo ao quarto que Sirlene me disse onde era o de Cristal, no segundo andar. E quando inicio a descida dos degraus da escada escuto gemidos altos, e isso me faz congelar no lugar. Na hora não quis refletir pois não tinha como negar que ela estava tranzando com Sérgio. Isso me enfurece e subo novamente para meu quarto piscando cada vez mais rápido até que vi me puxando pelos cabelos. Eu estava com raiva, e ainda não sabia o motivo. Para tentar parar de ouvir os gemidos que ficaram impregnados na minha cabeça, eu ligo a tv e coloco o volume no máximo.

Acordo com Sirlene entrando.

— Senhor, o jantar está servido!

— Sérgio está aí? — pergunto num tom pesado.

— Sim senhor!

— Estou descendo! — desligo a tv.

Passo pelo quarto do Sérgio e a porta está entreaberta espio pela fresta e ele está deitado de bruços. 

Dou uma batida na porta.

— Tem um minuto?? — Abro a porta, Sérgio levanta parando sentado.

— O que devo à visita do excelentíssimo senhor Bragança? — Ele zomba com ironia.

— Quando pedi que aprendesse a ser responsável, eu queria que parasse com o contrabando de mercadorias ilegais. E não que casasse e a trouxesse para casa que anos você não pisa. 

— Eu tenho que crescer! — Ele levanta da cama, vai até a porta e mostra para eu sair.

— Tem, mas não assim! — saio virando as costas e escuto a porta fechar.

Mesmo sem fome decidi descer para jantar já que não almocei, porém antes de ir para sala de jantar resolvi passar pelo quarto de Cristal envolvo meus ouvidos perto da porta e escuto a água do chuveiro ligado. E a imagino nua sobre a água saboreando aquele corpo sedoso e quente. Fecho meus olhos e meu corpo começa ter reações sobre meus pensamentos. Porém me recordo que ela não pode ser minha e saio de lá divagando meus pensamentos.

— Essa mulher vai ser minha perdição!

— Perdão, senhor, não entendi! — viro minha cabeça para o lado e Fernanda estava ali passando por mim ali no corredor.

— Peça à Sirlene que avise a Senhora Cristal sobre o jantar! — Disfarço, porém ela reage normal acho que realmente não escutou o que disse.

— Ao senhor Sérgio também? — Eu consenti com a cabeça.

Saio do corredor

É insípido, mas é uma pena a situação que me encontro, quando sento no meu lugar a mesa pego meu celular e verifico os e-mails corporativos. Sérgio logo se aproxima, creio eu que nem esperou que Sirlene o chamasse para jantar acende um cigarro, e a fumaça turva seu rosto.

— Quantas vezes te disse para não fumar essa porcaria dentro de casa. — digo levantando meus olhos a ele.

— Deveria experimentar, iria te deixar mais relaxado.

— Apague-o! — o adverti mesmo mexendo em meu celular.

Ele foi até um cinzeiro que tinha no aparador ao lado da parede que separava a sala de visita.

E depois se senta mais para o meio da mesa na quinta cadeira depois da minha.

— Senhor, Cristal deseja que o jantar seja servido no quarto.

Sirlene chega me avisando e consenti. Será melhor evitar vê-la.

— Fala para ela descer, ou não haverá jantar para ela! — olhei para Sérgio indignado.

— Por que não a deixa jantar em paz? — Em vez de Sérgio me responder ele vira para Sirlene dizendo:

— Sirlene se ela não descer para jantar diga a ela que eu a buscarei e ela sabe como.

— Sirlene pode levar a refeição para o quarto! — digo pois quem manda naquela casa sou eu.

— “Querido papai”, — foi sarcástico — a menos que você não queira que eu dê uma punição a ela por não descer, deveria deixar Sirlene dar o recado! — seu tom é frívolo e ríspido.

Sirlene me olha esperando a ordem.

— Peça que desça! — digo por fim.

Encaro Sérgio insatisfeito e digo a ele.

— Se eu souber que você maltrata essa garota te colocarei na cadeia eu mesmo.

 Ele dá um sorriso de lado com escárnio.

— E que provas dará?

— A palavra do senhor Bragança!

— Colocará em risco sua reputação por causa daquela mulher?!

Eu ia dizer a ele que não gosto de injustiças, que faço tudo e não me importaria com a reputação se fosse fazendo o certo, mas vejo que Cristal caminha em nossa direção, Sérgio também nota por isso desconfio que ele calou, ele não quer que Cristal saiba que estaria ao seu lado.

Ela diz boa noite e Sérgio levanta a recepcionando. Ela parece não gostar.

Deixo permissão para as funcionárias nos servir o jantar e puxo conversa com Sérgio para ver como Cristal reage, preciso decifrar o que se passa com esses dois. Por que Cristal aceitou casar com ele?

O que eu não esperava é que Sérgio oferecesse que Cristal trabalhasse para mim, com certeza para me prejudicar.

Fico surpreso que ela tenha um currículo e faça faculdade. Essa mulher é um mistério e vou desvendar.

Meu celular toca e vejo que se trata de um número desconhecido então desconfio que seja a ligação da Elza e decido atender, saio da mesa e vou para a sacada.

— Alô!

— Senhor! — reconheço a voz e realmente se trata de Elza.

— Quais notícias tem?

Ela me conta algumas coisas interessantes que vão poder me ajudar muito me livrar de uma vez do meu filho. Parece horrível que estou dizendo, mas já fiz de tudo para ficar de bem com ele e ele só me fez perceber que quer me destruir. Eu só estou me defendendo.

— Aguarde, que te mandarei o dinheiro para dar a ela, não a deixarei desamparada, mas de maneira alguma Sérgio pode saber.

Ela reclama e eu digo com um pouco de voz alterada — Ainda faltam alguns meses.

Me despeço dela e desligo voltando para dentro. As coisas que Elza me contou me fizeram ter outras expectativas e decido deixar Cristal trabalhar para mim.

Quando voltei para mesa, Sérgio já tinha terminado sua refeição e Cristal estava sozinha e vou aproveitar essa ocasião.

Depois que quase a beijei ela foge de mim.

O rosto de Cristal estava mais sério e marcada pela preocupação e pela dor

Meu coração apertou.

Entendi então que eu me tornei indispensável para ela.

Escuto barulho de carro e fui até a janela do corredor ver de quem se tratava e era o Sérgio saindo.

Decidido ajudar Cristal vou até seu quarto. Bati na porta e ela não respondeu. Verifico a maçaneta da porta e a porta se abre.

Entro e a procuro no banheiro e percebo que ela não está.

Saio em busca de encontrá-la para saber a verdade para poder ajudá-la e quem sabe ela me ajudar.

E em busca dela pela casa de súbito aquela noite com ela corre pela minha cabeça não só aquela noite, mas Cristal para ser exato seus lábios doces e seios esculpidos. Tento me esgueirar das memórias e focar na missão, mas falho pois meus pensamentos correm de volta a Cristal. Cristal nesse momento parece ser tudo que eu quero.

Tenho que parar com essa obsessão antes que seja tarde demais. Decidido parar de procurar por ela.

Vou até meu quarto tomar um banho escolho o meu melhor terno, um azul marinho escuro. Borrifo meu melhor perfume no meu pescoço e pulsos, e pego meu celular.

 ‘ Aquele convite para um drink ainda está de pé?’

Mando a mensagem para Verônica

E não passa muito tempo ela me responde.

^^^‘ E lógico?’^^^

 ‘Que tal hoje agora? Passando na sua casa?’

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Comments

Andreia Cristina

Andreia Cristina

o q será que a Elza descobriu e a Marcela tá grávida de canalha do Sérgio

2024-08-24

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