Mistério

Capítulo cinco

Devo ter desmaiado de exaustão, porque quando acordei a cama estava vazia e se não fosse os vestígios do meu corpo eu acreditaria que tinha sido um sonho o que aconteceu a mim horas atrás, um sonho erótico muito bom. Me coloquei de pé e vou até o banheiro, procuro o interruptor e quando encontro acendo a luz pensando sobre o acontecimento. Quantas horas passaram? Lavo o meu rosto ajeito o meu cabelo e visto o meu minúsculo uniforme e saio de fininho. Desgraçado ele foi embora e nem me acordou. Eu estava a precisar muito desse momento, mas não nessas circunstâncias, porém o meu corpo não parecia reclamar. Ele nem se quer deixou vestígios que esteve ali, além de mim. Como poderia estar drogado e sair primeiro que eu?

Saio pelo corredor e entro no elevador e melhor do que ir pela escada.

— Onde você esteve?

Dei um pulo, quando o elevador do primeiro andar abre. Elza parecia estar me esperando.

— O blazer!! — resmungo querendo bater em minha testa mais seguro à vontade.

Elza ouve e diz me mostrando que havia pegado o blazer.

Engulo em seco, ela viu, com certeza viu.

— Elza…

— Seu segredo está a salvo comigo.

Exalei o ar o soltando dos pulmões, um pouco aliviada.

— Quem é ele? — pergunto indo atrás dela na despensa.

— É melhor você não saber. Porém — ela para se virando de frente a mim, quase bati meu corpo no dela, mas paro a tempo. — saiba que o salvou.

Ia abrir a boca para perguntar mais, mas ela balança a cabeça negando.

— O turno já acabou quer que eu te leve embora? — Elza pergunta pegando sua bolsa, esse convite me alivia porque não esqueci o medo que passei ontem.

— Me deixando até a avenida Maracá já está ótimo. — Digo sorrindo.

— Tudo bem!

No carro pergunto a ela sobre Marcela, me sinto um pouco mal por a feito perder o serviço.

— A sua amiga está bem?

— Marcela?! — consenti. — Ela vai ficar, tem que ficar.

— Sinto muito se por minha culpa ela perdeu o serviço.

— Ela não perdeu o serviço por sua causa e, porque Sérgio e... — ela calou-se.

— Não gosta dele?

— Não!

— Qual é a história?

— E complicado!

— Me conta!

— Você já tem seus problemas não quero que se meta nos meus, tudo bem! — ela da um sorriso meigo.

Assim que nos despedimos, Elza me deixou, já pedi o Uber e já estava nele, o silêncio me fez lembrar do encontro louco com o homem misterioso. O sexo selvagem, mas uns dos melhores... Uns dos melhores não, o melhor. Porém as palavras de Elza também não saem da minha cabeça. Elza diz que o salvei, mas não sei se ela falava sobre a droga. Como ela poderia saber sobre a droga? Quem queria droga-lo? Sérgio, mas por quê? Tantas questões.

Ahhh suspiro quando sinto novamente a vibração em meio às pernas, em como nós nos encaixamos perfeitamente, como me entreguei a ele como ninguém. Para parar para pensar, nunca senti tanto prazer em um só encontro. Gozei como uma louca, não me reconheço, naquela mulher se alguém me contasse que isso iria acontecer eu iria rir. Mas tenho que cair na realidade, um homem daqueles nunca me procuraria em uma noite normal. Ele só precisa se livrar da droga no sangue qualquer uma que aparecesse ele pediria ajuda e atacaria. Gente eu fui doida, como pude me entregar a um homem que não conheço… Puts a camisinha, gravidez não corro o risco, mas e a uma doença. Apesar que um homem daqueles será que tem doenças? Bem dizem que quem vê beleza não vê …

— Menina, já chegamos?

— Ahhh… A desculpa! — Saio do meu tampor quando sem paciência o motorista me avisa que já havia chegado em casa.

Entro em casa e desta vez vou rápido para meu quarto, não queria conversar com minha mãe e muito menos com meu padrasto, só lamento por não poder ver meu irmão agora, mas não poderia correr o risco de ser vista e perder minha paz.

 Tomo um banho, visto um pijama de algodão de shortinho e blusa de manga curta do ursinho Pooh pego meu laptop e me acomodo no sofá do meu quarto, resolvi estudar um pouco, mas não consigo concentrar totalmente pois sou assombrada por um rosto anguloso e bonito que não mostrava alegria ou raiva, porém um tesão danado, e com um leve brilho de indolência nos olhos sobre a escuridão daquele banheiro. Aquelas mãos, aquela boca, aqueles beijos, aquela língua... E o poder daquela língua... Santo!!

Não vai ser fácil esquecer aquele homem, desisto de estudar e abandono meu computador no sofá e me jogo na cama ainda pensando em como fui cair naquela situação. Até parece que Elza sabia que ele estava lá e me mandou para... Não? Será?

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