CAPÍTULO 20

**Natasha**

...----------------...

Eu me sento sobressaltada na cama.

Um grito?

Eu ouvi um grito?

Minha respiração está ofegante. Demoro para me localizar. Só então dou-me conta de onde estou.

No meu prédio era normal ouvir barulhos de todo tipo à noite. Mas aqui?

Agora estou em meio ao silêncio.

Deus! Será que foi coisa da minha cabeça. Pareceu tão real o grito. Bem, pensando direito pareceu mais um gemido apavorado.

Calço meus chinelos e saio silenciosamente da cama. Abro a porta e aguço meus ouvidos.

Ouço passos no corredor. Meu coração dispara quando André surge na minha frente. Um arrepio percorre minha espinha com sua presença alta. Mesmo na penumbra dá para perceber que ele está sem camisa. Então reparo nas gotículas de suor em seu belo peito peludo. Ao contrário dele, André só consegue ver meu rosto, pois eu estou escondida atrás da porta.

Quando me dou conta que estou observando por tempo demais seu corpo, elevo meu olhar e foco em seus olhos.

—Que está fazendo acordada princesa? —ele diz e avança, parece curioso para saber como estou vestida. Engulo em seco e

me escondo ainda mais.

—Eu...eu escutei um barulho —digo sem graça.

Ele me olha calado por um tempo então surge um sorriso amargo.

—Tive um pesadelo. Perdoe-me por ter te acordado.

—Tudo bem—digo sem graça para ele—você costuma ter pesadelos?

Ele se aproxima mais da porta e fica ainda mais evidente seu ombros largos de peito musculoso e abdômen tanquinho, deixando- me ainda mais confusa e inquieta.

Subo meu olhar e nos olhos se encontram.

Na semiescuridão do corredor André me observa quieto, o olhar cálido me faz ofegar.

—Infelizmente. Está interessada em conversar sobre isso? Eu estremeço.

—Me...lhor não. Vamos deixar para outro dia. Está tarde. Entendo meu recuo. Estou louca por ele e o temo por isso. Ele dá um novo sorriso sem vontade.

—Está certo minha cara...

Ele se vira e caminha com seu porte imponente pelo corredor, me deixando inquieta, vazia.

Dia seguinte

Que horas Lola chega para enfrentar mais um dia de trabalho? Eu me pergunto.

Que horas André se levanta? Não quero me levantar depois deles.

O relógio marca sete e meia quando eu saio da cama.

Visto uma calça jeans limpa e uma camiseta branca, que de branco não tem nada. Ela está meio amarelada pelo tempo. Na frente dela há desenhos abstratos coloridos que disfarçam um pouco.

No banheiro depois de escovar os dentes prendo meus cabelos e lavo o rosto.

A fim de controlar os batimentos cardíacos, respiro profundamente antes de abrir a porta e fazer meu caminho até a cozinha.

A casa está silenciosa, tudo do jeito que estava ontem. Nada fora do lugar. Aguço os ouvidos e não ouço nada.

A cozinha está do mesmo jeito também.

Preparo um café para mim, mas não uso a cafeteira, e sim a expresso.

Dez minutos depois estou tomando meu café expresso com algumas bolachas água e sal quando vejo a porta de serviço se abrir.

Lola surge na cozinha. Sorri quando me avista. —Buongiorno.

Eu sorrio para ela.

—Buongiorno.

—Tudo bem por aqui?

Forço um sorriso quando me lembro do vaso. Antes de eu lhe contar sobre o ocorrido, ouço passos e André entra na cozinha dentro de um lindo terno slim. Seu cheiro gostoso e tão familiar entra nas minhas narinas.

Levantou-se cedo, a julgar pelo transtorno que ele teve à noite.

Meus olhos passam por ele e constato que lindo é pouco para ele. O terno negro, a camisa branca a gravata cinza-escura cai muito bem nele.

Tenho que fechar a boca com medo de uma baba escorrer.

—Buongiorno —ele diz sério para nós.

—Buongiorno — cumprimentamos em sequência.

—Natasha. Você já terminou seu café? —ele questiona ao ver eu pegando minha xícara vazia e me levantando.

Eu o encaro.

—Sim, deseja alguma coisa?

—Você pode pegar a minha pasta? Eu a esqueci em cima da cama—encara Lola—Só tomarei um gole de café. Estou atrasado para o escritório.

—Eu não fiz café, só fiz o expresso. Eu não sabia a hora que levantaria e nem que horas Lola chegaria—digo cheio de culpa.

André procura meus olhos, a seriedade de seu rosto se suaviza por um momento:

—Tudo bem. Não tem importância—diz para mim e então encara a senhora rechonchuda que só nos observa —Faça um café expresso para mim, Lola.

Suas palavras me agradam muito. Aliviam-me

—Vou pegar sua pasta —digo.

André me encara e sorri levemente para mim, parecendo agora com o André que conheço e eu sinto-me incendiar por dentro.

Desesperada para deixar as sensações que ardem dentro de mim se amenizarem, eu coloco minhas pernas para funcionar e saio da cozinha em direção ao quarto dele.

Não ando depressa, caminho lentamente com a finalidade de me acalmar.

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Comments

Ana Lúcia De Oliveira

Ana Lúcia De Oliveira

Qual o propósito?

2025-03-30

0

Vera Lúcia

Vera Lúcia

eita

2024-09-03

0

ROSIMEIRE DA CONCEIÇAO FRANÇA

ROSIMEIRE DA CONCEIÇAO FRANÇA

AUTORA vamos esquentar a relação 🔥🔥🔥🔥🔥❤❤❤❤❤❤

2024-08-26

6

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