CAPÍTULO 11

...André Sorrentino Nicolo...

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Chego à minha cobertura às três horas da tarde. Aguço os ouvidos na casa. Está tudo muito quieto. Fecho a porta e faço o caminho até o quarto de Natasha.

Lola deve ter conversado com ela, quero sentir se tudo que eu disse antes, surtiu o efeito esperado, ou Lola conseguiu estragar minha relação com a jovem.

Bato em sua porta.

A porta se abre e ela surge vestida com as mesmas roupas, os cabelos ainda estão presos. Encara-me séria.

—Tudo bem? —pergunto, não perdendo nenhum detalhe da sua fisionomia.

—Tudo. Precisa de alguma coisa?

Minha respiração engata quando ela me responde assim, tão profissional, tão seca.

—Não preciso de nada. Lola conversou com você? Está tudo bem?

—Sim. Está. Por que não haveria de estar? Na verdade, eu gostei muito dela. Ela gosta muito de você. Ela te vê como um filho.

Dou um sorriso fraco e avanço, me apoio no batente, fazendo com que Natasha dê um passo para longe de mim. Isso me

André

incomoda profundamente.

—Sim, ela é como uma mãe para mim. Ela está na minha vida desde que me dei por gente.

...Natasha...

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—Sim, ela me contou. Mais alguma coisa?

Encaro André com o semblante sério embora eu me sinta abalada por tamanha beleza.

Sua camisa branca aberta no peito, evidenciando seu bronzeado, pelos negros e um medalhão de prata no peito é uma perdição.

Seu cheiro então nem se fala....

Não é por menos que ele tem o título de "Viúvo Mais Sexy e cobiçado do Mundo." Mas por alguns segundos, sinto como se toda a verdade sobre ele ficasse muito longe.

—Você está estranha. Ela fez minha caveira, não foi? —André diz, seu rosto fica sério, seus olhos brilham tristes para mim.

Sou tocada por sua tristeza, mas imediatamente afasto esse sentimento e começo a pensar e repensar em todos os motivos pelos quais eu devo me manter afastada dele.

Eu preciso me recordar sempre do que Lola me disse!

—Estranha? Não. Eu não estou me negando a limpar, cozinhar, cuidar de suas roupas. Serei uma boa profissional.

—Sim. Sei disso. Mas quero te pedir uma coisa.

Meu coração começa a bater ainda mais rápido no peito. —O quê?

—Não me olhe e me trate com essa frieza toda. O que Lola te falou tem suas verdades, mas não é assim que me sinto com você. Como eu te disse, gosto de você e me incomoda esse seu jeito

arredio. Olhe para mim sem disfarces. Já tive muito disso nesta vida. Eu não sou o vilão.

...André Sorrentino Nicolo...

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Estou perto dela e me sinto tão longe. Adoraria senti-la em meus braços, tomar seus lábios e beijá-la ardentemente.

—Está certo. Não te verei como vilão, mas desde que me veja como uma profissional que trabalha para você.

Forço um sorriso para ela e aceno afirmativamente com a cabeça, sabendo que viverei momentos de pura tortura com seu jeito arredio, mas não vou me abalar por isso.

Que comecem os jogos!

Sedução é minha área.

—É para isso que te trouxe aqui, bambina(criança) —digo com um sorriso torto, jogando todo o meu charme e observo com prazer como ela engole em seco enquanto olha para mim. —Que hora costuma jantar?

—Umas seis e meia, sete horas. —ela diz num sussurro, a voz fraca.

Sorrio para ela:

—Nos encontramos na cozinha sete horas. Vou descansar agora. Sinta-se à vontade. Caso deseje fazer um café à tarde, tem pães e bolacha na dispensa. Frios na geladeira.

—Obrigada senhor Nicolo. —André —digo calmamente.

—Melhor senhor Nicolo — ela diz, as esferas verdes brilham com desafio para mim.

Levo tudo isso com uma leveza que não estou sentindo, assinto sem nada dizer. Eu me afasto em direção ao meu quarto, a raiva explodindo dentro de mim.

Lola conseguiu arrebentar com tudo!

Maledetta!

Depois de retirar minhas roupas. Tomo um banho demorado. Visto roupas confortáveis e deito-me na cama pensativo.

Depois de tantas coisas que vivi, construí um muro em torno de mim e me isolei por completo. Achei mais fácil agir dessa maneira.

Sempre duvidei que iria mudar, mas hoje tenho me perguntado se Natasha não teria esse poder de modificar-me? Mesmo com sua resistência ela sempre retira algo bom de mim. Meu coração transborda toda vez que a vejo.

Mas é cedo para dizer o que se passa no meu coração.

Eu ainda me pergunto. Esse interesse que tenho por ela é por causa da grande atração que sinto? Ou algo mais profundo?

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