CAPÍTULO 16

André

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Depois do banho, eu visto uma cueca, mas antes de me vestir por completo, me deito na cama. Estico o corpo para me espreguiçar. Ando muito cansado.

Agora pouco, depois da corrida, quase me esborrachei no chão. Senti um mal estar muito grande.

Deve ser cansaço. Meu trabalho é desgastante. Cuido de várias empresas que hoje levam o meu nome.

Injetar dinheiro é fácil, o difícil é fazer o negócio acontecer. Preciso agregar com minha experiência e meu networking.

Foras os estudos que faço para saber o grau de participação que os negócios podem alcançar no mercado.

Vivo em reuniões.

Sei que preciso delegar mais, contratar executivos competentes para essa árdua tarefa. O problema que a vida foi muito dura comigo e para esquecer os problemas acabei abraçando tudo.

Como um otário, abracei tudo como um grande polvo, como se nada pudesse escapar dos seus tentáculos.

Só que agora sou refém do trabalho.

Eu me levanto da cama e vou até meu closet.

Sorrio. Vou vestir uma roupa casual bem atraente e jogar todo meu charme para essa donna que tem ocupado meus pensamentos.

Ela ainda será minha!

**Natasha**

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André entra na cozinha. Os cabelos molhados todo de preto, camiseta e bermuda.

Sua figura imponente domina a cozinha, e isso se amplifica quando ele sorri para mim de um jeito sexy. Isso age no meu corpo. Sinto imediatamente um arrepio na espinha e meu coração dispara.

Detesto a forma como ele me perturba. Começa a me incomodar estar em suas mãos. Eu me sinto uma ovelha indefesa diante de um predador.

—Vamos ao preparo do nosso almoço? —ele diz esfregando uma mão na outra. Seus olhos brilham de animação.

Seu jeito alegre, seu sorriso me contagia. Mesmo com todos meus pensamentos tão contraditórios acabo retribuindo seu sorriso.

—Deixei tudo à mão.

Ele olha a pia com os utensílios e o fogão com as panelas.

—Muito bem. Assim que eu gosto. Muito eficiente —ele diz e pega uma maçã da fruteira e depois de lavá-la dá uma mordida nela —vamos aos tomates.

Dá mais uma mordida na maçã e pega então um saco de tomates na geladeira. Finaliza a fruta e joga seu restante no lixo.

Depois de lavar os tomates com escova começa a picá-los em cima de uma tábua com destreza.

Pisco surpresa por ele se virar tão bem na cozinha. Nem parece ser quem é. André Sorrentino Nicolo. Magnata da Construção Civil.

—Pronto. Agora o colocamos picados em uma forma regados ao azeite, oréganos e manjericão. Assado ele ficará menos ácido. Mas ainda assim vou colocar um pouco de açúcar sobre eles.

—Muito diferente.

Ele sorri para mim.

—Sim, bem diferente. Eu disse que seria um macarrão bem especial.

Sua atenção se volta para o que ele está fazendo. Ele parece inofensivo. Por isso me aproximo mais.

Ele enfia a forma dentro do forno e então me encara.

—Pronto. Enquanto preparamos a carne ele ficará assando. É o tempo para ele ficar pronto.

—Eu farei a carne.

Eu desvio meus olhos de sua figura magnética e acendo o fogo da panela da carne. Pego o óleo.

—Nada disso. Fritaremos a carne sem óleo. Só colocaremos azeite no final.

—Sem óleo?

—Sim, meu anjo, ela já contém gordura suficiente para fritar nela mesma.

Assinto para ele e jogo a carne na panela média que separei. Pego a colher de pau e começo a desprendê-la para que ela frite bem e ficar bem soltinha.

Ele se aproxima de mim. Seu quadril se apoia na pia e ele fica me observando lidar com a carne. Seu perfume bom invade minhas narinas.

Difícil tê-lo assim tão perto observando tudo que estou fazendo.

Estou perdida com esse homem!

—Muito bem. Tenta não apertá-la muito, para não perder seu suco—ele diz e sorri.

Com o coração agitado desvio meus olhos dos dele e faço conforme ele disse.

—E agora? —pergunto quando vejo que a carne está bem soltinha.

Seus olhos cinza-claros me perfuram com sua expressão perturbadora.

—Agora vamos jogar um pouquinho de água —ele diz e pega um copo e o acrescenta apenas dois dedos e derrama sobre a carne fazendo-a chiar. Fecha a panela e olha para mim com um sorriso lindo. — Agora minha cara assistente, enquanto ela dá uma leve cozida, amasse o alho e pique a cebola.

Eu faço como ele me disse.

Cebola e alhos preparados, ele pega a colher: —Passe o azeite.

Eu obedeço e reparo que a carne já está bem sequinha. Ele apenas joga um fio sobre a carne. Abre um buraco nela e frita o alho. Alho dourado, ele o envolve na carne.

Agora é a vez da cebola. Ele joga sobre ela e dá uma leve fritada só para ela murchar.

Desliga o fogo.

— Pronto! Tudo refogado. Vamos dar sabor a essa carne.

Ele é tão charmoso, tão lindo se movimentando na cozinha que o sofrimento me abate de repente, quando me dou conta que ele é um lobo em pele de cordeiro, nada confiável.

Ele gira as rodas dos temperos do suporte à procura do tempero certo.

Pega um. Seu título: Italian Toscano.

Ele para pertinho de mim e observa o rotulo:

—Esse tempero tem alho e cebola em pó, alecrim, manjericão, manjerona, orégano, salsa, cominho, louro, tomilho, mostarda, salvia e segurelha.

—Hum parece bom.

Ele me encara com um sorriso.

—E é.

Abre a tampa e agita o potinho sobre a carne, apenas a machuca espalhando o tempero. Fecha a tampa.

Depois de guardar o tempero olha para mim.

—Agora vamos aos tomates que já devem estar prontos.

Ele pega uma luva térmica da gaveta e retira a forma do forno. Mexe os tomates que tem uma aparência ótima. Eles brilham e estão desmanchando.

Em seguida ele bate tudo no liquidificador com um pouco de água. Ele gira os temperos novamente e pega a noz moscada.

— Agora a esse molho entra a noz moscada. —diz pegando um ralador. Rala a semente na parte mais fininha do ralador.

Então bate um pouco e essa mistura e só então despeja na carne. Liga o fogo.

—Enquanto o molho ferve, vamos ao macarrão. Como não sou perfeito, usarei um pronto.

—Eu não encontrei nenhum no armário.

—Porque eu compro o fresco. Ele vem em pacotes e são guardados sob refrigeração. Não é como o da minha mamma, mas dá para o gasto.

—Entendi —digo com um sorriso, me sentindo deslocada sob seu olhar.

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