Capítulo 13

Anderson…

Estamos saindo hoje de viagem, para a Carolina do Norte.

Acordei com um sentimento estranho hoje, é como se algo bom fosse acontecer, não compreendo. Acredito que essa viagem será um sucesso, fecharemos o negócio com esses fazendeiros e logo estaremos de volta.

Estou ficando na casa dos meus pais Felipe e Luísa, até eu voltar e comprar um apartamento para mim.

Faço a minha higiene pessoal, tomo um banho, pego a minha mala e desço para o andar de baixo. Meus pais estão sentados no sofá com meu irmão Adam, os cumprimentos e seguimos até a sala de estar.

Tomamos café conversando…

— Como está se sentindo, filho? Tem certeza de que quer viajar, depois do que aconteceu? Não te quero sozinho, num lugar onde não conhece ninguém!

— Estou muito bem, mãe! Hoje acordei me sentindo bem melhor! Não se preocupe comigo, sei me cuidar! Isso passará...

— Talvez essa viagem seja boa para colocar os pensamentos no lugar e resolver o que quer fazer da sua vida, filho! — diz meu padrasto.

— O que quer dizer, pai?

— Você já viajou tanto, trabalhou tanto pela empresa, que talvez tenha se esquecido do principal! Se encontrar de verdade, encontrar a sua essência!

— Concordo, com seu pai, está na hora de pensar mais em você!

— Até porque, enquanto se preocupava tanto com o trabalho, o seu melhor amigo se afundava na sua noiva! — diz Adam.

Minha mãe o repreende com o olhar e ele levanta as mãos em rendição.

— Ele tem razão, mãe! E Lilian é minha ex-noiva!

— Não é o que parece, por que continua usando essa aliança no dedo? Se não tem a intenção de voltar, já deveria ter se desfeito dela!

— Adam! — diz Felipe.

— Vocês acreditam que fui o responsável pelo que aconteceu? — pergunto, após dar um gole em meu café.

— Claro que não, filho! Se ela estava se sentindo sozinha, devia ter conversado com você! Quem ama não trai e não menti!

— Nada justifica o que essa mulher fez com você! — exclama meu irmão.

— Já chega de falar disso! Hoje acordei bem melhor e estou sentindo que essa viagem de trabalho será um sucesso! É o que importa!

Adam se despede e vai Lara o seu trabalho.

Após o café, meus pais me levam até o aeroporto, não poderiam ficar, pois minha mãe é médica e teria plantão hoje no hospital.

Desço do carro, pego a minha mala e eles vem se despedir.

— Filho, se despediu do seu pai, da Lá e das suas irmãs? — pergunta mamãe, emoldurando meu rosto com as mãos.

— Sim! Ontem depois do jantar me despedi deles!

Ela deixa um beijo na minha testa e outra na minha bochecha.

— Se cuida, filho! Ligue quando chegar!

— Mãe, eu não sou mais uma criança!

— Não é, mas sempre iremos nos preocupar e sempre será o meu menino!

Nos abraçamos fortemente.

— Te amo, mãe!

— Também te amo!

Me despeço do meu paidrasto com um forte abraço.

— Se cuida e trate de se divertir um pouco!

Eles vão embora e eu entro no aeroporto, Marta já havia feito o nosso check-in, a cumprimento e aguardamos a chamada do voo, sentados nas cadeiras.

— Bom dia! — diz uma voz conhecida.

Ao olhar para o lado, Lilian está de pé com sua mala, passaporte e uma blusa no antebraço.

Me coloco de pé.

— O que faz aqui? — indago visivelmente irritado.

— Vou viajar com você! Portanto, não precisará que Marta te acompanhe!

Sorrio com sarcasmo, com meu maxilar cerrado.

— O que pretende com isso, Lilian? Já não bastou me trair, agora quer me perseguir? Onde está o Antenor?

— Quero participar de perto de todo o processo desse projeto, não pode me negar isso! Eu e Antenor não temos mais nada! É você que eu amo…

— Percebi mesmo!

— Não quero discutir!

— Tudo bem, não estou a fim de brigar, mas e a empresa?

— Meu pai vai ficar a frente da empresa, até que voltemos!

Nosso voo é anunciado.

— Então vamos? — pergunta com um sorriso vitorioso nos lábios.

Concordo, revirando os olhos de raiva.

Ela vai nossa frente.

— Vamos, Marta?

— A senhorita Lilian disse que eu...

— Quem decide isso sou eu! Você vem comigo, é capacitada e conhece muito bem a forma que eu trabalho!

Ela sorri e seguimos juntos para o avião.

Ao entrarmos, Lilian está sentada na poltrona de Marta, que seria a do meu lado, então peço para que se retire, caso contrário reclamaria com a comissária. Irritada, ela foi para o seu lugar, na frente, enquanto ficamos no fundo.

— Está tudo bem, senhor? — pergunta ela, percebendo que soltei todo o ar pela minha boca.

— Acreditei que ficaria longe da Lilian e daquele imbecil do Antenor!

— Talvez seja bom, quem sabe podem conversar e se entender?

— Quem trai uma vez, trai sempre! Não será a primeira e nem a última! Se eu perdoar dessa vez, ela fará outras vezes... e, também aquele sentimento, aquela paixão que eu sentia, se quebrou como um vidro, restando apenas o pó!

Durante o voo, falamos apenas de trabalho, faltando uma hora para pousarmos na cidade, Marta fecha os olhos para descansar.

Olho para frente e Lilian está me olhando, desvio o olhar e vou até o banheiro.

Assim que fecho a porta, olha em minha mão, vejo a aliança e me recordo do que Adam falou mais cedo.

Retiro a aliança do meu dedo e jogo no vazo e dou descarga.

— Acabou! Acabou! — repito para mim mesmo.

Confesso que mesmo ela nos acompanhando nessa viagem, não estou mal, obvio que ainda dói, mas algo em meu coração está diferente, não sei explicar.

Volto para o meu assento.

Foram duas horas de voo, depois duas horas de táxi até chegar na cidade. Não queria olhar para a cara da Lilian, então fui o caminho todo de olhos fechados.

Nos hospedamos no mesmo ontem, porém em quartos diferentes.

Lilian, entrou em contato com o prefeito da cidade, ele se interessou muito pelo projeto, pois aumentará o desenvolvimento da cidade, a tornando uma cidade turística e lucrativa. Marcou uma reunião com os fazendeiros da região que queremos comprar, para executar o projeto.

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