Capítulo 13:"Sentimentos podem acender a fúria.”

P.o.v -Dan

Na manhã seguinte, enquanto caminhava em direção ao clube, senti alguém segurar meu pulso. Virei-me rapidamente, surpreso ao ver quem era.

-Mari? - minha voz saiu carregada de confusão.

Ela me encarou com um olhar intenso, quase desesperado.

-Eu preciso que você me escute... Eu não quis fazer nenhum mal a você, Dan. Eu te amo... - Mari se aproximou de repente e, antes que eu pudesse reagir, me puxou para um abraço apertado. Em seguida, sem hesitar, segurou minha nuca e me beijou.

Fiquei paralisado por um segundo, tentando processar o que estava acontecendo, quando, do nada, ouvi o som de um carro parando bruscamente. Marcos desceu do veículo, a raiva evidente em seu rosto.

-Não quero ver esse tipo de coisa perto do meu clube! - ele gritou, a voz carregada de autoridade e indignação.

Me afastei de Mari, chocado e pensando: "Que merda..."

Marcos me lançou um olhar de pura decepção antes de se voltar para Mari.

-O que você está fazendo aqui?! - a dureza em sua voz não deixou espaço para desculpas.

Mari olhou para ele, sem se abalar.

-Eu já estava indo. Até depois, Dan - disse, e se afastou, deixando-me sozinho com a fúria de Marcos.

-Marcos... eu não tive culpa, ela veio do nada... - falei, tentando esconder a preocupação na minha voz.

Ele me olhou desconfiado.

-Se a culpa não é sua, por que está se explicando demais?

Eu respirei fundo, tentando manter a calma.

-Não consegue confiar em mim?

Marcos explodiu, sua raiva transbordando em cada palavra.

-Não importa se eu confio ou não, já falei que não queria você com ela!

-Ela veio atrás de mim, eu não tive culpa! - reforcei, frustrado.

-Andava mais rápido! Ou se afastava! Isso não é desculpa! - Ele praticamente rosnou as palavras.

Eu me viro para ele, exasperado.

-Tá bom, eu quis isso então! Eu quis dar um beijo nela! - soltei, minha irritação ecoando nas palavras.

Marcos estreitou os olhos, sua fúria transformando-se em uma ordem curta e seca.

-Entra no carro!

Suspirei, sentindo o peso da situação, e entrei no carro dele, pensando: "E agora? Eu deixei ele mais furioso ainda."

Dentro do carro, Marcos estava sério, claramente ainda furioso comigo.

-Agora vou ter que colocar um segurança para andar com você, já que eu não posso virar as costas - ele disse, o tom de voz frio e calculista.

-Não precisa disso. Na faculdade, eu não quero ser perseguido por seguranças. Eles me deixam super desconfortável - respondi, tentando argumentar.

-Eu não faço suas vontades - ele rebateu, sem um pingo de empatia.

-Eu já disse que não quero ninguém me vigiando. Eu não tenho culpa de você ser inseguro! - minha paciência estava se esgotando.

Marcos bateu no painel do carro, sua raiva explodindo de novo.

-Você está achando que é quem para decidir algo?

Eu me assustei com sua reação.

-Por que está me tratando assim? Eu não fiz nada de errado.

-Nãooo, imagina se tivesse feito. Só beijou a sua ex - ele disse com deboche, suas palavras me atingindo como um tapa.

Sem pensar, me aproximei dele, segurei sua nuca e o beijei, mesmo sentindo sua raiva ainda presente.

O corpo de Marcos reagiu, aquecendo-se ao ponto de ele ceder ao meu beijo, retribuindo-o com igual intensidade. Minha mão deslizou por seu ombro, acariciando-o, enquanto ele apertava meu pescoço, aprofundando o beijo. Meus dedos se entrelaçaram em seus cabelos, e ele, num movimento rápido, deitou o banco, puxando-me para o colo dele. Parei de beijá-lo por um instante, encarando-o.

-Parou por quê? - Marcos perguntou, a seriedade voltando ao seu olhar.

-Não sei... às vezes me sinto meio constrangido - admiti, sentindo meu rosto esquentar.

-Estamos no meu carro e ninguém vai falar nada - ele disse, sua voz mais suave agora.

-É... tá bem... - murmurei, ainda meio sem jeito.

Marcos me puxou novamente e beijou minha boca, mas o toque do celular dele interrompeu o momento.

Enquanto ele atendia, eu me ajeitei no meu lugar, ficando em silêncio enquanto ele lidava com os assuntos da máfia. Depois de desligar, sem trocar mais palavras, saímos do carro e entramos no clube, a tensão ainda pendente entre nós.

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Leon, líder da Máfia rival do Marcos!^^^

P.o.v - Leon

Quando Mari entrou na minha sala, percebi logo de cara que ela não tinha conseguido o que eu queria. Peguei a faca afiada que estava sobre a mesa e comecei a brincar com ela, girando-a nos dedos, enquanto a olhava com desaprovação.

-Pelo visto, não conseguiu nada - comentei, deixando a faca reluzir sob a luz da sala.

Ela hesitou por um momento antes de responder, como se estivesse escolhendo cuidadosamente as palavras.

-Eles estão quase sempre próximos um do outro. Eu não sabia que eles tinham algo... Hoje eu vi, e consegui causar ciúmes. Mas o Dan deve ter a confiança do Marcos. Precisamos pensar em outra coisa...

Suspirei, entediado com as desculpas.

-Pelo visto, você não conseguiu nem fazer com que o Dan se apaixonasse por você quando estavam juntos... Foi uma fraca mesmo! - falei, sem esconder meu desprezo.

-Eu não tive culpa - Mari rebateu, tentando se defender. - Talvez ele já não gostasse de mulheres!

Isso me irritou. Larguei a faca na mesa com força, o som ecoando pela sala.

-Isso não é desculpa!

Ela pareceu recuar um pouco, mas continuou insistindo.

-Mas por que você quer tanto que eles se separem?

Sorri de lado, observando a lâmina da faca refletir a luz mais uma vez.

-Não é exatamente isso. Eu quero que o Dan se afaste um pouco da máfia do Marcos para eu pegá-lo... Talvez esse moleque seja um ponto fraco para o Marcos cair e perder a posse da cidade.

Mari me olhou, hesitante, quase apavorada com a direção da conversa.

-Mas o que você faria com o Dan?

Dei de ombros, sem me importar com o choque dela.

-Talvez eu precise matá-lo.

Ela arregalou os olhos, assustada com a frieza nas minhas palavras.

-Não é muito precipitado? - perguntou, a voz dela mal saindo.

Sorri para ela, sentindo o poder que suas reações me davam.

-Matar nunca é precipitado se for preciso - disse, meu sorriso se alargando, refletindo o prazer de controlar o destino dos outros na minha cabeça.

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