Um bebê...Um reencontro...

Capítulo Dezoito

Leonardo

Dennis me mandou o endereço da delegacia e eu estou parado no estacionamento e mais de uma hora, ele não me mandou mais mensagem, estou totalmente nervoso, não aguento mais esperar, o que está acontecendo? Só quero saber se ela está bem.

Respiro fundo e saio do carro para tomar um ar, andando de um lado para outro, até que ouço meu telefone tocar.

Ligação On

— Dennis, oque aconteceu?

— Cara, eu nem sei o que falar, vem pro hospital, te mandei a localização, eles tiveram que trazer ela para cá.

— Já tô indo.

Ligação Off

Eu juro por Deus, que quando eu descobrir o'que esse desgraçado fez com ela, vou ter o prazer de falar com meus irmãos e arrumar um jeito de matar ele, da pior forma possível.

Acelero o carro e chego em poucos minutos no hospital, quando entro vejo Dennis e ele não parece bem, ele está abatido, e não estava assim quando saiu.

— O'Que aconteceu? Ela tá bem? — Pergunto.

— Cara, as duas passaram mal, tiveram que internar a Maya, ela foi tão forte cara, aquele cara, destruiu ela, minha vontade é matar ele. — Ele fala com raiva. — A Elo não aguentou também e passou mal, ela teve um sangramento, eu tô preocupado pra caralho, não deveria ter deixado ela entrar naquela sala se soubesse o'que íamos ouvir ali. — Vejo seus olhos encherem de lágrimas.

Abraço ele e sinto meu corpo tremer com suas palavras. — Calma irmão, vai ficar tudo bem.

Levo Dennis pra sentar na recepção e pego uma água pra ele tomar. Depois de alguns minutos ele se acalma e começa a me contar. — Léo, ela tava grávida, e o cara omitiu isso dela, deu o falso diagnóstico de câncer só para testar o feto, ele não aguentou nem dois meses de quimioterapia e ela teve um aborto, mas nem sabia de nada, o desgraçado, não tirou o útero dela, só tirou o feto pra fazer mais testes e ainda fez uma laqueadura pra ele nunca mais engravidar, até a ginecologista dela tava envolvida e ela nunca soube a verdade até agora. — Quando ele fala isso meu coração chega erra as batidas.

Porra! A Maya não merecia passar por isso, ela não merecia nada disso. Meu Deus!

Ele ia continuar falando mas, o médico apareceu. — Boa Noite, vocês são parentes da Eloise Lima da Silva e da Maya Belmonte Buarque? — Ele pergunta.

Nos levantamos e confirmamos. — Conseguimos estabilizar a paciente Eloise e o bebê e eles estão bem. Por conta do sangramento, o restante da gravidez dela terá que ser acompanhada de forma minuciosa, e vocês deverão ter todo cuidado.

— Aí meu Deus, obrigado, eu posso ver ela, doutor? — Dennis pergunta aliviado.

— Pode sim, ela está até acordada. — Ele abre um sorriso.

— E a Maya, doutor? — Pergunto.

— Ela está bem, por conta da situação dela, e de tudo que ela passou decidimos seda-la, mas ela e o bebê estão bem. — Ele fala eu paralisou.

— Bebê? — Ponho a mão no peito e tento puxar o ar.

— Sim, Maya está grávida de sete meses, pelo que pude ver ela não sabia da gravidez e não teve sintomas, é a famosa gravidez silenciosa, creio que se não tivesse acontecido isso, ela só descobriria no dia do parto. — Ele fala e eu ainda não tenho reação.

Ela está grávida, grávida! Eu vou ter um filho, um filho com a mulher que eu amo. Porra! Ela nem sabia, tudo culpa daquele maldito, eu vou matar ele, a mais eu vou.

— Posso… posso ver ela? — digo com sorriso no rosto.

— Pode sim, mas a Maya só vai acordar creio que de amanhã. — Ele fala e apenas assinto e acompanho ele.

Elo e ela estão em quartos lado a lado, o Dennis foi ficar com a Noiva e eu fui para o quarto da Maya. Assim que entrei e vi ela deitada, senti um alívio enorme, fazia meses que não via ela. Me aproximo e passo a mão no seu rosto. Sentir a pele dela me causa a melhor sensação do mundo. Puxo uma cadeira pro lado da cama e seguro sua mão. — Meu amor, senti tanto a sua falta, eu prometo Maya, que se você permitir, nunca mais vou sair do seu lado. — Beijo sua mão e fico observando ela por um tempo.

Levo minha mão até sua barriga e acaricio, percebo que ela engordou um pouquinho, mas mesmo assim é impossível falar que ela está grávida, ainda mais de sete meses.

Seguro sua mão de novo e deito minha cabeça na cama dela. Algum tempo se passa e acabo apagando.

…

Acordo sentindo alguém acariciando minha cabeça, abro meus olhos e Maya está me olhando, com os olhinhos brilhando. Assim que ela me vê acordado, vejo lágrimas se formando.

Levanto minha cabeça e seguro sua mão e dou um beijo demorado nela. — Senti tanto a sua falta. — Falo baixinho e enfim as lágrimas rolam pelo seu rosto.

— Não chora, minha linda. — Me levanto e deito ao seu lado, ela me dá espaço e ajeito ela nos meus braços. — Eu tô aqui Maya, e agora não vou mais embora. — Sussurro e ela chora mais.

Fiquei um tempo assim com ela e demorou para ela se acalmar, não quero que ela se estresse mais.

— Porque tive que passar por tudo isso? — Ela fala baixinho.

Acaricio sua cabeça e sinto a dor das suas palavras. — Eu juro que não sei, mas ele vai pagar Maya, tudo o que fez pra você e as outras mulheres.

— Te falaram sobre a minha gravidez ? — Ela fala bem baixinho.

— Sim, o médico falou quando foi nos ver na recepção. — Digo, abrindo um sorriso.

— Você deve me odiar, fiz nós dois nos afastar, mesmo sabendo o'que sentíamos um pelo outro, tudo porque queria que você tivesse uma família, e no final naquele dia já estava grávida de você. — Ela começa a chorar de novo.

Abraço ela forte e fecho meus olhos. — Nunca te odiaria Maya, eu te amo, e não deixei de te amar nem um pouquinho, voltei para São Paulo porque queria acertar minha vida e depois ir atrás de você. — Digo e ela me olha.

— Me desculpa. — Ela fala me olhando de forma tão triste.

— Não pede desculpa, meu amor, nada disso foi culpa sua, nada, então não peça mais nenhuma desculpa. — eu beijo sua bochecha. — Agora eu tô aqui com você, e não vou mais embora, vou cuidar de você e do nosso bebê.

— Eu te amo tanto Léo. — ela me abraça bem forte.

Depois de meses difíceis, enfim tenho minha Maya de volta, nunca pensei que passaria por tudo isso, mas no final, tudo o que eu mais sonhei eu vou ter agora. A mulher que eu amo, e um filho, fruto do nosso amor, que é nosso milagre.

Continuo deitado com ela e a mesma logo dorme. Me levanto devagar para não acordar ela e vou até a janela do quarto, pego meu celular e mando mensagem para meus irmãos, peço todas as informações do médico e da ginecologista, explico por mensagem o que aconteceu e guardo meu celular.

— Léo. — Ouço ela me chamar baixinho.

— Oi amor. — Volto para a cama e ela me abraça.

— Achei que tinha ido embora. — Ela se aconchegou nos meus braços.

— Já disse que não saio mais do seu lado, minha linda. — Abro um sorriso e ela dá uma risada baixa.

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