Um Amor Por Acaso
Maya Belmonte
Capítulo Um
Maya Belmonte
— Eu sinto nojo das coisas que você escreve, eu acho melhor pararmos de sair. — Ele me olha com desprezo.
Olho para ele sem acreditar no que estou ouvindo, só pode ser brincadeira. Me virei de costas e soltei uma risada nasal, abro minha boca para falar, mas acho melhor ficar quieta.
— Você deveria se dar ao respeito, uma mulher elegante, não escreve aquelas merdas, deveria arrumar um emprego decente — Ele solta novamente seu veneno.
Sinto uma raiva enorme crescer pelo meu ser, encaro ele com ódio. — Quer saber Douglas, vai se foder, sou baixa né? Então vai tomar no seu cu, seu homenzinho de merda. — Grito. — Me fala seu merdinha, não gostou do que eu escrevi, porque? Porque sabe que não faz nem metade do que está escrito ali, seu brocha.
— Olha aí, cadê a mulher elegante e inteligente que conheci? Tá mostrando suas garras, ainda bem que só ficamos um mês. — Ele dá risada e vai andando até o carro.
— Ela ainda tá aqui, mas você é um merda, que se sente ameaçado por uma mulher que sabe demais, IDIOTA. — Grito mais uma vez.
Ele dá partida no carro e fico parada na frente do meu condomínio.
Sério isso? eu to tão furiosa, como alguém pode falar isso, agir dessa forma, apenas pelo que escrevo. Quer saber, quero que ele vá para o inferno, minha conta bancária está bem cheia, é isso que importa.
Saio andando pela rua, e vou até um barzinho que tem, assim que entro todos os homens começam a me olhar, aí me lembrei que to com um vestido colado, com uma abertura bem discreta na perna. Finjo que não percebi e vou até o Balcão.
— Boa Noite senhora, posso ajudar? —Um senhorzinho fala ao me ver.
— Quero duas garrafas daquele vinho Pergola, suave por favor, e boa noite. — Digo rapidamente.
— Quer que eu abra para a senhora? — Ele pergunta pegando as garrafas.
— Por favor, deixe a rolha na garrafa. — Abro um meio sorriso como agradecimento.
— Dia ruim? — Ele pergunta, abrindo a garrafa com um saca rolha.
— Está tão na cara assim? — Abro um sorriso.
— Está sim. — Ele dá risada e continua abrindo as garrafas — Fique tranquila, depois da tempestade, sempre vem a calmaria.
— Espero que minha calmaria apareça logo, já vivo na tempestade há tanto tempo. — Digo, desfazendo meu sorriso.
Sinto meus olhos se encherem de lágrimas, mas respiro fundo, não vou chorar.
— Prontinho, ficou 45,00. — Diz me entregando uma sacola com os dois vinhos.
Tiro uma nota de cem reais da carteira e entreguei para ele. — Fica com o troco, obrigada pelo atendimento.
Ele me olha com os olhos arregalados e abre um sorriso. — Obrigada Senhora, e escute bem o'que vou te dizer, sinto que uma grande mudança vai aparecer na sua vida, mesmo que sua tempestade seja difícil e longa, lá no final o sol aparecerá e a calmaria enfim vai se mostrar, seja paciente e faça as escolhas certas. — Ele me olha com carinho, sinto minhas lágrimas escorrerem pelo rosto.
Apenas olho para ele e dou um sorriso fraco. — Obrigado. — Digo baixinho e saí do bar.
Fico pensando que minha tempestade já dura cinco longos anos, depois de um casamento de seis anos fracassado, empregos perdidos, a perda do meu pai, foi tudo tão rápido, acho que a única coisa que me mantém são, é meu amor pela escrita, meu filho e minha mãe. Eles são as únicas coisas que me mantém bem ainda, porque se não fosse eles, não sei oque seria de mim.
Caminho novamente até meu condomínio, entro e vou para a parte do parque que está vazia no momento, sento em um banco mais isolado e pego uma das garrafas, abro e começo a beber.
Não sei porque ainda me envolvo com outros homens, já é o terceiro cara que me decepciona, estou até pensando em nunca mais olhar para um homem, posso viver com vibradores. Sabe, em pleno século vinte e um, ainda existem homens machistas, que odeiam as conquistas das mulheres, e se algo que nós fazemos não se encaixa no padrão deles, somos julgadas. Sem falar que meu deus, acho que tenho um cupido filho da puta, que vive em 1800, que só gosta de homem machista, porque nunca vi, o dedinho podre.
Algum tempo se passa e já estou terminando a primeira garrafa, não estou tão bêbada, mas pretendo ficar, esquecer toda essa merda.
— Boa Noite. — Ouço alguém falar comigo.
Olho para cima e vejo um homem me olhando, ele é bem gato, está usando uma camiseta branca, que deixa suas tatuagens do braço a mostra, vejo que ele é forte, seus cabelos castanhos estão um pouco grandes e noto que acabou de tomar banho, porque estão úmidos e caindo no rosto dele. Ele tem a pele bronzeada, queria ver a cor dos seus olhos mas está escuro.
Balanço a cabeça saindo dos meus pensamentos e ouço ele dar risada. Por Deus, acabei de falar que não ia mais ficar com nenhum homem, que estaria contente com meus vibradores, e ele me manda um Deus grego tatuado para me atormentar.
— Você tá aí? — Ele fala novamente e noto que sua voz é bem gostosa, traz autoridade, sem falar que tenho certeza que ele é carioca, pelo sotaque. E se tem uma coisa que eu sempre quis é pegar um carioca.
Para!!! Sem pensamentos pecaminosos!
— Oi… é sim… to aqui… boa… boa noite. — Falo um pouco nervosa, acho que ele reparou que sequei ele.
Devo estar mal, porque ele não para de sorrir, e que sorriso lindo… para Maya, que merda! Não sei porque bebo…
— Posso me sentar? — Ele aponta para o espaço vazio ao meu lado.
— Po..pode. — Desvio o olhar dele e dou mais um longo gole no vinho.
Ele senta ao meu lado e não fala nada. O'Que esse homem quer? Além de me deixar excitada só com a presença dele.
Continuo bebendo vinho e ele ainda está em silêncio. — Quer ? — Ofereço a garrafa que não bebi ainda.
Ele me olha por um tempo e aceita. — Qual seu nome? — Pergunto.
— Leonardo, mas pode me chamar de Leo e o seu? — Ele me entrega a garrafa e eu bebo.
— Maya — Olho para ele e o mesmo está me olhando também.
— Bonito seu nome, posso fazer uma pergunta indelicada? — Ele dá um sorriso de lado.
— Acho que sim, mas não responderei se for indelicada demais. — Dou risada.
— Tudo bem. — Ele olha para frente e cruza as mãos. — Te vi uma hora atrás gritando com um homem, é por isso que está bebendo aqui?
— Ual!!! Bem indelicado! — Dou uma gargalhada e passo a mão pelos meus cabelos, jogando eles para trás.
— Desculpa.. eu só, meio… que fiquei intrigado. — Ele me olha e dá um sorriso.
— Acho que está na cara, mas não estou bebendo por aquele idiota, e sim, porque ta tudo uma merda…— Dou mais um gole no vinho.
— Acho que te entendo, mas me conta, porque estavam brigando? — Ele pega a garrafa da minha mão e dá um gole.
— Você é bem fofoqueiro né? — Dou risada e puxo a garrafa da mão dele.
— Sou sim, adoro uma fofoca, agora me conta vai, eu estava saindo pra pegar minha pizza, mas quando te vi aqui, achei que era o destino, quero saber a história. — Ele dá risada.
— Só se me der um pedaço de pizza, e depende do sabor. — Abro um sorriso e olho para ele.
— Meia brócolis com queijo… — Faço uma careta com o que ele fala. — e meia frango com catupiry.
— Nossa… Quase perde a fofoca, quem come pizza de brócolis? Por Deus.
— Essa é do meu amigo, também não gosto.
— Bom, já que ganhei pizza e a minha favorita ainda, vou te contar. — Me ajeito no banco e fico de frente para ele. — O idiota era meu ficante, era até que legalzinho, mas ai descobriu oque faço para ganhar dinheiro…— Ele arqueia a sobrancelha — Sou escritora ta, não faz essa cara de assustado. — Digo e ele dá risada. — Ele surtou, dizendo que não sou uma mulher de respeito e odeio isso, ai mandei ele para você, sabe onde.
— E você escreve o'que? — Ele arqueia a sobrancelha.
— Livros eróticos. — Dou um gole no vinho tentando segurar uma risada.
Ele dá uma gargalhada e volta a me olhar. — Sério? que interessante, mas me conta o'que assustou ele? Para ele estar daquele jeito, leu algo bem pesado.
— Pior que não, ele leu uma das cenas mais simples que escrevi, mas acho que seu ego ficou ferido, por saber que é um merda de cama e não chegou nem perto do que escrevi. — Dou risada. — Vocês homens são todos iguais sabe, só transam com as mulheres pára puro prazer, é difícil achar um homem que pensa na parceira também. Deve ser por isso que quando ele leu o que eu escrevi e viu que nem chegava perto, ele deve ter se sentindo um merda, mas invés de fazer algo bom com isso, preferiu apontar o dedo e me chamar de promíscua.
— Mas me fala, porque você gosta de escrever essas coisas? — Pergunta.
— Não sei ao certo, quando comecei foi por frustração sexual no meu casamento, antes eram romances básicos com cenas básicas, e aí fui aprofundando mais, sempre gostei deste tipo de literatura, as mulheres preferem ler do que ver. — Abro um sorriso de lado. — Quando comecei, era apenas para desestressar, mas aí comecei a ganhar dinheiro e hoje vivo com isso,e é a melhor coisa. — Explico.
— Estou curioso agora, quero ler uma das suas histórias. — Ele dá risada. — Mas me fala, o que vocês mulheres tanto gostam, que os homens não fazem muito?
— Ainda bem que não vou me lembrar dessa conversa amanhã, porque ia morrer de vergonha. — Dou uma gargalhada. — Bom, cada mulher tem um gosto diferente, tem as que gostam de um sexo basico, uma escrita tranquila, outras, gostam de homens mais brutos, tem as que curtem cenas mais masoquistas, e tem as que preferem coisas bem mais pesadas, depende muito. — Olho para ele e o mesmo está pensativo. — Eu gosto de toque, às vezes curto uns tapas, ou um pouco de ser amarrada, mas depende do dia. — Ele se engasga e eu dou risada.
— Desculpa.. é que… é meio estranho ouvir isso… — Ele dá um longo gole no vinho. — Não entendi a parte do toque, é o'que? sexo oral? — Ele fala e dou risada.
— Não, é toque, pele com pele. A maioria dos homens gostam de coisas técnicas, mãos em lugares exatos e pronto. Deixa eu te mostrar. — Me aproximo mais dele e vejo o mesmo ficar tenso. — Não é casado, ou tem namorada né? — Paro e encaro ele.
— Não tenho, fica tranquila. — Ele ri.
Me levanto e tiro a garrafa de suas mãos, me sento no seu colo e ele se assusta, olho para seus olhos e abro um sorriso. — Bom, eu gosto quando o homem explora meu corpo. — Começo a passar a mão pelo seu braço, desço até as mãos dele e subo novamente até os ombros. — Sentir o corpo quente do parceiro no seu. — Levo minha mão até sua nuca e enfio meus dedos em seus cabelos, me aproximo com meu rosto do dele e passo meu nariz em seu pescoço.
Sinto sua respiração ficar mais acelerada, ao sentir sua pele, meu corpo todo se arrepia, sua mão sobe até minhas costas e começa a subir devagar, me afasto do seu pescoço e olho em seus olhos, sua mão se enfia em meus cabelos e ele faz o mesmo que eu, me seguro para não soltar um gemido.
Sua outra mão pousa em minha coxa e começa a acariciar, ele desce até minha panturrilha e sobe novamente a mão lentamente. Quando chega na minha coxa novamente, a aperta com um pouco de força. Não aguentei e soltei um suspiro. Ele pára e me olha fixamente.
— Eu gostei disso. — Abre um sorriso.
Sem pensar me aproximei e selei nossos lábios, no mesmo instante ele deu abertura e começamos um beijo intenso. Ele aperta com força meu cabelo e me puxa para trás, sua boca vai até meu pescoço e sinto sua língua tocar minha pele. Solto um gemido e ele com a outra mão me puxa mais para seu corpo, sinto seu membro rígido na lateral da minha bunda e nesse momento minha calcinha chega fica encharcada.
Ele sela nossos lábios novamente e o beijo fica melhor ainda. Sua língua dança com a minha, uma música agitada. Por Deus, só queria estar em um quarto com esse homem.
Paramos o beijo por falta de ar e nos olhamos fixamente.
Droga! O'Que eu to fazendo?
Me levanto rapidamente do seu colo, vou ajeitando meu vestido e arrumo meu cabelo. — Me desculpa… por isso. — Pego as garrafas de vinho e coloco na sacola.
— Ei, espera, o'que foi? — Ele levanta e me segura pelo braço.
— Isso foi uma loucura, tenho que admitir, mas não podemos, eu nem te conheço direito, acho que tô bêbada demais só pode. — Puxo meu braço e começo a andar.
— Maya, pelo menos me passa seu número. — Ele fala, mas não dei atenção e apertei o passo.
Sigo pelos prédios e entro no meu, o elevador chega e entrei rápido, minha respiração está acelerada, que merda foi essa, porque fiz isso? Eu só posso estar maluca. Passo a mão pelo meu corpo e levo meu dedo até meus lábios. Por Deus, que homem era esse, que beijo foi esse.
Para Maya, esquece isso!
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Atualizado até capítulo 76
Comments
Mirellyb55
Começando ❤️
2024-10-10
0
Adriana Lamas
amo hots principalmente aqueles que deixam a calcinha molhada kkkkk
2024-09-21
0
Quel
começando 14/09. Amando desde o primeiro capítulo
2024-09-14
0