Uma visita Inesperada

Capítulo Sete

Maya

Fiquei um pouco chateada pelo Léo não dormir comigo, acho que até me animei demais, e nunca tinha feito isso, é uma das minhas regras que nunca quebrei. “ Nunca durma com nenhum homem”. Mas com ele eu queria, e quando ele não veio, me senti mal. Deve ser a bebida que tá me fazendo ficar carente, não vejo outra explicação.

Depois de deitar e deixar ele lá, tentei dormir mais não consegui, sabia que ele tinha ido embora porque ouvi a porta da frente, fechei meus olhos e tentei dormir de novo e nada.

Alguns minutos passaram e ouvi a porta do quarto abrir com tudo, me assustei e achei que fosse a Eloise, mas não, para minha surpresa era ele.

Ele só deitou e me abraçou e já senti uma calmaria, não durou muito e nós dois dormimos, agarradinhos.

…

Acordei com a campainha tocando, olhei para cama e o Léo não estava mais, levantei e fui andando até a sala, quando vi o Léo prestes a abrir a porta, resolvi ir no banheiro, fiz minha higiene, e então ouvi a voz do meu filho.

Sai bem rápido, e logo vi Caio, meu ex marido, com uma cara nada amigável para o Léo. Pedi pra ele me esperar no quarto, e meu deus, quando ele bateu de frente com Caio fiquei até excitada. Ele me deu um selinho rápido e foi para lá.

— Que merda é essa em Maya? — Ele cruza os braços.

— Dá pra você entrar e parar de fazer escândalo no corredor. — Dou passagem para ele entrar e fecho a porta.

— Quem é aquele homem? Agora deu pra você ficar trazendo gente para cá, com meu filho aqui. — Ele fala me encarando com raiva.

Respiro fundo, pra manter a calma. — Olha aqui, o que eu faço da minha vida é problema meu, e outra, você deveria ficar com o John até segunda. — Solto um suspiro.

— Trouxe porque a Sarah voltou de viagem, e sabe que ela está cansada. — Ele fala e dou uma risada.

— Dois meses sem ver ele, dois, e você pega ele pra ficar seis dias, e devolve antes, porque a sua namoradinha não gosta. — Dou uma gargalhada. — Você deveria ter vergonha, não te peço nada, nem mesmo a pensão, e você não presta nem pra ver seu filho. Você realmente é um merda.

— Vê como fala comigo, eu não vi ele esses meses porque estava trabalhando. — Ele aumenta a voz. — Você que tá aí, fodendo com outros homens com meu filho aqui, deveria ter vergonha, ainda mais usando essas roupas pela casa.

— Caio, sai da minha casa por favor, não te devo satisfação da minha vida. — Digo indo até a porta, mas ele me segura com força. — Me solta.

— Manda aquele homem embora e vamos conversar, você já foi minha esposa, deveria ter respeito comigo e não ser uma putinha. — Ele aperta com mais força.

— A partir do momento que nos separamos não devo mais nada a você, me solta agora. — Digo tentando puxar meu braço. — Caio você tá me machucando, você sabe bem que nem poderia estar aqui.

— Não deveria, porque você é uma puta ingrata, que nem apanhou direito e já foi correndo atrás da polícia. — Ele levanta a mão pra me bater.

Fecho meus olhos mas não sinto nada.

— É melhor você sair daqui agora, ou vou acabar com você. — Ouço a voz de Léo.

Caio me solta e tenta ir para cima dele, mas o Léo é mais rápido e dá um soco no nariz dele. — Seu desgraçado.

— Vai embora agora Caio, ou eu chamo a polícia de novo. — Digo nervosa.

Vejo John na porta do quarto e ele está chorando, ele vem até onde eu estou e me abraça. — Tá vendo, você cria nosso filho que nem uma marica. — Ele dá uma risada e John me abraça mais forte.

Léo abre a porta e começa a empurrar ele para fora. — Vai embora, filho da puta, ou vou acabar com você aqui mesmo. — Léo fala nervoso.

— Ela deve estar dando bem pra você, pra até estar defendendo ela, mas tome cuidado, essa daí é uma cobra. — Ele dá risada e vejo Léo dar mais um soco nele.

Ele bate as costas na porta do apartamento do Léo e logo ela se abre e Dennis aparece. Ele encara o Caio com raiva, e pega ele pelo braço e o arrasta até o elevador, junto com Léo.

Me sento no sofá e abraço John que ainda está chorando. — Desculpa mãe, não queria que ele te machucasse.

— Não é culpa sua, filho, não chora. — Sinto as lágrimas escorrerem pelo meu rosto.

Abraço ele com mais força e logo vejo Léo voltar. Ele fecha a porta e vem até onde estou. — Você está bem ?

— Tô sim, obrigado Léo, se não fosse por você, aquele desgraçado ia acabar me machucando. — Falo em meio às lágrimas.

— Ei, não chora, eu tô aqui, ele não vai mais tocar um dedo em você. — Ele se agacha na minha frente e abraça eu e o John.

Ele se afasta e faz carinho no meu rosto, secando as lágrimas. John se levanta e abraça Léo com carinho. — Pode ficar com a minha mãe, eu gosto de você. — Ele fala e eu dou risada.

John vai para o quarto e continuei sentada, Léo ainda está ajoelhado na minha frente me olhando. — Desculpa por tudo isso, não esperava que ele viesse aqui, ainda mais com a medida protetiva contra ele. — Solto um suspiro.

Léo senta ao meu lado e me puxa para seus braços. — Não precisa se desculpar, ele é um babaca, só não bati mais nele por causa do John. — Ele me dá um beijo na cabeça.

— Era só eu fechar a porta, isso é o mínimo que aquele desgraçado merece, sofri anos na mão dele, e quando juntei provas para ele ir para cadeia, só fizeram uma medida protetiva, porque ele pagou eles. — Solto um suspiro.

— Agora fiquei com vontade de ir atrás dele. — Léo fala e rimos.

— Quer tomar café aqui comigo ? — Pergunto olhando para ele.

— Com toda certeza. — Ele me beija.

Me levantei e fui trocar de roupa, depois preparei o café e Léo me ajudou, montei a mesa e chamei o John, e falei para o Léo ver se Dennis e Eloise queriam tomar café também.

Em alguns minutos todos estavam na mesa, Eloise ficou preocupada comigo, e não me largou desde que chegou.

Tomamos nosso café e logo os meninos se despediram e foram embora, arrumei as coisas com a Eloise e depois sentamos na sala e ficamos ouvindo o John tocar.

— Como foi sua noite ? — Ela pergunta.

— Odeio admitir, mas foi maravilhosa. — abro um sorriso.

— A minha também, Dennis é incrível. — Ela abre um sorriso maior ainda. — Gostei da forma que o Léo te protegeu hoje.

— Nem me fala, se não fosse ele aqui, nem sei o que tinha acontecido. — Solto um suspiro. — Não sei Eloise, me sinto diferente com ele, e porra, só conheço ele a quatro dias praticamente. — Olho para ela. — Até minha regra de dormir junto quebrei ela, mas foi a melhor escolha que eu fiz, me senti tão em paz com ele.

— Ele parece ser um cara legal, dá uma chance, lembre-se que ele apareceu em um momento que você estava bem mal, às vezes é Deus colocando algo bom na sua vida. — Ela me abraça.

Pode ser que Eloise esteja certa, acho que vou dar uma chance, quero conhecer ele melhor, meu filho já gosta dele, e eu acho que também.

— Mãe, quero sair hoje. — John fala.

— Que tal um cinema? Depois McDonald 's, e compras? — Digo e ele já fica animado.

— Amiga, não vou poder ir com vocês, tenho que ir pra casa da minha mãe, mas da próxima estarei. — Eloise fala se levantando.

— Fica em paz amiga. — Me levanto e vou indo para o quarto.

Eloise foi embora e eu estava terminando de me trocar, John já estava pronto tocando na sala. Peguei meu celular e tinha uma mensagem do Léo.

Leonardo: “ Posso estar louco, mas já estou com saudades.”

Olho a mensagem e dou risada, mal ele sabe que também estou.

Vou para a sala e John para assim que me vê. — Filho, o que acha de chamarmos Léo pra ir?

— Eu ia adorar. — Ele fala animado.

— Vou falar com ele e ver se ele não está ocupado. — Digo.

Saio do apartamento e vou até o dele, toco a campainha e logo Léo abre. — Ual! Que surpresa. — Ele abre um sorriso.

— Já que estava com saudades e pode ser que eu também, queria saber se quer sair comigo e com o John hoje ? Vamos ao cinema. — Falo tentando não demonstrar tanta animação.

Nunca me senti tão nervosa para falar com alguém, queria muito que ele aceitasse, mas só de pensar nele falar não, já fico chateada.

O'Que está acontecendo comigo?

— Se não for nenhum incomodo, seria perfeito. — Ele fala e já abro um sorriso.

— Ótimo, vou comprar seu ingresso e espero você no meu apartamento. — Falo animada.

— Tá bom, vou me arrumar rapidinho. — Ele diz.

Me preparo para voltar quando sinto ele me puxar, ele me segura pela cintura e me beija. — Você está linda. — Ele sussurra no meu ouvido.

Não consigo nem falar nada, ele entra e fecha a porta e eu fico parada sem reação. Vou andando devagar até meu apartamento e quando fecho a porta, abro um sorriso bobo. — Mãe, você tá bem? — John me tira do meu transe.

— Tô…tô sim… ele aceitou ir — gaguejo.

John fica animado, vou até o banheiro e passo uma água no rosto, minha respiração está descontrolada, porque tô assim? Ele é só um homem, que conheci a quatro dias, porque ele me causa isso?

Respiro fundo e saio, retoco minha maquiagem, ouço a campainha tocar, ouço Léo conversando com o John.

Pego meu celular e compro os ingressos para daqui uma hora. Fico um tempo sentada na cama ouvindo os dois dando risada. Era difícil John se relacionar com outras pessoas, e ver ele rindo e conversando com alguém que ele mal conhece me deixa feliz. Acho que é um sinal de que realmente devo dar uma chance ao que estiver acontecendo.

Saio do quarto e os dois estão no sofá, olhando algumas coisas no celular do John. — Vamos meninos? — Pergunto e os dois me olham.

Eles se levantam e vão em direção a porta. Léo abre e os dois saem, pego minha bolsa e a chave do carro e fecho a porta.

— Mãe, o Léo, gosta de carros também, podíamos chamar ele para aquele evento na semana que vem né? — John fala animado.

— Podemos sim, mas ele só vai se não estiver ocupado. — Passo a mão na cabeça dele.

— Creio que não estarei, mas aviso você antes. — Ele abre e um sorriso.

O elevador chega e descemos até o estacionamento, estou indo até meu carro quando Léo para. — Vamos no meu, deixa que eu dirijo. — Ele fala.

Apenas assenti com a cabeça e segui ele. Ele abre a porta e ajusta John no banco de trás. Fico reparando o quanto ele é atencioso com ele. Quando eu vou abrir a porta da frente, ele vem e abre pra mim. Abro um sorriso e entro.

Ele entra logo depois e dá partida no carro. Fico observando o carro todo e é lindo. — Gostou do carro? — Ele pergunta.

— Adorei, tinha visto ele em um evento que fui com John, e fiquei apaixonada, mas não consigo largar minha Range por nada. — Dou risada e ele também.

— Mãe o Leo disse que tem uma Lamborghini também. — Ele fala animado.

— Ual! Essa sim é linda. — Abro um sorriso.

Chegamos ao shopping e depois fomos ao cinema, escolhemos um filme de terror, foi tudo maravilhoso, depois saímos para comer e paramos em algumas lojas de música e depois fui em uma livraria, Léo comprou algumas coisas para ele também e pude conhecer um pouco do seu gosto.

E por incrível que pareça temos gostos iguais e eu adoro isso.

John se divertiu demais com o Léo, e eu também, acho que quem nos olhava de longe, achava que éramos uma família. Senhor, porque sou tão louca de estar pensando isso.

Voltamos para casa e Jhon já entrou correndo, fiquei na porta com Leo. — Foi divertido, obrigado por nos acompanhar. — Encosto no batente da porta e abro um sorriso.

— Obrigado vocês por me convidarem. — Ele se aproxima. — Sem falar que você está linda e eu me controlei o tempo todo, para não beijar sua boca. — Ele fica bem próximo e seu nariz encosta no meu.

— Não precisava ter se controlado. — Abro um sorriso e ele me beija.

Ponho a mão em sua nuca e o puxo para mais perto. — Já não quero mais te largar, o que você fez comigo em ? — Ele abre um sorriso e me dá um beijo calmo.

— Eu que pergunto o'que você fez comigo. — Dou uma risada.

— Vou deixar você descansar, me manda mensagem depois. — Ele me dá mais um beijo que deixa até minhas pernas bambas.

Leo se vira e entra no seu apartamento, eu fico olhando para ele e vai fechar a porta, abre um sorriso e me manda um beijo.

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