Apenas um passa tempo?

Capítulo Nove

Maya

Acordo sentindo o corpo quente e nunca do Léo no meu, me aconchego um pouco nos seus braços e aproveito a sensação gostosa.

Olho para cima e ele está dormindo tranquilamente, fico observando seu rosto e como ele é bonito.

Tento me levantar devagar, mas logo ele me puxa de volta e dou uma risada baixa. — Tá tão gostoso, não levanta agora não. — Ele fala baixinho.

— Você tá me acostumando, mal demais. — Abraço ele, e o mesmo dá risada.

— Para, tá tão quentinho, sem falar que você tá com esse corpo nu gostoso aí, e ainda quer me abandonar dessa forma. — Ele me aperta mais e beija minha cabeça.

Ó Deus, porque tem que ser tão bom, eu sei que depois eu vou me ferrar, já não quero nem mais dormir longe dele, não posso me apegar tanto.

Ouço meu telefone tocar e nós dois bufamos. — Os deveres me chamam, senhor gostoso. — Me afasto dele e o mesmo dá risada.

— Tudo bem, senhora gostosa, mas está me devendo mais dois minutos de conchinha. — Ele diz me olhando.

— Prometo pagar, e em breve se quiser. — Olho para ele mordendo os lábios.

— Não faz isso, se não você não sai desse quarto hoje Maya. — Ele me puxa e dá um beijo gostoso no meu pescoço.

— Para Léo, assim não consigo levantar. — Digo me afastando de novo e levantando da cama rápido.

Ele fica me olhando, e eu o provoco indo até meu banheiro rebolando. — Filha da mãe, você tá ferrada, dona Maya. — ele grita do quarto e eu dou risada.

Fiz minhas higiene e Léo se trocou e foi para o apartamento dele, tomei um banho depois disso e me troquei, logo o John descia e ia levar ele para escola.

Terminei tudo e fui tomar um café forte, preparei um pão com manteiga e fiquei parada na cozinha pensando na noite de ontem.

Eu me sentia bem, em todos os sentidos, acho que é a tal calmaria, meu trabalho tá bom, minha vida sexual tá maravilhosa, mas só pelo Léo. Aaah Deus o Léo, estou me apegando demais a ele. Esse é o quinto dia, e já estou assim, não sei oque faço, quanto mais tento me afastar, mas parece que nós dois grudamos um no outro.

E não quero me afastar, porque está sendo tão bom, tão gostoso. Mas quando isso acabar, vai ser muito ruim e doloroso.

Ouço a porta da frente abrir e John me chama. — Bom dia Mãe. — Ele me dá um abraço gostoso.

— Bom dia meu amor, já está pronto? — Pergunto.

— Sim.

Saímos de casa e fui levar ele na escola, depois passei no shopping, precisava ver um notebook novo pra mim, o meu já era um pouco velho.

Comprei oque precisava e voltei para casa, assim que cheguei dei uma organizada em tudo e fui para meu escritório escrever.

Um mês depois

O mês passou rápido demais, consegui escrever metade do segundo livro, eles aprovaram há três semanas e como já havia escrito uma coisinha, complementei e estava indo super bem. Já me mandaram até a porcentagem adiantada do segundo livro.

Eloise se mudou para minha casa, ela teve um problema com o apartamento dela e vai ficar aqui mais ou menos um mês. Por sorte tenho um quarto vago, que sempre foi dela.

A duas semanas meu advogado me avisou que minha cidadania italiana saiu, como tenho um parente italiano consegui para mim, John e minha mãe, sempre tive o sonho de ir para lá, sem falar que tem uma ótima escola de música que seria perfeita pro meu filho.

Já parei um tempo para ver as passagens, uma casa lá, mas ainda estou relutante, se for para lá, vai ser para morar, e por tempo indeterminado.

Mas no momento não vou pensar nisso, tenho tempo para me organizar.

Eu e o Léo, estamos próximos demais e isso me assusta às vezes, acho que esse mês, dormimos longe um do outro apenas umas quatro vezes, e quando ele não estava, nem consegui dormir direito.

Sempre revezamos, às vezes durmo lá, ou ele dorme aqui, eu prefiro ficar na minha casa, mas gosto também de ir para lá.

Estamos nos conhecendo bem, ele me contou sobre a família, sobre ele, e eu também me abri em algumas coisas. Nosso sexo e sempre maravilhoso, no começo quando ele quis ler meus livros, achei que ia tentar fazer algo que estava lá, mas não, ele nunca nem comentou sobre.

Odeio admitir mas estou sentindo algo a mais por ele, e isso que me quebra, não sei oque ele sente em relação a mim, não sei se sou apenas um passa tempo, é foda.

Estou deitada na cama do Léo, acordei há alguns minutos e estou dando uma olhada em algumas mensagens que recebi, referente a minha cidadania na Itália.

Leo não está na cama, mas sei que está na sala com Dennis, porque consigo ouvir os dois daqui.

Estou entretida com meu celular, quando escuto a risada alta de Dennis. Paro e presto atenção na conversa.

— Sinceramente achei que você seria pai primeiro, sempre foi seu sonho ter filhos, e agora seu irmão nos surpreende. — Dennis dá risada.

— Nem me fala, mas fico feliz que ele se acertou com a Brenda, os dois foram feitos um para o outro. — Ele fala com orgulho. — E até eu mesmo achei que teria filhos primeiro, mas ainda terei os meus.

— Eu sei que vai ter, você vai ser um bom pai cara, isso tenho certeza. — Dennis fala.

Realmente ele seria um ótimo pai, mas eu não me encaixo nesse futuro, acho que agora tenho certeza que só sou um passatempo na vida dele. Não sei como ainda pensei que poderia rolar algo mais.

Sinto uma dor no peito, isso nunca daria certo, não sei como criei alguma expectativa na minha cabeça. Preciso me afastar de vez agora, se continuar com o'que temos vai ser muito pior depois, eu sei que já estou me apaixonando, isso se já não me apaixonei.

Que merda!

Sento na cama e passo a mão pelos cabelos, meu estômago chega revira. Preciso sair daqui, preciso de ar.

Começo a me vestir rápido, vou até o banheiro e faço minha higiene, saio e pego minhas coisas, respiro fundo e saio do quarto, os dois me olham saindo e logo Léo abre um sorriso.

— Bom dia Maya. — Dennis fala.

— Bom dia. — Falo um pouco sem graça. — Léo, tenho que resolver umas coisas, preciso ir. — Digo rápido e vou indo até a porta.

Ele vem atrás de mim e abre a porta, saímos para o corredor e quando vou para a porta do meu apartamento ele me puxa. — Ei, calma, não vai me dar nem um beijo. — Ele sorri e segura meu rosto.

Beijo ele e sinto meus olhos encherem de lágrimas, coloco minha mão na sua nuca e o puxo para mais perto, esse vai ser nosso último beijo.

A falta de ar chega e me afasto dele. — Tchau Léo. — Digo e vou rápido para o meu apartamento, não olho para ele nem uma vez.

Assim que entro, fecho a porta e uma falta de ar chega, corro para meu quarto e me jogou na cama, deixo as lágrimas descerem e choro sem parar, vejo alguém entrar no quarto e é Eloise.

— Ei, ei, calma, o'que aconteceu? — Ela me abraça e eu desabo mais ainda em seus braços.

Depois de minutos consigo me acalmar. — Respira, me conta o que aconteceu. — Ela fala calmamente e faz carinho em mim.

— Eu sou tão idiota, me apaixonei por ele, e nem me toquei que não tenho futuro, sou só um passa tempo. — volto a chorar.

— O'Que ele fez ? Me fala que vou agora mesmo arregaçar a cara dele. — Ela fala e dou risada.

— Ele não fez nada, ouvi ele falando com Dennis, sobre ter filhos, é o sonho dele, e eu não me encaixo nele Eloise, você sabe bem, não posso continuar com isso, não posso criar expectativas em algo que sei que não vai acontecer. — Digo em meio às lágrimas.

— Amiga, calma. — Ela me abraça mais forte. — Conversa com ele.

— Não, eu já tomei minha decisão, vou me afastar, e outra vou para Itália, vai ser melhor para nós dois assim, ele precisa arrumar alguém que de uma família para ele, e eu não sou essa pessoa, não posso mais ficar no caminho dele. — Falo em meio aos soluços.

— Amiga, não faz isso, ele gosta de você, e eu vejo isso, a forma como ele te olha. — Ele me olha nos olhos. — Conversa com ele, da uma chance de ele pelo menos falar algo.

— Não, já me decidi, não vou fazer isso. — Me afasto e limpo minhas lágrimas. — Vou tomar um banho, e depois vou ligar para meu advogado.

— Maya, não faz isso, vai ser pior. — Ela fala, mas não dou atenção e entro no banheiro.

Preciso me afastar dele, preciso esquecer tudo isso, vai ser para o bem dos dois.

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