Mudanças? Descobertas?

Capítulo Quinze

Leonardo

Já faz duas semanas que a Maya me ligou, e o que eu achei que seria bom, se tornou meu pior pesadelo.

To pior, não quero falar com ninguém, meus dias se resumem a trabalhar de manhã, resolver tudo, depois ir para casa, se enfiar no meu escritório e beber até cair. Esse é o único jeito de conseguir dormir.

Dennis disse que ia voltar para o Rio, mas proibi ele, prometi que ia melhorar e ele não acreditou muito. Só que não quero que ele se preocupe, ele está tendo a vida dele em São Paulo e não quero atrapalhar ele.

Hoje é sábado e vai ter baile, não bebi o dia todo, quero curtir um pouco com meus irmãos, e vai ser bom pra desestressar.

Olho no relógio e já é quase meia noite, troco de roupa e saio de casa, subo na minha moto e vou até a quadra onde tá tendo o baile.

Assim que entro, geral abre espaço pra eu passar, subo pro camarote, e vejo Erick com sua noiva, e o Fábio tá com uma puta.

— Olha quem tá aqui, achei que não ia vim. — Erick fala se levantando e me cumprimentando.

— Decidi sair da toca um pouco. — Digo e ele da risada.

Vou até o bar e pego uma dose, começo a beber e olhar a movimentação, o baile tá lotado, e isso alegra meu bolso.

Fiquei com Erick e minha cunhada, bebemos e conversamos, mas logo os dois resolveram ir para casa, ainda mais que ela tá grávida, o Fábio sumiu, deve tá comendo a mina que ele tava, esse moleque não tem jeito.

Estou sentado quando vejo uma morena subir o camarote, na hora reconheci ela, solto um suspiro e já sei que ela vai ficar no meu pé.

— Oi Léo, quanto tempo. — A mina fala.

Respiro fundo e dou um gole na minha bebida.

— Fala aí Bruna. — cumprimento ela e a mesma senta do meu lado.

— Voltei hoje pro morro, soube que ficou um tempo fora. — Ela fala.

— Fiquei, mas já tô de volta. — Digo e nem olho para ela.

— Qual foi Leo? Não tá feliz em me ver? Senti sua falta. — Ela coloca a mão no meu ombro e abre um sorriso.

— Só não tô num dia legal. — Levanto e vou até o bar, peço outra dose e ela fica me olhando. Me sento no sofá e dou mais um gole na minha bebida. Ela vem de novo até onde estou e senta no meu colo.

— Na boa Bruna, não tô afim. — Digo encarando ela.

— Posh Léo, estava morrendo de saudades, desde que cheguei, só queria ver você, vamos relembrar o'que fazíamos antigamente. — Ela passa a mão no meu peito e vai descendo até meu membro. Ela acaricia e ele dá sinal de vida.

Bruna é uma mina que morava no morro a anos atrás, ela tem minha idade e perdeu a virgindade comigo, na época éramos amigos, depois de acabarmos transando depois de uma festa, ficávamos sempre que podíamos, só que aí ela foi embora, pra estudar fora, nem senti falta, na época era muleke, mas sabia que ela sentia algo.

Quer saber, preciso esquecer a Maya, a bosta da bebida não tá resolvendo, então quero desestressar dessa merda.

— Bora. — digo e ela abre e um sorriso.

Levanto e pego ela pelo braço, vou até a minha sala, e entro. Sento no sofá e ela para na minha frente. Começa a tirar a roupa e fica toda pelada, ela vem até mim e tenta me beijar mas não deixo.

— Sem beijo. — Digo e ela não fala nada.

Ela começa a abrir minha calça e tira meu pau pra fora. Pego ela pelo cabelo e boto ele na boca dela. Ela começa a chupar, e depois de um longo tempo, acabei gozando na boca dela.

Ela vem pra cima de mim, mas não tô mais afim. — Bruna se veste, não tô afim.

— É sério Léo? Caramba, faz anos que não nos vemos, o'que tá acontecendo? — Ela fala e já comecei a me estressar.

— Oque tá acontecendo é que não tô afim porra, então põem sua roupa e vaza daqui caralho. — falo com raiva e ela se assusta.

Me sento na cadeira e fico olhando ela se vestir e sair.

Abro a gaveta da minha mesa e vejo um saquinho de pó, fico olhando ele por um tempo e fecho a gaveta. Não vou fazer isso, já faz anos que não me drogo, não posso fazer isso com a minha vida.

Saio da minha sala e vou direto pra casa, vou pro meu quarto e tomo um banho demorado, termino e vou dormir.

Cinco meses depois

— Tô feliz que você tá melhor cara. — Dennis fala contente.

— Só tô assim, por causa de você e dos meus irmãos. — Abro um sorriso. — E outra só parei de beber, porque esquecer aquela doida, não sei quando vai acontecer. — Dou risada.

Já faz seis meses que a Maya foi embora, depois do dia que ela me ligou não soube mais nada dela, e nem perguntei sobre.

Passei três meses acabando comigo mesmo, não parava de beber. Até que um dia o Dennis apareceu lá no morro e me deu uma pisa tão grande, que no mesmo dia parei de beber. Desde então não coloquei uma gota de álcool na minha boca.

Decidi que vou organizar minha vida, quero sair da vida do crime, por isso passei a liderança pro meu irmão, voltei pra São Paulo hoje e vou abrir a empresa com o Dennis.

Ele tá feliz pra caramba, ainda mais que descobriu que a Elo tá grávida de quatro meses, ele pediu ela em casamento tem duas semanas e os dois estão lindos juntos.

Estou na casa do Dennis, eles me chamaram para almoçar, já que não tem nada no meu apartamento ainda, estou sentado no sofá junto com a Elo assistindo jornal.

Ela levanta pra poder pegar algo na estante e logo uma notícia urgente começa a passar na tv. Ela para e olha assustada, vejo que sua respiração acelera e vou até ela. — Elo, o que foi? — Falo com ela e a mesma não responde. — Dennis. — grito e ele vem rápido pra sala.

Ela está com os olhos na tv, e não consegue falar nada, pego o controle e aumento, e tento ouvir oque estão falando.

“— Plantão de Notícias: Médico Preso por Falso Diagnóstico e Experimentos em Pacientes

Hoje, o médico Roberto Marcelo de Souza foi preso após ser denunciado por uma de suas pacientes por falso diagnóstico. Além dele, outras doze pessoas também foram detidas. Segundo informações da polícia, Roberto supostamente fornecia diagnósticos falsos a mulheres, submetendo-as a experimentos sem o conhecimento delas.

As autoridades encontraram mais de cinquenta prontuários médicos em sua casa e consultório. A polícia está coletando depoimentos de todas as mulheres que foram pacientes dele. Os detalhes são chocantes: retiradas de órgãos saudáveis, uso indevido de medicamentos extremamente fortes em pacientes saudáveis e até procedimentos de aborto ilegais realizados sem o conhecimento das vítimas.

Até o momento, seis pacientes foram confirmadas como vítimas fatais desses procedimentos. Estamos agora com nosso repórter na frente da delegacia para trazer mais informações sobre esse caso revoltante.”

Dennis desliga a tv e vejo que Elo está chorando.

— Calma amor, respira, Léo pega água pra ela. — Vou até a cozinha e pego um copo de água, volto e entrego para ele. — Amor, toma, fica calma, pensa no bebê vida.

Ela tenta respirar e vai se acalmando. — Elo, me explica o que aconteceu, porque você ficou assim? — Dennis pergunta de forma calma.

— O médico. — Ela aponta para tv.

— O'Que tem amor? — Dennis parece preocupado.

— É o médico da Maya, foi ele que diagnosticou o câncer dela, ele que fez a cirurgia dela. — Ela voltou a chorar.

Que porra é essa? Me levanto e passo a mão pelo cabelo.

— Preciso ligar para ela, Dennis, ela já deve ter visto a notícia. — Elo tenta levantar mas Dennis não deixa.

— Deixa que eu pego seu celular, fique sentada — Ele levanta e pega o celular dela no balcão da cozinha.

— Dennis, o que esse homem fez com a Maya, você ouviu as coisas que ele fazia? — Ela pega o celular trêmula.

Eu não tô conseguindo ter reação alguma, olho para Dennis e ele me olha preocupado, não sei o que fazer, a não ser esperar ela falar com a Maya.

Me sento no sofá e ponho a mão no rosto, só quero saber como ela está, se ela está bem? O'Que esse desgraçado realmente fez com ela?

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