Não querendo arranjar problemas com os seres sobrenaturais, Laura deixou aquele quarto vazio com uma sensação extremamente angustiante. Seu coração e sua mente não conseguiam mais se controlar, tudo estava muito confuso e seu corpo suava frio. Certa de que o que havia visto era real, Laura percebeu que a figura parecia estar se aproximando dela, andando para trás. Sentia até que subir as escadas que ligavam o terceiro andar seria uma tarefa difícil, pois suas articulações estavam extremamente fracas. Não havia uma única pessoa saindo; o segundo e o terceiro andares estavam realmente silenciosos, em contraste com o primeiro andar, onde às vezes alguém saía de seu quarto.
Se ao menos alguém saísse de seu quarto para conversar um pouco, talvez esse medo amainasse. Infelizmente, não havia ninguém; Laura apenas acelerou seus passos para entrar rapidamente em seu quarto. Contudo, sua mente relutava em ir para seu próprio espaço. Ela queria ir até o quarto de Andrea. A verdade é que estar sozinha em seu quarto também a aterrorizava, pois lá também reinava uma atmosfera macabra. Laura decidiu correr para chegar rapidamente ao quarto de sua amiga; ela planejava dormir lá naquela noite.
"Eh! Boa noite, Dona Melati." Laura cumprimentou a administradora que passava apressada.
Entretanto, Dona Melati não respondeu e continuou descendo as escadas com seu vestido branco, que exalava um perfume de rosas. Laura ainda teve tempo de olhar para trás, intrigada. Embora Dona Melati fosse normalmente rígida, ela costumava responder ao cumprimento, mesmo que com uma palavra. Não fazia sentido que ela não tivesse escutado. Laura espiou pela grade da escada para observar Dona Melati, mas a figura já havia desaparecido, levando consigo o silêncio daquela noite.
"Como ela sumiu? Será que ela andou tão rápido assim?" Pensou Laura, cheia de curiosidade.
Seja pela curiosidade ou por alguma energia que a chamava, Laura desceu as escadas novamente em busca de Dona Melati, que parecia desaparecer com facilidade. Seus olhos vasculhavam o ambiente à procura da figura dela, mas no segundo andar também não havia ninguém. Com certeza, se ainda estivesse pelo meio da escada, ela seria visível. Não era possível que a mulher tivesse pulado do segundo andar. O que havia ali era apenas silêncio. O nariz de Dona Melati não podia ser visto ali; talvez o que ela viu antes tivesse sido um fantasma.
"Você está me procurando?" Uma voz veio de trás.
"Meu Deus!" Laura se virou e quase escorregou de susto ao ver quem a cumprimentava.
"Não busque saber o que não é da sua conta, você pode se machucar." Disse Dona Melati com um tom frio.
"Desculpe, senhora. Eu pensei que a senhora tivesse ido a algum lugar. Como sumiu tão rápido?" Laura respondeu, nervosa.
Dona Melati apenas sorriu e continuou descendo para o andar de baixo. Daquele ponto, Laura conseguia ver até o primeiro andar, que era muito amplo. Ela viu que Dona Melati passava pela porta dos fundos, indo em direção a aquele lugar, mas Laura decidiu que não queria mais saber. Era melhor ela ir logo para o quarto de Andrea, pois a sensação estava extremamente opressiva.
"Quem é?" Andrea gritou de dentro do quarto quando a porta foi batida.
"Sou eu, por favor, abra a porta." Exclamou Laura, sentindo que alguém a atravessava.
"Qual é o seu nome?!" Perguntou Andrea, hesitante em abrir a porta.
"Laura! Abra logo a porta." Laura gritou com força.
Andrea abriu a porta e puxou Laura para dentro do quarto rapidamente. A sensação de abrir a porta à noite era realmente assustadora. Laura estava pálida, assim como Andrea, que também estava aterrorizada, um claro reflexo de seu rosto angustiado.
Tama contemplava seu quarto, que sempre teve uma atmosfera diferente desde o dia em que entrou aqui. Nesta noite, ele não tinha trabalho e também não havia amigos por perto. Para desvendar o que realmente aterrorizava os outros moradores, Tama saiu de seu quarto com uma coragem renovada, indiferente ao que poderia encontrar pela frente. Pelo menos, ele precisava descobrir que criatura estava assombrando todos os residentes.
Os olhos do jovem fixaram-se na árvore de manga, que realmente parecia bastante assustadora, considerando que ainda era apenas oito horas da noite. Na cidade, certamente havia muitas pessoas acordadas, algumas até celebrando ou se divertindo na balada. No entanto, o local onde ele morava parecia um cemitério sombrio. E, de fato, havia um cemitério ali. Tama observou algo que subia a árvore de manga de cabeça para baixo, pronunciou uma oração e se aproximou da árvore com um sentimento de enorme tranquilidade. Ele não sentia medo algum, mesmo sem ter conhecimento sobre questões sobrenaturais. No fundo, Tama acreditava que Allah o protegeria.
"Quem é você, na verdade?" pergunta Tama ao ser.
"Não se meta, eu já estou aqui há muito tempo..."
"Você está nos perturbando! Por isso, preciso me meter!" exclamou Tama.
"Ousado, não é? Se meter nos meus assuntos..."
A criatura gritou com um som estrondoso, perturbada pela presença de Tama, enquanto o jovem foi lançado para trás pelo poder daquele grito ensurdecedor. Ele colidiu com a borda da mesa de cerâmica, contorcendo-se e não esquecendo de mencionar seu Deus. O ser voou e pairou bem na frente do rosto de Tama.
"Você pode apenas me impedir de tocar em você, mas isso não significa que pode me expulsar." A criatura disse, com um sorriso mortal.
"Eu certamente vou acabar com você, pode esperar." Ameaçou Tama.
"Parece que seu coração e sua vida seriam um belo lanche, se eu pudesse senti-los." A criatura se esticou em direção a ele.
Num instante, ela desapareceu da vista. Tama soltou um suspiro pesado, percebendo que realmente havia aquela criatura maldita por ali. E não era apenas um espírito; era uma espécie de demônio potente, cuja maldade acumulava-se ao longo dos anos. Não se sabia quantas almas já haviam sido devoradas por ele durante sua vida como demônio.
Tama se levantou, segurando o ombro que ardia de dor, provavelmente um hematoma devido ao impacto poderoso. Ele então retornou ao seu quarto no primeiro andar, sentindo que precisava encontrar um amigo que entendesse sobre seres sobrenaturais. Tama não percebeu que havia um par de olhos afiados observando-o com desdém, pertencentes a uma figura pintada com batom vermelho intenso.
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Atualizado até capítulo 134
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