Meia-noite, Caca acordou porque estava apertada para ir ao banheiro. Porém, seus ouvidos registraram o som de alguém varrendo ao lado da casa. Caca lembrou que aquele lado também era um cemitério. Como poderia haver alguém varrendo no meio da noite? A sensação era de que não teria coragem de ir ao banheiro, ainda mais porque à tarde o banheiro já tinha presentado seu jeito peculiar. Era melhor segurá-la como sempre fazia. Às vezes, Caca também segurava sua vontade de urinar à noite quando dormia no dormitório, porque o banheiro lá era mais longe e parecia muito assustador à noite; ninguém se atrevia a ir sozinho.
Às vezes, as crianças enviavam mensagens aos amigos para irem ao banheiro juntas, porque o dormitório tinha um grupo no WhatsApp usado para situações de emergência. Por exemplo, quando alguém queria ir ao banheiro à noite, só saia com um amigo novo. Às vezes, até aqueles que eram mais ousados levavam um balde para coletar sua urina. Mas Caca não queria fazer isso, pois acreditava que um espírito acabaria se instalando em seu quarto por causa do cheiro do seu líquido sujo. Agora, ela estava muito precisando urinar, parecia estar na ponta da lâmina. No entanto, a coragem de Caca não aparecia, e Lita estava dormindo profundamente.
"Quem está varrendo a essa hora?" reclamou Caca, já sentada e inquieta.
Sreeek, sreeek.
O som do rodo se intensificou aos ouvidos de Caca, e de repente a eletricidade se apagou, deixando tudo nas trevas. Caca entrou em pânico e tateou a cama em busca de seu celular, mas não conseguia encontrar o aparelho, que estava jogado em algum lugar.
"O que foi, Ca?" A voz de Lita surpreendeu Caca.
"Ficou sem luz, estou precisando ir ao banheiro." Respondeu Caca, aliviada por Lita ter acordado.
"Então vamos, eu te levo." Convidou Lita.
Caca segurou a mão de Lita, que estava usando uma roupa longa. Ela andou cautelosamente, pois a escuridão era intensa e seus pés não podiam pisar em qualquer lugar. Lita permaneceu em silêncio à sua frente, e a porta do banheiro já estava aberta.
"Espera aí, Ta." Caca entrou rapidamente no banheiro e aliviou-se.
Depois de terminada, ela saiu e procurou por Lita novamente. A visão de Caca estava completamente escura, pois não havia luz nenhuma. Isso dificultou muito a procura por Lita, que a havia acompanhado.
"Lita! Você foi na frente, não é?" gritou Caca, sem conseguir encontrar Lita.
Gludaaak, gludaaak.
O vaso sanitário fez barulho novamente, como se algo estivesse sendo batido. Caca ficou aterrorizada e correu para a frente, já que não conseguia localizar Lita. Talvez Lita tivesse ido na frente, temendo esperar por ela fora do banheiro. Felizmente, logo as luzes foram acesas.
"Graças a Deus, finalmente a luz voltou." Caca ficou muito feliz.
Na verdade, ela estava com muita sede, mas não queria beber água com medo de ter que urinar novamente. Entrou rapidamente no quarto e parou, Lita continuava dormindo na mesma posição de antes do apagão. Não havia nada de diferente na posição de Lita, Caca se sentiu fraca e sem palavras ao perceber que acabara de encontrar um fantasma; fazia sentido o fato de que a mão de Lita parecia muito grande quando a segurou.
"Ó Deus, proteja-me." Caca começou a chorar de medo.
Lita pareceu ouvir alguém chorando, então acordou, esfregou os olhos e viu Caca sentada, chorando e roendo as unhas.
"Ca! O que aconteceu, Ca?" Lita perguntou, preocupada ao ver a amiga chorando.
"Estou muito assustada, Lita." Caca soluçou, secando as lágrimas.
"Não tem nada, não tenha mais medo." Confortou Lita.
"Como não tem nada? Acabei de ser acompanhada ao banheiro por um demônio." Caca ficou um pouco irritada agora.
Lita ficou um tanto surpresa ao ouvir Caca dizer que fora acompanhada por um demônio. Como poderia um demônio acompanhar uma pessoa? Lita ainda não entendia bem o que havia acontecido com Caca, que continuava a chorar.
"Eu estava precisando muito ir ao banheiro, Ta! Ouvi alguém varrendo ao lado da casa, então de repente a luz apagou. Peguei uma mão e pensei que era a sua, e ela me levou até o banheiro." Relatou Caca em um murmúrio.
"É sério?!" Agora Lita começou a ficar assustada.
"Como assim, e se ele acabar me machucando? E aquele banheiro, o barulho estava insuportável." Reclama Caca.
"Mas ele foi legal com você, até te levou para fazer xixi." Consola Lita.
Caca não concordou com a palavra 'legal', pois aquele ser era um demônio que a levou para fazer xixi; ela já havia experienciado isso uma vez e estava bom pra ela. Lita a convidou para dormir novamente e colocou uma sura de Yasin em seu celular. Lentamente, Caca conseguiu fechar os olhos.
"O que há com esta casa, na verdade?" Pensou Lita, que ainda não conseguia dormir.
Era muito difícil para ela manter os olhos fechados. Lita se levantou e lembrou que tinha comprado água mineral e deixado na geladeira. Ela foi até lá, pegou a água e tomou um gole, seus olhos se fixaram no outro quarto, que ainda estava vazio. Se ao menos alguém quisesse alugar aquele quarto e se mudar para lá, talvez não se sentisse tão sozinha. Caca não queria dormir naquele quarto sozinha, pois não tinha coragem de passar a noite lá.
Por alguma razão, os pés de Lita a levaram até aquele quarto e ela abriu a porta. A atmosfera era ainda mais abafada do que nas outras salas. Lita a fechou novamente, pois pelo canto do olho pegou algo sentado na beirada da cama, visível pela fraca luz que entrava. Lita se apressou a voltar para seu quarto, pois seu coração estava disparado, com medo de que aquela figura a tivesse seguido.
Sreeek, Sreeek.
Mais uma vez, o barulho da vassoura interrompeu os pensamentos da pessoa acordando. Lita caminhou até a janela com a cortina verde fechada. Estava curiosa sobre quem estava varrendo à noite, então decidiu abrir a cortina um pouco para espiar de onde vinha o som. Apenas a escuridão da noite era visível, e Lita, sem perceber, abriu a cortina ainda mais, atraída pelo som da vassoura.
"Não tem nada demais." Pensou Lita, apenas vendo um cemitério.
Ela tinha a intenção de fechar a cortina novamente, mas, de repente, um rosto desfigurado surgiu do lado de fora da janela, fixando o olhar nela. Lita ficou tão assustada que desmaiou instantaneamente ao ver aquele rosto horrendo.
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Atualizado até capítulo 134
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