Uma mulher estava sentada no centro do vasto quintal de uma casa. À sua frente, havia uma bandeja repleta de diferentes oferendas compostas por uma variedade de alimentos e flores. Não podia faltar também o incenso, que já exalava uma fumaça densa, com um aroma agradável, mas que causava calafrios no corpo. Lita olhava ao redor confusa, pois não sabia onde estava. Sentia que nunca havia estado ali antes. Porém, de repente, encontrava-se naquele lugar em uma situação alarmante. A mulher que estava sentada de pernas cruzadas usava um kebaya preto, exatamente igual ao da Bu Melati, mas claramente era diferente de sua proprietária.
Lita pôde notar que a mulher tinha lábios fendidos; mais especificamente, ela não possuía o lábio superior. Seus dentes estavam alinhados e, ao ver sua aparência, Lita ficou arrepiada. Não era uma intenção de ofender, mas a mulher realmente parecia muito assustadora. Sem contar o feitiço que ela recitava, Lita ficou paralisada, sem coragem para se mover do lugar onde estava. Ela se sentia como se de repente tivesse sido levada para aquela região, sem saber como tinha sido jogada ali. Lita se beliscou no braço para se certificar se isso era um sonho ou algo que realmente estava acontecendo com ela.
“Ah!” Lita exclamou ao sentir dor em seu braço.
Mal começara a reclamar da dor, quando de repente uma garota gritou, se contorcendo, pedindo para ser solta por duas pessoas que a seguravam. Outra garota, também vestida de kebaya preta, foi se aproximando calmamente. Seu rosto parecia rígido e extremamente frio. O olhar dela transmitia uma ferocidade indescritível. Lita percebeu que a garota que andava e a que estava sendo arrastada tinham rostos muito semelhantes. Havia a possibilidade de serem gêmeas, mas por que uma delas pedia para ser solta? Seria possível que uma delas fosse sacrificada como oferenda?
“Me soltem! Vocês são todos demônios.” A garota de vestido branco gritou.
“Você não estaria assim se desde o início tivesse obedecido o que eu te disse.” Respondeu a mulher que estava recitando o feitiço.
“Eu sou sua filha, mãe! Por que você é tão cruel?” Gritou a garota de vestido branco.
“Justamente porque você é minha filha, deveria ter obedecido ao que eu lhe pedi!” Ela retrucou.
Enquanto isso, a garota arrogante apenas ficou em silêncio, com os braços cruzados. Sua expressão era completamente impassível, sem demonstrar desaprovação ou objeção ao que sua mãe estava fazendo. Talvez fosse isso que sua mãe quisesse. Lita levou a mão à boca ao ver a mãe da garota de vestido branco puxar seus cabelos para trás, enquanto cruelmente colocava um gládio afiado em seu pescoço.
Craaash.
Sangue jorrou de seu pescoço, onde o gládio a cortou. Seu corpo se retorcia como um frango abatido. Não satisfeita em apenas cortar seu pescoço, a mulher golpeava o corpo da infeliz repetidamente com o gládio. A roupa, antes branca, agora se tingia de vermelho com o sangue que jorrava de seu corpo. Lita ficou paralisada ao presenciar aquele massacre horrendo, especialmente porque a responsável era a própria mãe. Lita percebeu que existia uma mãe mais cruel do que a sua. Ela havia sido apenas abandonada, mas aquela estava sendo morta de maneira trágica.
“Faça isso agora.” Ordenou a mãe à filha que estava calada desde o início.
A garota se aproximou do corpo da irmã e esfregou o sangue em seu rosto, até que o seu corpo ficasse todo coberto de sangue. A mãe de kebaya negra parecia satisfeita ao ver que sua filha obediente fazia o que ela queria. Se ao menos a vestida de branco tivesse obedecido. Com certeza ela não teria morrido. No entanto, Lita também não sabia do que estavam sendo ordenadas a obedecer. Ela continuava confusa sobre como havia chegado ali e já estava chorando.
De repente, a mulher de kebaya preta a encarou com um olhar que transparecia intenção de matar. Lita queria correr, mas não conseguia. O gládio estava prestes a descer sobre ela, com um sorriso macabro que aterrorizava.
“AAaargh!”
Terbelalak, Lita terbangun karena dia berada em cima da cama, não na frente do local do massacre. Era tudo apenas um sonho. O fôlego da garota estava descontrolado, cheio de medo. Enquanto Lita tentava respirar e fazia uma oração, uma mão a puxou, fazendo-a cair da cama.
“Aaaah, me solta!” gritou Lita, lutando.
“Eu não quero ser como eles, eu sou igual a você.” disse o fantasma com os olhos vermelhos brilhantes, com uma voz rouca.
“Aaaarkh!”
Duaaak.
A testa de Lita bateu na cama ao tentar fugir, e seus olhos se arregalaram de repente, pois era mais um sonho. Lita estava confusa, isso era um sonho dentro de um sonho. Ela levantou-se da cama, encolhida, segurando seu cobertor devido ao medo avassalador. Seu choro se intensificou ao lamentar seu destino que nunca parecia trazer sorte. Não conseguia viver em paz mesmo longe de casa, pois algo sempre a incomodava.
Cletaaak, Cletaaaak.
Lita estava prestes a respirar aliviada, achando que o espírito a deixara em paz, quando o barulho voltou, ecoando de trás dela. Ela tentou ignorar, mas era impossível, pois o som parecia chamá-la para vir ver. Lentamente, seus pés tocaram o chão enquanto seus lábios pronunciavam o nome de Allah. A porta do quarto estava aberta e Lita observava ao redor da casa silenciosa, onde a única moradora era ela.
“Allahu akbar, Allahu akbar.”
Com Allah, Lita seguiu na direção do barulho, que de fato vinha de trás. Não era do andar de cima, e mesmo com as pernas trêmulas, Lita caminhou até lá e abriu a porta que separava a sala da parte de trás.
Krieeet.
O rangido da porta aparecia devido à ferrugem. O olhar de Lita se concentrou na direção do banheiro. O som era de lá, pois o banheiro era o lugar onde os djins se escondiam. Lita prendeu a respiração, tentando convencer-se do que estava prestes a ver. Sua mão se estendeu para abrir a porta do banheiro que parecia muito velha.
Cletaaaak, Cletaaak.
Dung, Dung.
Cletaaaak, Cletaaak.
Braaak.
A porta do banheiro se abriu de forma abrupta, sendo arremessada por Lita. Seus olhos se arregalaram ao ver uma cabeça com dentes afiados na bacia. A cabeça da criatura estava ensanguentada, mas Lita não sabia de onde vinha aquele sangue. Olhos humanos e demoníacos se encontraram. Logo a cabeça desapareceu de volta para dentro do vaso, deixando Lita ainda parada, atônita, encarando-a.
Não se esqueçam de deixar seus rastros, boa tarde se aproximando do entardecer. O que vocês estão fazendo, pessoal?
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Atualizado até capítulo 134
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