Andrea estava se olhando no espelho do seu armário quando de repente ficou paralisada. Ela não podia estar errada; seus olhos viam claramente uma velha de cabelo branco sorrindo para ela. Andrea deu um passo para trás, assustada e temerosa, seu corpo tremia e seu coração batia muito forte. Não era possível que estivesse vendo aquilo. Ela pegou sua bolsa, fechou a porta do quarto e correu escada abaixo. Afinal, que criatura era essa que se mostrava para ela? Andrea não tinha certeza, mas sua mente tentava convencê-la de que era verdade. Com certeza, naquela noite, ela não conseguiria dormir confortavelmente. Por coincidência, encontrou Caca, que também estava arrumada.
"Você está tão pálida, o que aconteceu?" Caca perguntou, estranhando Andrea.
"Acabei de ver uma aparição, mas como pode ser ao meio-dia?" Andrea sussurrou.
"Como ela era?" Caca olhou fixamente para a amiga.
"Era uma velha bem idosa, com cabelo branco. O corpo dela era magro e seco," disse Andrea.
Caca ficou pensativa, pois o que Andrea descrevera era exatamente o que ela também tinha visto. Seria possível que o espírito que habitava aquele lugar fosse um velho fantasma? E por que agora ele começou a se mostrar para todos os jovens que moravam ali? Caca apertou a mão de Andrea e a puxou escada abaixo.
"Mas, falando nisso, esse quarto está vazio, e a dispensa nunca foi limpa," Andrea comentou, espiando o quarto desocupado na borda da escada do segundo andar.
"O que você está se importando com isso? Não olhe para lá!" Caca puxou Andrea, que havia enfiado a cabeça pela porta com o vidro quebrado.
"Estou só curiosa, quem sabe não dá pra fazer dinheiro se limpar," Andrea continuou a andar.
Às vezes, Caca se surpreendia com o comportamento de Andrea. Ela, na verdade, deveria estar aterrorizada se visse um espírito. Mas, às vezes, ela se mostrava muito corajosa e até desafiadora devido à sua curiosidade excessiva.
"Esse quarto parece estar assim desde três meses atrás, né? Desde que eu cheguei, ele já estava vazio," continuou Andrea a falar sobre o quarto.
"Não é só três meses, pode ser desde que o prédio foi construído," Caca respondeu.
"Não, eu vi marcas de uma cama lá! E parece que é o maior quarto, é muito grande!" Andrea riu.
"Já chega, por que você continua falando sobre esse quarto?" Caca parecia desinteressada.
Andrea percebeu que a amiga realmente não gostava de discutir aquele quarto, não apenas por desgosto, mas havia um medo em seu olhar. No entanto, Andrea não sabia o que exatamente Caca temia.
"Por que você está assim?" Andrea perguntou suavemente enquanto saíam do prédio.
"Uma vez foi suficiente para eu ficar curiosa sobre aquele quarto. Eu sinto que ela realmente quer atenção para se mostrar," murmurou Caca.
"O que você quer dizer?" Andrea estava confusa.
"Eu já fui curiosa e cheguei a me aproximar daquele quarto três vezes, até olhei como você fez! Na terceira vez, eu vi através do espelho do armário um fantasma saindo e se arrastando de forma contrária para me alcançar. Infelizmente, eu fiquei presa e não consegui escapar. Quando o fantasma estava a cerca de um metro de mim, a Dona Melati apareceu e me puxou," Caca contou extensivamente.
Dava para imaginar o quanto Caca estava assustada naqueles momentos. Até o dia seguinte, ela teve febre alta e voltou para sua cidade por alguns dias. Depois disso, voltou para cá e acabou sendo assombrada pela velha, porque esqueceu de se lavar ou pelo menos de lavar os pés e as mãos antes de dormir.
"Como a Dona Melati estava lá? Era de dia ou de noite?" Andrea estava cada vez mais intrigada.
"Era à noite. Também me surpreendi que a Dona Melati conseguisse aparecer," Caca respondeu, ligando a moto e partindo junto com Andrea.
"É estranho, como ela pôde estar lá?" Andrea murmurou.
"E naquela hora, eu a vi soltando o cabelo. Ela também estava vestindo uma roupa casual branca," disse Caca.
Como Bu Melati sempre usa um kebaya escuro com o cabelo preso em um coque, há flores de jasmim em seu cabelo também. De fato, ela nunca usava nada além de kebaya; os jovens de hoje devem imaginar que é muito difícil usar sempre kebaya assim. Caca ficou surpreso porque, àquela hora da noite, viu Bu Melati usando roupas comuns, e até mesmo a mulher a aconselhou, em um tom suave, a não se incomodar com a sala de fronteira. Porque, normalmente, Bu Melati é sempre mal-humorada quando se fala com ela, e só quando estão indo para a pensão é que ela fala suavemente.
****************
Bu Melati olhou atentamente para Lukas, que havia sido avisado para não voltar para cá, mas, assim como ela, essa mulher conteve suas emoções para não explodir. Lukas relaxou como se não sentisse a menor culpa, não se importando com sua mãe de pensão, que estava desanimada.
"Eu lhe disse para não ir para trás, pois há muitos animais selvagens aqui." Bu Melati disse suavemente.
"Eu estava curioso sobre o animal que corria aqui". Luke mentiu.
"Estou vendo, vamos para casa". Bu Melati sorriu.
"Mas há muitas plantações de cana-de-açúcar aqui, mamãe! Há muitas lá também, certo?" Lukas tentou se intrometer.
"Sim, isso pertence à minha família! Foi plantada deliberadamente para ser vendida a comerciantes de gelo de cana-de-açúcar." A história de Bu Melati.
Lukas assentiu e caminhou atrás da Sra. Melati. Ele olhou ao redor e, acidentalmente, viu um olho o observando pela janela. Mas Lukas fingiu não saber para não ser muito óbvio se ele queria saber tudo isso, deixando-os sentir que seu segredo estava seguro primeiro. Porque fingir ser estúpido seria melhor do que eles agora saberem e esconderem ainda mais o segredo que estava sendo guardado e, com certeza, Lukas terá muita dificuldade para descobri-lo.
"Aqui está um pouco de comida para você". Bu Melati entregou uma caixa de acompanhamentos.
"O que é isso, mamãe?" Lukas o aceitou com hesitação.
"Rendang hati, na verdade eu só vim aqui para comprar um acompanhamento. Porque eu o convidei, então pedi para você". A história de Bu Melati.
"Obrigado, mamãe." Lukas assentiu com a cabeça e sua mente foi direto para o porco.
Seu estômago sentiu náuseas ao pensar que o que estava sendo cozido era carne de porco, o que, na verdade, era a religião de Bu Melati. Mesmo que ela tivesse permissão para comer carne de porco, não parecia certo oferecê-la a alguém que não tinha necessariamente permissão para comê-la.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 134
Comments