Lita estava muito contente porque hoje pôde trabalhar neste supermercado. O que a deixava ansiosa era o horário de saída, que seria às dez da noite. Certamente chegaria em casa por volta das dez e meia da noite, e a pensão estaria bastante vazia. Não haveria ninguém do lado de fora, nem mesmo os rapazes que costumavam se reunir com os amigos. Agora, Lita estava absorta, rezando em seu coração para ser protegida por Allah. Sentia-se muito temerosa em entrar no corredor, porque ao fazê-lo, teria que passar pela casa da Dona Melati.
Enquanto Lita estava imersa em seus pensamentos e orações, de repente, ouviu o som de uma motocicleta atrás dela, e reflexivamente olhou para trás. Lukas tirou o visor do capacete, pois Lita não se movia para entrar.
"Com licença, eu quero entrar neste corredor." Lukas gritou um pouco.
"Ah, sim, desculpe. Posso ir junto com você?" Lita respondeu.
Lukas percebeu que a garota estava com medo de entrar, então ele concordou com a cabeça. Além disso, eles estavam indo para o mesmo lugar. Lita, alegre, ligou a moto e entrou no corredor. A grande árvore de manga já tinha sido ultrapassada, e Lita pôde respirar aliviada.
Tiiin.
Lita olhou e parou sua moto porque Lukas acionou a buzina. Ele desceu da moto, e não sabia bem por que estava fazendo isso, mas Lita apagou o motor.
"Você ainda quer ir a algum lugar?" Lukas perguntou, surpreso que Lita ainda quisesse seguir.
"Eu moro na casa do outro lado. Ah, obrigada por vir comigo," Lita disse.
"Aquela do final?" Lukas olhou para a casa que estava muito escura, pois Lita se esqueceu de acender as luzes antes de sair.
"Sim, ontem o quarto aqui estava cheio, então peguei aquele lá." Lita explicou.
"Você é corajosa de ir sozinha até lá?" Lukas perguntou, lembrando que Lita não parecia ter coragem para entrar no corredor antes.
"Insya Allah, espero que Allah me proteja," respondeu Lita.
Lukas olhou para a garota, admirado por ela se lembrar de seu Criador. Ele se emocionou ao perceber que, mesmo na grande cidade, ainda havia garotas que eram devotas a Allah. Ele inicialmente pensava que todas as garotas de lá eram rebeldes e se esqueciam de Allah.
"Deixe-me te acompanhar," Lukas disse, ligando novamente a moto.
"Alhamdulillah, Ya Allah!" Lita exclamou feliz.
Vendo Lita tão animada por ter companhia, Lukas sorriu levemente. Lita logo se dirigiu ao caminho estreito, cercado por túmulos antigos. Ela apressou-se em abrir a porta com um movimento rápido, dominada pelo medo. Lukas permanecia em cima da moto, iluminando a porta para que Lita pudesse abrir a fechadura sem dificuldades. A porta se abriu e Lita rapidamente trouxe sua moto para dentro.
"Obrigada por me acompanhar, viu, irmão?" Lita estava muito contente.
"De nada," Lukas acenou educadamente.
"Qual é o seu nome? Eu sou a Lita," a garota se apresentou.
"Lukas."
Depois disso, Lukas se despediu rapidamente, com medo do que as pessoas poderiam pensar ao vê-lo ali. Era a primeira vez que ele fazia isso desde que começou a morar na pensão. Até então, ele nunca tinha se aproximado ou conversado por muito tempo com uma mulher; sempre foi frio com todos.
Sem que eles soubessem, vinham da mesma aldeia, mas Lukas já havia se mudado para a cidade primeiro, após terminar sua formação como santri e adquirir um pouco dos conhecimentos que Abah Adi lhe havia deixado. Não que Lukas não soubesse que a pensão tinha muitos espíritos à solta; alguns não incomodavam, mas havia também aqueles com uma aura muito maligna. Lukas não queria se envolver com os assuntos dos fantasmas que ali estavam, pois sua vida não teria paz se ele perturbasse os espíritos. Era preciso ter uma base forte e estar preparado para qualquer eventualidade, já que os demônios não esperariam que os humanos estivessem prontos.
Caca estava agitada em seu quarto, pois desde a tarde seu coração não parava de acelerar. Mesmo com a opção de passar a noite na casa de Lita, não tinha coragem de sair do quarto. Assim que descia as escadas, sempre tinha a sensação de que passos a seguiam. Agora, já estava presa naquele quarto, pois Laura não estava por ali, ela havia ido passar a noite na casa de outra amiga. Laura ainda se lembrava, atormentada, da morte de Diva.
O celular de Caca estava tão quente que parecia prestes a derreter de tanto que tocava com a mesma leitura do verso sagrado. Ela segurava um yasin contra o peito para se acalmar. Contudo, o medo era tanto que não conseguia fechar os olhos. Sempre que tentava, Caca sentia a velha senhora pairando sobre ela, com os cabelos longos e desgrenhados.
“Maldição! O que eu faço agora?” pensava Caca, angustiada.
Não tinha escolha a não ser descer da cama e espiar pela janela do quarto. A casa no fim da rua, onde Lita morava, estava iluminada. Aparentemente, a dona da casa havia retornado. Caca desejava poder saltar para a casa de Lita e ter uma companhia.
“Será que eu corro para a casa dela?” pensava Caca, mordendo as unhas.
Mas correr até lá não seria fácil. Em vez disso, talvez o melhor fosse ir ao quarto de Andrea, mas acordá-la quando ela estava dormindo era uma tarefa árdua. Enquanto Caca ponderava sobre qual seria sua próxima ação, o grande espelho em seu quarto subitamente começou a se mover em direção à porta. Uma mão magra e seca saiu do vidro que repousava sobre o armário, e a figura da velha senhora começou a rastejar e a correr rapidamente em direção à porta.
Wuuush.
Caca virou-se ao ouvir um barulho, como se alguém estivesse correndo rápido. Mas não havia ninguém. Agora, um sentimento bom a envolveu; seu medo sumiu e o quarto se tornou fresco. A garota subiu na cama, ainda segurando o pequeno yasin, e deitou-se nervosamente.
“Protege-me, ó Deus! Entrego minha vida a Ti.” Cacou orou enquanto os olhos se fechavam.
Finalmente, Caca adormeceu profundamente, ainda segurando o yasin. O relógio já marcava meia-noite. Os demônios certamente estavam à solta, à procura de presas, e a entidade que tinha a forma de uma velha corria como um cão em direção ao novo túmulo de Diva. O que ela faria lá, ninguém sabia. Nenhum dos estudantes que moravam ali a viu. Apenas uma mulher vestida de kebaya preta, com os lábios pintados de vermelho, espiava por trás da janela, sem demonstrar nenhum sinal de medo.
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Atualizado até capítulo 134
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