Um Risco Calculado

Lorena Baker

Estou sentido falta de Jordan e isso é estranho para mim já que estamos juntos a pouco tempo e ainda não é o suficiente para ter aquele sentimento forte. Ainda estou com a minha mente no que aconteceu no outro dia quando eu estava com a Jordana, mas se tem uma coisa que aprendi lá no meu bairro é que quando perguntamos demais ou sabemos demais acabamos não assistindo ao nascer do sol no dia seguinte.

Vejo que essa família tem segredos e segredos bem profundos e quer saber de uma coisa quanto menos eu souber melhor para mim. Meu telhado é de vidro e trincado, posso julgar ninguém não. Vou até a cozinha, mas minha mãe ainda está conversando animadamente com o tio Michael e eu não quero interromper, volto para a sala e decido que preciso sair... Acabo indo para a mansão Karvell.

— Qual é o seu problema, Lorena? Mansão Karvell, jura? — falo para mim, tarde demais, a Jordana já me viu.

— Você está com uma cara estranha. Não fique assim, sei que não deve estar acostumada com o que viu, mas...

— Não se preocupa, Jordana, ossos no porão quem não tem, né? Minha mãe e o tio Michael não se desgrudam mais e eu fiquei entediada já que o meu adorável chefe Karvell não está por aqui para me manter ocupada, eu acabei vindo para sua casa.

— A melhor decisão que você poderia tomar.

A gente conversa bastante e a tarde cai e junto com ela um aperto no meu peito...

— Jordana? Você está bem? Parece que vai desmaiar, você está pálida. Eu vou pegar um copo de água para você.

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Jordana Karvell

Enquanto a Lorena vai buscar água para mim eu decido ligar para Jordan, que não me atende e isso é muito incomum. Ligo para Rubi que me atende dizendo:

— "Mãe, eu já estou rastreando e vou dar um jeito de ir para onde ele está."

— Escuta bem o que vou te falar, arrume um carro, o mais rápido que você encontrar, a Lorena vai chegar aí em menos de 1 hora, dê tudo para ela incluindo duas armas, vou colocar ela no nosso jatinho em 10 minutos. — ela diz , "Ok mãe", e desliga.

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Lorena Baker

— Voltei, aqui está sua água. — ela bebe e me olha apreensiva — Fala logo, do que você precisa?

— Vou ser realista e falar logo direto, comigo não tem essa de esperar a ferida fechar eu jogo logo o sal. Eu preciso que você salve o meu filho. Eu preciso que você salve o Jordan. Mas precisa ser você e agora, é aquele lance de "ossos no porão" que você falou. Você precisar ir agora.

— Como assim ir agora? Ir para onde?

Ela me empurra sala a fora e já me empurra para dentro do carro fazendo algumas ligações e minha cabeça gira com os pensamentos: "Jordan está em perigo? Será que é muito sério? Será que ele está muito ferido? Jordan, seu idiota esteja vivo!"

Sou tirada dos meus pensamentos quando percebo que estou em um aeroporto particular.

— Jordana?

— Tem uma roupa separada para você vestir lá dentro da aeronave e uma Ferrari vermelha com dois presentes no banco do carona e a localização no GPS. Só trás ele de volta, tá?

— Eu vou trazer. Mas ele vai ter muito o que me explicar quando tudo estiver bem.

Ela começa a rir e me abraça.

— Avisa para minha mãe apenas que fui ver ele e volto amanhã, eu acho...

Entro no avião e minha ansiedade me leva a loucura, eu troco de roupa e bebo a metade da garrafa de whisky que tem no avião até que ele pousa e eu vejo que tem mesmo uma Ferrari vermelha me esperando, já está de noite e eu não perco tempo e entro.

No banco do carona tem duas pistolas automáticas, o que a Jordana tem na cabeça? Aí eu me lembro que ela é a Jordana. Dou uma breve olhada no GPS e ligo aquela máquina maravilhosa e seu ronronar me deixa doida, foco, Lorena.

Sigo para o local e quando estou há alguns metros do ponto final já vejo ao longe Jordan em uma situação que me deixa furiosa. Quando estou próxima o suficiente jogo o carro de lado fazendo um drift, tô nem aí que essa merda pode capotar por ser mais leve, ao fazer isso eu jogo o lado que estou para cima deles e quando finalmente paro já saio atirando.

Acerto primeiro os dois que estão segurando os braços dele, o que estava de frente para ele tenta correr, mas eu atiro em suas pernas o fazendo cair e o outro que estava segurando a cabeça dele já está no chão graças ao próprio Jordan.

Eu jogo para ele uma das pistolas e ele atira na cabeça do cara que está no chão e no que estava segurando a cabeça dele, quanto ao outro que correu está se arrastando para longe enquanto Jordan caminha lentamente até ele tirando a sua blusa que está suja de sangue e eu me sento no capô da Ferrari olhando tudo.

— O que você estava dizendo mesmo sobre minha cabeça? — ele empurra o homem com o seu pé o fazendo virar de barriga para cima, ele aperta o seu pé em seu peito e escuta uma costela quebrar o homem grita — Dói, né? Acho que vocês quebraram umas duas minha, então falta mais uma.

Jordan aperta em outro ponto e escuta algo quebrar mais uma vez e o grito do homem corta a noite escura.

— Agora preciso acabar logo com você porque a minha namorada está bem ali e não quero fazê-la esperar por causa de um lixo como você.

Jordan dá um tiro na testa dele que apaga logo. Ele volta caminhando como se nada tivesse acontecido. E eu começo a perceber o que fiz, eu matei dois homens para salvar o meu namorado. Será que sou um monstro ou uma heroína?

Sou tirada da minha discussão interna pelas mãos de Jordan que está me olhando preocupado e eu pergunto para ele:

— Eu sou um monstro ou uma heroína, Jordan? Porque eu acabei de tirar a vida de duas pessoas e estou em um conflito muito louco.

— Nem um e nem outro ou os dois... Mas para mim não importa e sabe por que? Porque você é a minha Arlequina.

— Tá ficando maluco é? Levou pancada na cabeça? Para que eu seja sua Arlequina você precisaria ser o...

Ele me beija antes que eu possa terminar de falar e eu perco a linha do meu raciocínio. Por que esse homem beija tão bem assim? Quando ele se afasta eu falo:

— Você tem muito o que me explicar, mas agora eu só quero matar a saudade que estou de você.

— Depois que amanhecer e a gente já estiver embriagados de amor e prazer, eu conto o que você quiser.

A gente estava sentindo tanta falta um do outro que a Ferrari virou cama e eu posso dizer com toda certeza que foi o lugar mais caro em que fiquei nua. Depois de uma hora ali decidimos sair de lá, ele achou melhor e eu também, mas o que foi estranho mesmo foi ver uns 8 carros indo para a direção onde estávamos e Jordan com a maior calma do mundo e com um belo sorriso no rosto... Vai entender essa loucura.

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