Juntas Novamente

Lorena Baker

Depois do dia "literalmente quente" que tive com Jordan minha tarde se tornou monótona e sem graça. Como assim estou sentindo falta dele? Acabamos de começar algo entre nós, me recuso a ficar emocionalmente presa a ele.

Ligo para Jordana e pergunto se ela precisa de mim já que meu Chefe/Namorado disse que tinha algo importante do trabalho para fazer e não iria precisar de mim... Já na mansão Karvell.

— Tenho planos para esse final de tarde e você ter vindo me ajudar só vai deixar tudo divertido. — Jordana fala animada.

— Onde minha Ratinha pensa que vai sem mim? Sabe que não gosto de ficar longe de você. — o senhor Karvell se aproxima de nós.

— Meu ciumento, vamos apenas fazer coisas de "meninas", não precisa ficar com ciúmes. Não é, Lore? — Pisco para ela que pisca para mim de volta.

— Claro! Coisas de meninas, prometo trazer ela de volta sem nenhum arranhão.

— E por que ela voltaria arranhada? Não estou gostando disso. — ele abraça a esposa.

— Amor... Vamos apenas fofocar e tem coisas que é só para garotas. Vamos logo, Lore, ou ele vai conseguir nos segurar aqui.

— Jordana Karvell, por que você está levando uma mochila? Volte aqui agora mesmo. Ratinha?

Ela me puxa porta a fora e depois que entramos no carro e pede para que eu acelere, ela dá boas risadas ao olhar pela janela e ver que o senhor Karvell está irritado olhando da porta...

— Você adora deixar ele irritado, né? kkkkk...

— Ele já conhece a mulher que tem... Kkkkkkk. Se me provoca tem que aguentar. Agora, vamos para esse endereço aqui.

Ela me entrega um endereço de uma acadêmia.

— Nós vamos malhar? — ela me olha tive responde:

— Vamos malhar, apreciar a vista (brincadeira) e vamos fofocar. Tenho perguntas e você tem respostas.

Ao julgar pelo jeito dela já sei bem o que ela quer saber... Ela me coloca como sua dependente na acadêmia e a espertinha já tinha até uma roupa e tênis para mim em sua bolsa, trocamos de roupas e enchemos nossas garrafas de água. Avistamos duas esteiras vazias no canto e decidimos ir para lá, conforme começamos ela dispara as perguntas.

— Você e o meu pirralho se entenderam? Estão juntos? Conta para mim como foi a noite de vocês. Já posso te chamar de nora?

— Nossa... Kkkkkkk... Calma aí, "sogrinha", uma pergunta de cada vez.

E quando ela me escuta chama-lá de "sogrinha" ela para a esteira dela e pula em cima de mim, caímos no chão e ela me enche de beijos...

— Se você não parar vão pensar que somos um casal. — dou risadas.

— Eu não ligo. Eu tenho uma nora. E em breve terei um neto ou neta, tem felicidade maior que essa?

— Eiiiii, segura essa onda aí, Jordana. Não nos casamos para pensar em filhos. Estamos apenas namorando ainda, não completamos nem 24 horas.

Levantamos do chão e ela continua dando pulinhos parece aquela menina que queria um pônei e acabou de ganhar.

— Quanto ao casamento é apenas um detalhe que podemos resolver no momento que você falar aceito para o Jordan. E meus netinhos irão vir depois disso. — eu dou risada e só agora percebi que estão olhando para nós e ela fala em voz alta: — Vou cobrar ingresso. Tomem conta da vida de vocês.

— Você é a melhor sogra que uma nora como eu poderia ter.

Ficamos lá por mais 1 hora e meia malhando e conversando sobre tudo que aconteceu entre mim e Jordan e entre ela e o senhor Karvell. Eu gostei muito e mal percebi o tempo passar...

— Já escureceu e precisamos ir ou o meu sogrinho vai pirar.

— Por falar nisso, tem umas 30 chamadas dele no meu celular e umas 50 mensagens, e a verdade é que estou morrendo de saudades dele. Vamos logo, norinha.

Depois de deixar a Jordana em casa eu volto para o meu trailer e já passa das 18 horas, quando saio do carro e dou uma olhada nele penso: "Já está na hora de devolver você para o irmão do Ben e comprar um nem que seja de segunda mão para mim."

Assim que cair o meu primeiro salário vou fazer isso. Espero que Jordan não me tire do cargo de motorista só porque estamos juntos. Ainda quero trabalhar para ganhar o meu dinheiro e não me importo que meu namorado seja o meu chefe. Sei separar as coisas.

Estou lá no meu trailer e depois de um banho preparo uma comida para mim já que meu autoritário namorado disse que não posso mais comer congelados e fez questão de abastecer a dispensa e a geladeira com comida que precisa ser feita e não aquecida.

Gente tudo é comida. Vai para o estômago do mesmo jeito. Deixa para lá, hoje irei comer bife com batatas frita, ele não pode reclamar. Estou comendo comida "fresca".

Depois que janto decido assistir um programa chamado "Irmãs Pervesas", no canal de Investigação Discovery. Adoro assistir isso, ensina como devemos lidar em algumas situações... Kkkk brincadeira. Eu realmente gosto desse canal! Em algum momento ali eu pego no sono.

Acordo no susto ao ouvir muitos tiros do lado de fora, mas ao mesmo tempo da para saber que não é tão perto do meu trailer, pego a arma que meu pai deixou para mim e seguro firme em minhas mãos, não posso deixar o Gonzalez levar a melhor sobre mim de novo, não posso ligar para Jordan tá uma chuva de tiro lá fora e não quero que ele se machuque por minha causa.

Estou ali atenta e vejo que já passa das 2 horas da manhã os tiros diminuem e eu escuto alguém bater desesperadamente na porta do trailer e então aponto a arma para a porta.

— Quem está aí? Se você não responder eu vou atirar.

— Filha? Não atire. Sou eu, sua mãe. Por favor, abra aqui estou com muito medo.

Enquanto ela fala lá fora eu já estou aqui igual uma doida procurando a merda da chave da porta que eu não sei onde enfiei. Claro que tenho medo que seja uma emboscada da Laura paramim,, mas é a minha mãe lá fora e ela parece desesperada e com muito medo.

Quando finalmente abro a porta ela entra correndo fechando a mesma atrás dela e me abraça chorando muito... Eu tento trancar a porta já que os tiros aumentaram e me sento no chão com ela e a sinto tremer, coloco meu abajur no chão e acendo a luz, ao olhar para o rosto dela não consigo acreditar no que vejo...

— Mãe, isso foi ela?

— Sim... Ela me pegou olhando para uma foto sua que eu tinha escondido no colchão e ficou furiosa. Eu não aguentava mais aquilo.

— Ela vai vir atrás de nós. Eu vou te levar para a casa do meu namorado assim que esses tiros pararem. Não quero que ela coloque as mãos na senhora de novo.

— Ela não vai vir atrás de mim.— ela me olha confusa — Um senhor chamado Coringa me salvou e parece que eles tem algum problema com esse senhor.

— Coringa de novo! Quem é esse homem e por que está ajudando as pessoas daqui? E esses tiros lá fora? Como conseguiu chegar aqui sem ser atingida?

— Quando eu saí da casa ao ser libertada por esse senhor Coringa, um dos seguranças dele me trouxe até aqui e quem está atirando é o pessoal dele que está dominando todo o bairro. Acho que agora teremos uma vida feliz aqui.

— A senhora viu o rosto dele?... Consegue reconhecer se ele se aproximar de nós? Não sei se podemos confiar 100% nele, pode ser aquele tipo que faz favores, mas cobra por eles depois e com juros.

— Eu não tive coragem para olhar o rosto dele, até porque a sala estava escura e eu estava muito nervosa e com medo. Eu vivia com medo naquela casa, o padrasto daquele maldito Gonzalez ia para o meu quarto quase toda noite. Eu vivi meu pior pesadelo naquela casa e quando eu contava para a Laura ela dizia que eu gostava e que era para parar de drama. Eu me arrependi de ter ido para lá achando que ela precisava de mim. A culpa é toda minha.

Minha mãe diz isso e começa a chorar, me dói quando ela conta as coisas que passou debaixo do teto da própria filha. Vou acabar com a Laura se eu tiver oportunidade, pode ter certeza disso.

Olho para a minha mãe que está agarrada em mim e eu falo:

— Nunca se culpe pela crueldade feita por outra pessoa. Você não tem culpa, mas pode ter certeza que a culpada vai pagar pelo que fez com a senhora. Eu te amo, mãe, e a senhora terá a vida que merece daqui para frente, eu prometo.

Ela me abraça mais forte e quando os tiros cessam eu deito na minha cama com ela ao meu lado e fico ali abraçada com ela até o amanhecer.

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