Na toca do lobo

Eu estava furiosa. Ren Nakata não podia encerrar o contrato de fornecimento de peças para nossa fábrica. O contrato era essencial para a nossa produção, e a ruptura causaria um caos na linha de montagem. Se não tivéssemos essas peças, toda a reorganização que fizemos nos últimos meses seria inútil. Não havia tempo para marcar uma reunião ou enviar um e-mail. Precisava confrontá-lo, e precisava fazer isso agora.

Deixei meu escritório, as botas batendo firmemente no chão enquanto caminhava com determinação pelo corredor. As pessoas olhavam para mim com uma mistura de curiosidade e medo.

Montei na Trovão e fui o mais rápido que consegui precisava resolver tudo com urgência. Quando cheguei ao prédio da Nakata Limited, ignorei a recepcionista e fui direto para o elevador. Meu sangue fervia, e eu sabia que esse confronto seria explosivo.

No andar de Ren, sua secretária, uma jovem mulher, se levantou com um sorriso forçado.

- Senhorita Emilly, você tem um agendamento com o Senhor Nakata? Ela perguntou.

- Não preciso de agendamento. Vou vê-lo agora. Passei direto por ela, mas ela tentou me impedir, dando um passo à frente.

- Senhorita Emilly, o Senhor Nakata está em uma reunião importante. Por favor, eu peço que espere. O desespero em sua voz era palpável, mas eu não ia ser detida por uma porta-voz. Não dessa vez.

Abri a porta do escritório de Ren sem bater. Ele estava sentado à sua grande mesa de mogno, parecendo surpreso com a minha entrada repentina.

- Emilly! Que honra receber uma visita inesperada! O que devo a esse prazer? Ele diz com ironia.

- Sr Ren, desculpe pelo inconveniente. A Srta Emilly não me ouviu e...

- Ok! Pode ir Lisa. Ele diz a impedindo de continuar falando, sem n olhar para ela. Seus olhos estavam fixos aos meus.

- Com licença! Ela diz e fecha a porta ao sair do escritório.

Eu o olhava com seriedade e Ren fazia o mesmo. Não havia tempo para ser cordial.

- Ren, como você pôde encerrar o contrato de fornecimento de peças? Não nos deu nenhum aviso! Você sabe o quanto precisamos disso! Eu digo em tom de irritação.

Ele se recostou na cadeira, cruzando as mãos na frente do rosto, como se estivesse refletindo.

- Emilly, contratos são complicados. Eles têm cláusulas e obrigações. Você e seu time deixaram de cumprir algumas dessas obrigações, então tive que tomar medidas. Ele diz com ironia

- Isso é besteira, Ren, e você sabe disso! Eu me aproximei da mesa, tentando controlar minha raiva.

- Não recebemos nenhum aviso. Nem mesmo um telefonema. Isso não é profissional. Eu digo.

Ele deu um pequeno sorriso, frio e calculista.

- A verdade é que você é incapaz de cumprir um acordo, Emilly. Eu sabia que não poderia confiar em você para manter a sua palavra. E parece que eu estava certo, afinal. Não é surpresa que eu precise encerrar o contrato.

Minha raiva fervia como um vulcão prestes a explodir.

- Tudo isso por causa de um maldito jantar? Eu questiono.

- Não! Mas porque tinhamos um acordo. Eu te ajudei na estrada e deixei bem claro que ficaria me devendo um favor. E adivinha...você mandou seu fiel cachorrinho me enrolar. Ele diz.

- Não fale assim de Pierre. E não foi isso, eu tenho uma agenda complicada. Eu digo.

Ren se irrita, dá um soco na mesa de madeira e se levanta.

- Vai continuar insultando minha inteligencia? Não sou idiota. Ao menos tenha a descencia de falar a verdade. Pare de mentir. Ele diz gritando.

Eu começo a sorrir, sabendo que consegui irritar o intocável Ren.

- Já que não se importa. Quem sabe perdendo o império que seu Pai construiu. Você aprenda a ser honesta. Ele diz com calma e se senta novamente.

- Você quer ver a minha empresa falhar? Quer ver tudo pelo qual trabalhei arduamente desmoronar, só para provar um ponto? Eu questiono

Ele deu de ombros, ainda sorrindo.

- Você aprende a lição e eu ganho a satisfação de saber que as pessoas que não levam os negócios a sério sofrem as consequências. E, para ser sincero, tenho que proteger os meus interesses. Se eu não puder confiar em você para cumprir as suas obrigações, então como posso continuar fazendo negócios com a sua empresa?

- Não seja ridiculo. Isso não tem nada a ver com os negócios. Mas com seu ego ferido. Eu digo.

A sua arrogância era insuportável.

- Você sabe muito bem que nossa empresa está cumprindo todas as obrigações. Isso é pessoal, não é? É porque eu não aceitei seu convite para jantar, porque eu recusei seus avanços. Agora, você quer usar seus recursos para me derrubar. Eu digo.

Ele riu, mas seu riso era amargo.

- Não seja ridícula, Emilly. Eu não sou tão mesquinho assim. Eu apenas faço negócios com pessoas que merecem minha confiança. E, no momento, você não parece merecê-la.

Eu estava tão irritada que quase perdi a compostura.

- Isso é um golpe baixo, Ren. Mesmo vindo de alguém como você. Está arruinando nossa produção por capricho. Vou encontrar um jeito de contornar essa situação, mas quero que saiba que o que você está fazendo é desprezível. Eu digo.

Ren levantou-se, ainda sorrindo, mas seu olhar era frio como gelo. "Faça o que quiser, Emilly. Mas eu aconselho você a encontrar um bom importador o mais rápido possível. Porque, eu comprei ou me tornei sócio de todos os seus outros fornecedores. A partir de agora, a Nakata Limited não fará mais negócios com você.

- Seja rápida querida Emilly. Se for capaz. Ha Ha Ha. Ele diz gargalhando.

A raiva em mim era imensa, mas sabia que não adiantaria continuar discutindo com alguém que já havia tomado sua decisão. Ren estava determinado a me prejudicar, e eu precisava encontrar uma maneira de proteger minha empresa e minha equipe.

Sem dizer mais nada, virei-me e saí do escritório, deixando a porta bater atrás de mim. Lisa, a secretária, me olhou com preocupação enquanto eu passava por sua mesa, mas não disse uma palavra. Eu estava decidida a resolver essa situação, mesmo que isso significasse uma batalha difícil pela frente.

Eu não deixaria Ren Nakata destruir tudo pelo qual trabalhei. Era o sonho e o nome do meu Pai que estava em jogo. Não posso desistir agora. Preciso achar uma saída, mas sei que esse confronto esta longe de terminar. Ren havia lançado o primeiro golpe, mas eu não iria cair sem lutar.

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