Capítulo Treze

Capítulo Treze

Irina

Um mês depois

Hoje faz um mês que estamos no morro de Eros, saímos umas duas vezes por semana para missões, todas são bem tranquilas. Parece que Eros agora confia mais em mim e na Ayko e até em algumas missões, estamos indo sozinhas. Babaca!

Quase não vejo mais os meninos, vivo em casa, evito sair, e quando saio, é apenas para ir nas reuniões sobre as missões. Pra mim é até melhor. Depois da mini discussão com Ayko, ela não está falando muito bem comigo, o que me deixa chateada, ainda mais que não estou saindo com ela. Ela vive com a irmã do Eros para cima e pra baixo e já aceitou que não quero amizades.

Abram e Arseny, estão quietos demais, o que deixa eu e a Ayko preocupadas, vivo olhando cada passo dele, mas algo me diz que ele está aprontando alguma.

— Vamos comigo no churrasco do Diabo? — Ayko aparece na sala.

Estou sentada no sofá assistindo tv. — Pode ir, não tô afim. — Digo sem olhar para ela.

Ouço Ayko soltar um suspiro e caminhar até a porta. — Até quando vai ficar assim ? Não te reconheço mais Irina. — Noto sua voz triste.

Respiro fundo e olho para ela. — Não se importe comigo Ayko, vai lá com seus amigos, e depois quando voltar, temos que revisar algumas informações, sobre os dois idiotas que estão nos perseguindo. — Me viro de volta para a tv.

Ouço a porta bater com força e quando me viro, Aiko já havia saído. — Quando você vai entender, irmã, criar vínculos, só vai ferir as pessoas ao nosso redor. — Sussurro apenas para mim.

Alguns minutos se passam e ouço alguém bater na porta, me levanto devagar e vou até a mesma. Assim que abro, Leo está parado com um sorriso enorme na cara. — É aqui que mora, uma assassina nada amigável. — Ela abre um sorriso e vem me abraçar.

— Sim, sou eu mesma. — Dou risada.

Ele se afasta e entra na casa, fecho a porta e volto para o sofa. — Não vai nem me oferecer água? — Ele diz.

— Tem na geladeira, pode pegar. — Digo abrindo um sorriso falso.

Ele caminha até onde estou e senta ao meu lado. — O que tá acontecendo em ? Ayko disse que você está ficando louca, e que não está te reconhecendo.

— Ayko fala demais às vezes.

— Sabe que sou seu amigo, pode contar comigo. — Ele me abraça e me puxa pra perto dele.

— Obrigada Leo, mas estou bem. — Digo fechando os olhos e aproveitando o abraço dele.

— Não está mesmo, Irina de verdade nunca aceitaria um abraço tão longo. — Ele dá risada.

Me afasto dele e dou um tapa no seu ombro. — estragou meu momento, idiota!

Leo começa a gargalhar. — Vem aqui chatinha, sabe que amo você e a Ayko, e me preocupo com as duas como se fossem minha família.

— Nós também te amamos, e nos preocupamos com você, mesmo sendo irritante às vezes. — Abro um sorriso.

— Palhaça, eu sou um amor de pessoa. — Ele faz uma carinha de bobo e não aguento e dou mais risada.

Continuamos abraçados por um tempo, e estava gostando. — Me fala pequena, porque tá tão chateada? Porque não sai mais de casa? — Assim que ele perguntou, revirou os olhos.

Ayko e sua boca grande!

— Olha Leo, não quero criar vínculos aqui, entenda que as pessoas podem se ferir, apenas por ter algo comigo e Ayko. — Solto um suspiro.

— Irina, eu sou dono de um morro, posso ser perseguido e morto a qualquer momento, isso também se encaixa aos meninos. — Ele me olha com carinho. — Você não pode deixar de viver porque tem medo de perder as pessoas.

— Eu sei, mas…. — Não consigo terminar.

— Você é uma mulher incrível, e super engraçada, eu não sei o que aconteceu com você nos últimos anos, mas não deixe isso abalar você. — Ele tira uma mecha de cabelo do meu rosto. — Ayko está triste a dias, porque ela se importa com você, você está tentando se afastar dos outros, e por azar, está afastando a pessoa que mais te ama.

Sinto meus olhos queimarem, não consigo controlar e lágrimas descem pelo meu rosto. Leo me abraça com carinho e acabei desabando em seus braços.

— Parece que até mesmo a assassina mais cruel tem sentimento. — ele fala e acabo dando risada.

— Tenho que concordar. — Dou risada me afastando.

— Que tal você se vestir bem gatona, para eu e você irmos para um churrasco que está tendo na casa do Diabo, sua irmã foi para lá. — Ele me olha com um sorriso enorme.

— Não sei, já faz dias que não falo com ninguém, eles devem me odiar. — solto um suspiro.

— Aí que você está errada, quem me mandou vir aqui foi exatamente os meninos, Ayko só me passou algumas informações. — Ele dá risada.

Encaro ele por um tempo e acabo me sentindo mal. — Espera eu tomar banho e me trocar. — Digo e me levanto.

— Com toda certeza minha gata. — Ele pisca pra mim. — Vai ter piscina, vai de biquíni por baixo. — Ouço ele gritar da sala.

Entro no quarto e pego um biquíni e um shorts leve e uma camiseta do Green day. Saio do quarto e vou para o banheiro, tomo um banho rápido e troco de roupa.

Saio alguns minutos depois e Leo está rindo no sofá assistindo todo mundo odeia o Cris. — Vamos Negão. — Digo e ele se levanta rápido.

— Agora mesmo foguinho. — Ele diz e dou uma gargalhada.

— Você é péssimo Léo. — digo rindo.

Saímos de casa e subi na moto dele, em poucos minutos estava na frente da casa do Eros. Leo me ajudou a descer e logo me acompanhou até a porta. — Acho melhor eu ir embora, foi uma péssima ideia vim. — digo voltando pra moto.

— Pode voltar aqui, não vou deixar você voltar pra casa nem a pau. — Ele fala me puxando.

— Leo deixa eu ir embora, não quero mais. — Digo e ele continua me puxando.

Ouço os vapor que estão na contenção dando risada. — Porra Leo me solta. — Digo.

Ele não responde nada e entra na casa. Me soltou dele e solto um suspiro. — Nem pense em fugir. — Ele me olha sorrindo.

— Você sabe que posso te nocautear aqui mesmo e ir embora, né? — Encaro ele.

— Você não seria capaz de machucar seu melhor amigo. — Ele dá risada.

— Não duvide das minhas palavras. — Pisco pra ele.

Leo começou a andar e logo saímos da casa, não estava tão cheio, apenas algumas pessoas, assim que pisei meu pé pra fora, vi Ayko toda alegre falando com Anjo. Me senti mal, ela devia estar tão brava comigo, acabei magoando minha irmãzinha.

— Deixa eu ir embora. — Seguro Léo e tento me esconder do pessoal.

Não estava me sentindo à vontade, ignorei todo mundo, não falei com ninguém por semanas, até nas reuniões falava o mínimo, sem falar que a última conversa minha com Eros o tratei com ignorância.

— Irina, fugir não vai resolver as coisas. — Ele solta um suspiro.

— Eu só…. Me sinto mal, não quero fazer isso agora. — Digo e sinto meus olhos encherem de lágrima.

— Ta bom, pequena, vamos embora. — ele me abraça com carinho.

Leo me solta e de forma escondida volto pra dentro da casa, quando chegamos na porta, abri a mesma e olhei para o Léo. — Eu vou descer andando, curte seu churrasco, não quero atrapalhar. — Abro um sorriso.

— Eu vou passar a tarde com você foguinho. — ele diz sorrindo.

— Não precisa Leo, não quero estragar sua diversão, e outra preciso andar um pouco. — Dou risada e abraço ele. — Tchau, antes de ir embora, passa lá em casa pra eu me despedir.

— Tá bom. — Ele abre um sorriso.

Quando ia sair pra fora sinto alguém me puxando e meu corpo é erguido. — Você não vai a lugar algum. — Ouço a voz de Eros.

— Me solta. — digo batendo em suas costas.

Levanto a cabeça e vejo Leo dando risada.

— Você sumiu, preocupou todo mundo, ainda vem até minha casa, entra, e nem fala com ninguém e ainda quer ir embora. — Ele diz sério.

Paro de me debater e vejo que ele saiu da casa. Solto um suspiro e quando ia falar algo ele me colocou no chão. — Eu poderia agora mesmo arrancar sua cabeça. — digo apontando o dedo pra ele.

— Para de ser chata. — Ele revira os olhos.

Me viro pra trás e Ayko está me olhando com um sorriso enorme no rosto.

…

Não esqueçam, meu amores ❤️

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