Capítulo Quatro

Irina

Não gostei muito do Diabo, apesar dele ser lindo, achei ele bem irritante, mas não posso falar nada, afinal ele está nos ajudando e eu só tenho que agradecer.

Os outros dois meninos nos levaram até nossa casa, eles ficaram curiosos com nossas malas e mostramos para eles nossos brinquedos. Eles foram embora e eu fui tomar um banho, vi Ayko pegando o relatório, sabia que ela ia revisar tudo, então fiquei mais tranquila e fui relaxar.

Assim que entrei no chuveiro e senti a água morna entrar em contato com meu corpo, suspirei, olha onde vim parar, tudo por causa de uma burrada, na verdade culpa minha, Ayko coitada não tem nada a ver, eu que acabei fazendo nós duas quase morrermos.

Me sinto realmente mal por isso, Ayko é como uma irmã e sempre protegi ela de tudo que eu pude, nesse mundo é apenas eu e ela, uma pela outra.

Sai do banheiro e Ayko estava comendo um sanduíche na cozinha, caminhei até ela e a mesma me ofereceu um, peguei e dei uma mordida.

— Descobriu algo? — Perguntei

— Sim, já finalizei, o pessoal aqui não preza muito pela segurança. — Ela diz e eu dou risada.

— Alvo fácil ou difícil? — Pergunto.

— Fácil, a casa é toda espelhada, esse serviço vai ser apenas seu, a casa também é baixa em volta tem uma floresta e em um ponto tem um morro onde temos visão total da casa. — Ela diz de forma calma. — Calculei e a missão vai demorar em torno de 15 minutos e nem vamos chegar perto da casa.

— Ótimo, vou preparar minha arma. — Digo terminando de comer e indo dar uma olhada no relatório.

Ainda estava cedo, Ayko foi tomar um banho e eu fiquei olhando meu celular, vi que tínhamos uma televisão também e pensei em ver um filme. Assim que Ayko saiu do banho chamei ela pra ver o filme, quando nos sentamos e fomos apertar o play a campainha tocou.

— Porra! — Digo, e Ayko dá risada.

Abri a porta e dei de cara com o Diabo, ele me olhou de cima a baixo e não disse nada. Aí lembrei que tava com uma camisolinha com um decote enorme e uma abertura na perna, droga!

— Vai ficar olhando pro meu corpo assim na cara dura? — Digo cruzando os braços.

Ele quase se engasga e olha para meu rosto. — Não tava olhando pro seu corpo. — Cara de pau — Vim chamar as duas pra ir no bar comigo e os meninos.

Dei risada e ele ficou me encarando. — Espera eu e Ayko nos trocarmos? — Olho para ele com um sorriso no rosto.

— Claro! — Ele se afasta indo até sua moto.

Me viro e quando ia fechar a porta me viro rápido para o Diabo e ele tava olhando minha bunda — Pervertido, eu vi em. — Digo e ele vira de costas.

Fecho a porta e entrei dando risada. — Ayko se troca, vamos beber hoje. — Ela abre um sorriso e se levanta indo para o quarto.

Fui para meu quarto e coloquei uma calça apertada e uma camiseta curtinha que mostrava a barriga, coloquei um tênis e soltei meus cabelos. Fui bem basiquinha.

Sai do quarto e Ayko estava com uma camiseta do Nirvana preta e um shorts curto e tênis.

Abrimos a porta e o Diabo ainda estava lá. — Bora meninas?

— Bora — Digo.

Entramos no carro dele e em poucos minutos paramos na frente de um bar, estava cheio de gente, logo que descemos já vi os meninos. Caminhamos até a mesa e todos estavam nos olhando.

Nos sentamos na mesa com eles. — Boa Noite meninas, como estão? — Anjo pergunta.

— Bem. — Eu e Ayko falamos ao mesmo tempo. — E vocês? — Pergunto.

— Estamos bem, ansiosas para a missão de manhã? — Mt pergunta.

— Não muito, vai ser tão fácil e simples. — Fico tranquila.

— Fácil? — Anjo arregala os olhos.

— Sim — Olho para ele sem entender.

— Vocês leram os relatórios? Viram os seguranças deles? vai ser difícil pra caramba. — comentou Anjo, enquanto Ayko começava a rir.

— Vocês são engraçados — Ayko dá risada.

Observo o Diabo nos encarando, com a sobrancelha arqueada.

— Não vamos precisar entrar na casa, e não precisa levar mais ninguém além de mim e da Ayko. — comento.

— Não tô entendendo. — MT fala.

— Não vamos precisar entrar porque Irina vai matar ele de fora da casa, e se por um acaso ela quisesse entrar, não precisávamos nos preocupar com nada, porque já hackeei a casa inteira, posso desligar as câmeras e tudo de eletrônico dentro da casa sentada aqui neste bar. — Ayko explica.

— Ses tão zuando né? — Anjo fala sem acreditar.

— Não, porque estaríamos? Levamos nosso trabalho muito a sério. — Ayko fica um pouco irritada.

— Calma Ayko, vamos beber. — Coloco minha mão em seu ombro.

Me levanto da mesa e vou até o balcão e peço uma garrafa de Whisky e 5 copos, noto que tem alguém atrás de mim e assim que me viro vejo Diabo. — Pode me ajudar com os copos? — Digo olhando para ele.

— Claro, desculpa pelos meninos, é que eles ficaram investigando esse cara a semana toda. — Ele fala.

— Tudo bem, nós entendemos, como eu disse, levamos nosso trabalho bem a sério, por isso falei lá na sala que precisávamos do relatório todo. — Explico.

— Tudo bem, posso pedir então que você e sua irmã nos ajude então nas investigações dos próximos homens? — Ele pergunta.

— Claro, Ayko vai adorar. — Abro um sorriso e caminho de volta para a mesa.

Me sentei e os meninos estavam falando com a Ayko sobre a missão, ela parecia estar bem mais calma. Ela às vezes se estressa bem fácil, ainda mais quando falam do trabalho dela.

— Então além de assassina, você é uma hacker Ayko? — Diabo pergunta.

— Sim, uma das melhores na verdade. — Ela abre um sorriso enorme.

— E você, Irina, tem um outro dom além de matar ? — Anjo pergunta.

— Não, só sou boa assassina. — Abro um sorriso de lado.

— Mentira dela, Irina é inteligentíssima, cuida de todo planejamento da missão, e faz nossas estratégias. — Ayko fala orgulhosa. — Por causa dela nunca perdemos uma missão, nossos alvos sempre são eliminados com precisão.

— Não precisa de tudo isso Ayko, nós duas somos inteligentes. — Sorrio para ela e brindamos.

— Vocês já mataram quantas pessoas? — MT pergunta curioso.

— Trabalhamos como assassinas desde os 14 anos, então foram muitas. — Digo sorrindo.

— Caraca, 14 anos? — Diabo fala.

— Sim, nossos pais eram assassinos bem antes de nascermos, eles nos treinaram desde pequenas, por isso não tivemos uma infância comum, estudávamos em casa e só saímos para treinos. — Ayko fala dando um gole no whisky. — Quando completamos nosso treinamento, começamos a ir em missões com eles.

— Entendi, por isso falaram que não conheceram a praia, né? — MT fala.

— Sim, coisas básicas que vocês já devem ter feito com a família ou amigos, nós duas não fizemos. — Fico um pouco chateada

— Relaxa que vamos levar vocês pra se divertirem enquanto estiverem aqui. — Diabo me olha e abre um sorriso.

— Quero praiaaaa. — Ayko diz animada e eu dou risada.

Conversamos bastante com os meninos, eles eram bem legais e aos poucos me senti mais tranquila. — Isso que tá tocando é o'que ? — Ayko pergunta animada.

— Forró. — Anjo fala sorrindo pra ela. — Quer dançar? Eu te ensino. — Ele diz estendendo a mão pra ela.

— Aí eu quero. — Ela diz se levantando e indo com ele.

MT foi atrás de uma menina que estava passando e na mesa ficou apenas eu e o Diabo.

— Ela é bem animada. — Ele olha para Ayko e Anjo tentando dançar.

— Sim, a parte feliz e alegre da dupla é ela. — Observo Ayko de longe.

— Você não é ? — Ele me olha.

— Não sou tão animada assim.. — Digo e ele continua me olhando.

— Não acho isso, achei você bem engraçada. — Ele diz e abro um sorriso.

— Ual, tá pegando pesado cara, acho melhor parar de beber. — Digo e ele dá risada.

— Tô falando sério, pô. — Ele para e continua me olhando.

Fiquei olhando pra ele e porra, porque esse cara tinha que ser tão lindo, que merda em!

— Primeiro meu corpo, depois minha bunda e agora meu rosto. Tá bem atraído por mim. — Digo dando risada e ele olha pra outro lugar.

— Você se acha demais, não estava olhando pra você. — Ele tenta disfarçar e dou uma gargalhada.

Ele não aguenta e ri também. — Se não sabe nem mentir cara.

— Primeiro você me apareceu quase pelada na porta da sua casa, fiquei surpreso e não consegui não olhar. — Ele revira os olhos. — Segundo, te olhei agora só porque estava admirando seus olhos, que por sinal são lindos.

Sinto minha bochecha queimar. — Pelo menos agora assumiu que é um pervertido. — Digo e ele fecha a cara.

— Sou um admirador de coisas bonitas. — Ele fala e eu dou uma gargalhada.

— Um nome bonito pra pervertido.

Continuamos conversando e logo Ayko voltou, ela e Anjo estavam rindo sem parar.

Depois de um tempo voltamos pra casa, os meninos nos acompanharam até a porta e assim que chegamos, Anjo se despediu e Ayko e pegou sua moto e subiu o morro.

Me virei para o Diabo antes de entrar. — Obrigado Diabo, por nos convidar, foi legal. — Abro um sorriso.

— Pode me chamar de Eros, e queríamos que vocês relaxassem um pouco. — Ele abre um sorriso.

— Tá bom Eros, boa noite e até amanhã. — Digo e entro pra casa.

Precisava ficar longe desse sorrisinho bonito, a vontade de pular nele agora era grande.

….

Não esqueçam, meu amores ❤️

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