...MARRY...
A água entra em meus pulmões como uma tempestade, queimando cada centímetro de mim por dentro, como se o fogo da vida estivesse sendo apagado.
Desesperada, luto contra a escuridão que ameaça me engolir, enquanto as mãos do agressor afundam meu corpo frágil na água gelada. Meus pulmões ardem, implorando por ar, enquanto as últimas faíscas de consciência se dissipam. Com um esforço desesperado, ergo a cabeça para fora da água, lutando para respirar, enquanto a sensação de desmaio se aproxima cada vez mais.
Eu vou mesmo morrer aqui? sem ter feito nada?... morrendo como um inútil...? esse era oeu destino afinal..?
Com as últimas reservas de força que me restam, liberto-me do aperto das mãos do agressor, que parecem abandonar-me tão abruptamente quanto me agarraram. Desesperada, luto para manter minha cabeça acima da água, ansiando desesperadamente por ar antes que a escuridão me envolva completamente.
"Marry acorde! acorde!" escuto ao fundo da escuridão, mais não sou capaz de responder e nem saber de quem é a voz..
A escuridão me envolve, acolhendo-me como um abraço frio, enquanto as águas ainda queimam em meu peito, uma sensação sufocante de desamparo me envolve enquanto afundo na inconsciência.
Quando o som da voz desaparece, sinto um aperto forte no peito, como se me puxasse de volta para a realidade, a água em meus pulmões se reviram me fazendo querer vomitar mais não tenho forças.
Como um sofro de vida, sinto algo macio me encostar, me dando a consciência que eu precisava.
Com o choque, meu corpo instintivamente se vira e eu vômito a água que estava presa em meu estômago, a sensação é horrível mais libertadora.
Com um esforço agonizante, libero a água que se acumulou em meus pulmões, sentindo-me aliviada ao expulsar aquele líquido sufocante. Minha respiração é irregular e dolorosa, mas pelo menos estou viva.
Vejo Catarina me observando com cuidado quando viro o meu rosto, seus olhos expressando preocupação. Agradecida, mas ainda lutando contra a dor e o esgotamento, eu pronuncio com dificuldade um simples "Obrigada". Com as últimas palavras sussurradas, sinto-me afundar novamente na escuridão, incapaz de manter a consciência por mais tempo.
...****************...
Como num pesadelo eu desperto ofegante.
Meus olhos demoram para se acostumar a escuridão do meu quarto, pelo que parece, tento me concentrar somente na luz da lua que entra pelas janelas atrás de mim sendo a única luz iluminando os móveis.
Ao me sentir melhor, me arrisco a levantar da cama ao ver que estou sozinha.
A dor latejante na minha cabeça é o primeiro sinal de que algo está errado. Com a mão trêmula, alcanço minha testa e sinto um tecido enrolado ao redor dela. Com cuidado, desvendo o que parece ser um pedaço de pano ou bandagem. A cada movimento, a dor aumenta.
Com um gemido abafado pela dor, pressiono a mão contra meu pescoço, relembrando a sensação angustiante de sufocamento. A realidade cruel se infiltra em meus pensamentos, dissipando a esperança de que tudo não passara de um terrível pesadelo.
Deitando-me de volta na cama com um suspiro resignado, permito que as lembranças voltem em ondas turbulentas. Catarina... ela me salvou. Seu rosto preocupado ainda paira em minha mente, sua presença reconfortante enquanto carregava meu corpo frágil. Por um momento, meu coração dispara ao pensar nela.
Será que ela.... não... no que estou pensando!?
Levanto a cabeça abruptamente ao ouvir a porta do quarto se abrir, uma funcionária adentra com pressa, carregando algo em suas mãos trêmulas. Seus olhos se arregalam ao me ver, e sua voz trêmula denota preocupação enquanto se aproxima apressadamente, quase derrubando o que pareciam ser bandagens novas para meus ferimentos.
"Majestade!", exclama, sua voz carregada de alarme e cuidado, enquanto se aproxima de mim com pressa, suas mãos trêmulas carregadas de suprimentos médicos.
Com um suspiro de alívio, permito que a funcionária troque os curativos, embora reclame um pouco de dor ao sentir seu toque pesar em minha testa sensível. Seu cuidado é evidente, e sinto um breve conforto ao ver seus esforços para me ajudar a me recuperar.
De repente, sou tirada de meus pensamentos ao ouvir a voz familiar de William ecoar pelo quarto. "Marry!", ele chama, sua preocupação evidente em cada sílaba de seu tom de voz.
"William!", respondo, forçando-me a erguer a cabeça para olhá-lo quando ele se aproxima, sua expressão carregada de preocupação. A funcionária termina de trocar a bandagem rapidamente e sai do quarto, oferecendo uma última reverência a William, que a retribui com um aceno de cabeça grato pelo seu cuidado.
Com a saída da funcionária, William se aproxima ainda mais, colocando sua mão sobre meu rosto, analisando meus ferimentos com ternura e preocupação estampadas em seus olhos azuis. A proximidade dele me conforta, e por um momento, me sinto segura em seus cuidados.
"Como você tá?" Pergunta ele com carinho em sua voz, sua mão fazendo um leve carinho em minha testa, mas ele para ao ver as caretas de dor que escapam por entre meus lábios.
"Melhor", respondo, sentindo a dor aumentar e uma sensação de aperto em minha garganta.
"Não fale muito, seu pescoço também está ferido", ele me adverte, fazendo um gesto para que eu me cale. Dou uma limpada na garganta, sentindo a dor se intensificar.
Ao lembrar de Catarina, meus olhos encontram os dele e pergunto: "E a Catarina?"
Ele parece um pouco surpreso com minha pergunta, mas responde: "Não se preocupe, ela está bem."
Duvido que ela tenha se ferido... Ela não parece ser do tipo que se deixa abalar facilmente.
Gostaria de agradecê-la pessoalmente, mas duvido que William me deixe sair da cama agora.
Antes que eu possa perguntar onde ela está, outras figuras entram no quarto, e ao levantar a cabeça para olhar, vejo Rebecca e suas seguidoras se aproximando.
"Marry!", exclama Rebecca, correndo com a mão sobre sua barriga orgulhosamente proeminente.
Ótimo..... teria como ficar melhor?
Rebeca agarra minha mão, fazendo com que William se afaste. Sutil como sempre, Rebecca...
Sorrio forçadamente ao sentir seu toque desagradável, enquanto as outras se agrupam ao redor da cama.
"Como você tá?" Pergunta Victoria, parecendo genuinamente preocupada, contrastando com os olhos sinistros de Rebecca que estão fixos em mim.
"Melhor", respondo, desviando o olhar para William, que está ao pé da cama.
"Depois eu volto para ver como você está, ouviu? Não se esforce", diz William formalmente antes de sair da sala, dando um rápido beijo na barriga de Rebecca me obrigando a desviar o olhar para Claire.
Sério mesmo?...
...****************...
Depois de algumas horas tendo que suportar Rebecca falando besteiras e jogando na minha cara sua gravidez, como sempre, elas finalmente vão embora, me deixando respirar.
Dando um tempo para que estejam bem longe, decido me levantar, já me sentindo cansada de ficar deitada.
Com dificuldade, ergo-me da cama, levando a mão à cabeça algumas vezes ao sentir o peso da dor, mas pelo menos sinto que o meu corpo já está mais firme agora.
Precisando de ar fresco, sigo até o jardim, sabendo que lá encontrarei um pouco de paz.
Passando pelo arco, caminho até o meu cantinho no jardim, deixando que meus pulmões respirem o ar depois de tanto sufoco.
As flores e plantas se movem com a brisa da noite, e meu cabelo também flutua, querendo se juntar ao movimento.
Isso sim é ar puro...
fecho os olhos me prendendo a boa sensação, mais volto a abrir os olhos ao ouvir um estalo como o bater de facas entre as árvores ao lado. O som é estranho e inquietante, fazendo-me ficar alerta no meio do tranquilo jardim.
O som das facas ecoa como um eco de minha recente experiência traumática, deixando meu corpo tenso e alerta. Minha primeira reação é me afastar, mas uma voz interior me impede, uma voz que ecoa desde o momento em que acordei. Movendo-me em direção ao som, contorno as árvores até deparar-me com Catarina, suas costas erguidas em uma postura de defesa entre as majestosas estátuas dos antigos reis.
Meus olhos são atraídos para suas costas nuas, uma visão surpreendente que me deixa momentaneamente imóvel. Ela está vestindo apenas um top ou sutiã, enquanto suas pernas estão envoltas em uma calça de couro. Observo os músculos bem definidos de suas costas, cada movimento fluido que ela faz com a arma, que parece pesar mais que ela mesma.
Minha respiração fica presa quando ela se vira em minha direção, ainda em posição de ataque. Sem saber como reagir, desvio o olhar, tentando disfarçar meu desconforto.
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Atualizado até capítulo 130
Comments
pvd_lesbic
Tenho uma pergunta
2025-01-08
1
Maria Andrade
já estou sentindo um despertar de uma paixão 🥰😻
2024-07-03
5
Ana Faneco
continua sua linda 😜
2024-07-03
1