A Assassina Da Rainha
...KATHERINE...
O homem sabia que eu estava vindo. Ele acelerou o passo, arriscando um olhar para mim enquanto corria pela rua escura. Tolo - ele deveria manter os olhos voltados para a frente se quiser sobreviver a noite escura.
Eu acompanho a sua velocidade facilmente, anos de treinamento mantendo minha respiração estável enquanto minhas botas batem no chão.
Ele vira a esquina mais à frente, com esperança em seu rosto assustado de que me perderá no labirinto de becos. Não teve essa sorte. Eu vi o flash de seu casaco desaparecer no cruzamento. Tirando a faca do cinto, viro a esquina e vejo-o à frente, subindo numa pilha de caixotes como um animal assustado.
Ele chuta um para o lado com pressa e cai em minha direção. Eu salto cuidadosamente sobre ele, sem diminuir o passo. Minha presa é cansativa, posso dizer – seu pânico o está deixando desleixado. Enquanto ele tenta saltar o muro de pedras, seu pé escorrega. Esta é minha chance. Eu avanço, agarrando seu tornozelo e puxando-o para baixo com força.
Ele bate a cabeça com força no chão com um baque surdo e um grito gorgolejante, atordoado demais para lutar quando eu o viro. Minha faca surge, brilhando friamente ao luar. "P-Por favor..." ele chia, mas é tarde demais para misericórdia.
Todos falam isso... é entediante demais...
Fui paga pra te matar e não te poupar idiota.
Antes que eu tenha que escutar mais um de seus pedidos inúteis de misericórdia, eu corto a sua garganta com a minha lâmina sem nem ele notar.
A maioria de seu sangue quente espirra em meu rosto, não me afasto com o contato, deixo com que as gotas grossas de seu sangue escorram pelo o meu rosto sem nenhum remorcio.
Mas eu sabia que o meu trabalho ainda não estava concluído.
Rapidamente, enfiei a mão na jaqueta do cadáver, passando a faca afiada pelo dedo indicador dele com um corte experiente. O dedo se separou facilmente sob a lâmina.
Ignorando o novo jorro de sangue, ergui o dedo decepado, o enrrolei em um tecido que arranquei de sua camiseta e o guardei no bolso da minha jaqueta.
Isso não é um troféu, talvez não pra mim, eu posso ser uma assacina, mais eu não sou nenhuma maluca colecionadora de partes de corpos.
Mais acho que todos na capital já devem pensar isso, sendo que eu sempre arranco partes dos meus cadáveres.
Bem.. Eu não posso fazer nada, os clientes sempre querem uma garantia do trabalho.
E tudo bem, deis de que eu não tenha que cortar mais nenhum pau.
Foi estranho...ter um pau no bolso, mais aquele filho da puta merecia ter as bolas arrancadas mesmo, então não me importei tanto.
Bom trabalho terminado, hora de voltar.
Com a luz do amanhecer se aproximando rapidamente, me movi furtivamente pelos telhados, colocando distância entre a cena deixada para trás no beco.
Saltei levemente da beirada de um telhado de telhas para me agarrar a uma chaminé, balançando-se para cima e para baixo com graça felina. Uma curta corrida e outro salto me levaram através de um poço de ar para pousar agachada, imóvel, exceto por meus olhos vigilantes que procuravam por qualquer observador abaixo.
Mas as ruas ainda estavam praticamente vazias à essa hora da manhã. Permaneci invisível enquanto disparava e rolava, balançava e caía de cume em frontão, abrindo caminho silenciosamente através do labirinto de quarteirões residenciais em direção ao distrito da capital.
Quando as vielas ficaram largas demais para serem puladas, encontrei saídas de incêndio ou canos de esgoto oferecendo rotas verticais de volta aos caminhos dos telhados, enquanto o sol atingia o topo das torres num brilho laranja e vermelho.
A agitação e o clamor do bairro comercial da capital me saudaram, enquanto eu continuava a me arrastar pelos telhados com vista para a área movimentada. As barracas abriam seus toldos mesmo àquela hora da manhã, os comerciantes preparavam mercadorias para atrair o fluxo de clientes que logo inundaria as ruas estreitas.
Era aqui que a força vital da cidade realmente fluia - moedas e comércios circulavam incessantemente por este centro como os pulsos de um grande organismo.
Há muito eu costumava usar as multidões e a atividade constante ao meu favor enquando eu me movia sem ser vista por aquelas ruas.
Escolhendo um prédio residencial abandonado nos limites do distrito, cai silenciosamente no quintal coberto de mato. De lá, segui por becos sombreados pelas lojas altas de ambos os lados.
Abraçei as paredes como uma trepadeira rasteira, colocando os pés em um ritmo ensaiado que não fazia barulho entre os detritos de caixotes quebrados e lixo. Qualquer tipo desagradável à espreita nessas vias escondidas não me daria atenção, presumindo que eu fosse apenas mais um residente indo para o trabalho.
Emergindo finalmente numa rua lateral mais larga, eu consegui me fundi perfeitamente no meio da multidão crescente.
Os aromas familiares de incenso, perfume e odores menos saborosos assaltaram os meus sentidos,enquanto eu passava pela ampla entrada da casa de prazer mais notória da capital. Também conhecida mais coloquialmente como "The Gambling Den", sua reputação foi bem merecida após décadas atendendo a todos os tipos de indulgências e vícios carnais.
Ou seja putaria pura por todos os lados.
Mesmo tão cedo, o salão principal já estava lotado à medida que os clientes noturnos começavam a chegar para seus entretenimentos preferidos. Garçonetes seminuas ziguezagueavam habilmente entre as mesas lotadas, entregando bebidas e outros petiscos aos clientes. Em salões privados, além das portas com cortinas pesadas, podiam ser encontrados atos mais íntimos em vários estágios de realização.
Seguranças musculosos ficavam de sentinela nas escadas que levavam ao verdadeiro coração do estabelecimento - um enorme porão que abrigava fileiras de mesas de jogos, arenas de luta e quaisquer depravações que sua clientela desejasse a portas fechadas. Foi aqui, no submundo de Den, que eu cresci.
Acenando familiarmente para os porteiros que já me conheciam, desci as escadas e entrei na multidão barulhenta e frenética abaixo, procurando por um homem. Os negócios seriam concluídos ali, como sempre, nas sombras sob o palácio de prazeres mais sórdido da cidade.
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Atualizado até capítulo 70
Comments
Levi Araújo
narrativa muito bonita e cativante, conseguiu criar um cenário "complexo" sem que o texto se prendesse demais em detalhes que pudessem atrasar os ocorridos
um dos melhores que já vi por aqui
2024-08-17
3
Yuyu-chan
Amei. Já no começo conseguiu cativar a atenção
Tá muito bom, parabéns 🌹
2024-07-18
3
Sasa
Nossa cai de paraquedas aqui e realmente a história me surpreendeu bastante
2024-07-02
4