capítulo 19

...Alessandra...

A porta se abre e eu com tantas perguntas sem resposta na minha cabeça, quase não tive tempo de puxar um lençol pra minha frente, ao perceber que estava só de sutiã. Meu coração está disparado.

"A noite foi boa hein". Eu olho pro Mauro, que está se levantando, com o corpo exposto, graças a Deus de bermuda, mas me pergunto o que aconteceu aqui? porque estou sem roupa? levanto o lençol pra conferir a parte de baixo, aliviada de está com minha bermuda. Mas tudo é incerto e eu não consigo lembrar de nada. Que diabos Mauro faz na minha cama meu Deus?

"Ágata, sem gracinhas". Mauro diz e ela está com um sorriso bobo no rosto.

"A Manu está atrás de você, e disse pra mamãe que não achou você no quarto, vim conferir, só pro caso de a mamãe não vim primeiro, sabe o que ela pensaria disso, a menos que agora seja verdade". Ela tem um sorriso largo, olhando pra nós dois.

Eu estava mortificada, até porque nem posso falar nada se não lembro de qualquer coisa que tenha acontecido.

"Não é o que parece, Mauro diz".

"Eu não estou pensando em nada". Ela diz mas a expressão divertida diz outra coisa.

"Já são mais de 10:00h, acho bom se apressarem pra descer, ou a mamãe vai bater aqui".

Ela fecha a porta e eu olho totalmente constrangida pro Mauro sem camisa.

Visto que ele está me olhando sem dizer nada, decido falar.

"É... Eu não lembro de nada, nós... Nós...". Eu tento sem conseguir perguntar o que fizemos ontem a noite, apenas insinuando com às mãos.

"Não". ele diz rápido. "Não aconteceu nada".

Eu soltei a respiração que nem percebi que tinha segurado.

"você estava passando mal, eu decidi ficar pra ajudar, acho que acabei dormindo, me desculpa".

"E porque estamos quase sem roupa?".

"Você meio que vomitou na gente".

"Aí meu Deus, que vergonha". Peguei o lençol cobrindo minha cabeça.

"Pelo amor de Deus, me diga que eu não fiz nada estúpido?".

"Não, não fez nada".

Ele disse e eu aqui sem me convencer disso, e minha nossa porque não consigo me lembrar de nada?

"Você pode sair por favor?".

"Eu tô indo".

Passei um tempo tentando lembrar de tudo em cima da cama, e quanto mais eu tento mais um branco se faz, essa é a primeira e a última vez que bebo, como isso aconteceu?

Com que cara eu vou descer agora?

E se ele não me contou algo?

Me arrastei pro banheiro contra minha vontade, vi uma bagunça toda e pelo amor de Deus Mauro viu eu colocar às entranhas pra fora ontem.

Depôs de tomar banho e tentar dar um jeito no banheiro, sai com os cabelos molhados, estou péssima, visto um vestido e desço às escadas, minha cabeça parece que vai explodir.

"Mamãe". Manu me abraça assim que me ver.

"A senhora dormiu muito hoje". Ela diz.

Eu apenas sorri.

"Tá viva minha filha?". Dona Letícia pergunta de um jeito engraçado, me pergunto se na verdade ela não sabe que eu e o Mauro acordamos na mesma cama.

"parece que minha cabeça vai explodir". Digo desanimada. Ela abre um sorriso.

"Não é para menos, já briguei com o Jorge por ter convencido vocês a beberem ontem, ele tá jogado no quarto também".

"Eu nunca mais quero beber na minha vida". Digo seria.

Ágata que vinha chegando ri.

"Eu avisei que se não quisesse ficar bêbada, não era pra tomar".

Eu ri desanimada .

"Agora eu também estou com a cabeça doendo".

"Tem algum remédio pra dor que eu possa tomar?".

"Tem sim, espera aí que eu já volto". Não demora ágata volta com uma pílula e um copo de suco de laranja, tomei e espero que faça logo efeito.

"papai". Manu diz indo dar bom dia e um beijo nele.

Olho pra ele vendo ele com o cabelo molhado também. Parece não ter sofrido nada com a bebedeira de ontem.

"A Manu foi no seu quarto, mas não te achou". Dona Letícia disse.

"Eu dei uma saída".

"Mas nem vi você voltar".

Mauro não disse nada e eu aqui morta de vergonha, ágata apenas estava com um sorrisinho no rosto.

"Ainda tem café? Estou morrendo de fome". ele disse indo pra cozinha. E enrolando a mãe dele que parecia não está muito convencida do que ele falou.

"Tem sim, tem uma sopa também, pedi pra fazer agora de manhã, depois que seu pai chegou ontem daquele jeito no quarto, nem levantou ainda".

Fomos pra mesa, me servi com a sopa que tava uma delícia, e consegui recuperar um pouco da ressaca doida.

"Papai não levantou mesmo?". Mauro perguntou.

"Não, tá até com dor no corpo, segundo ele, dançou muito ontem". A mãe do Mauro diz com um riso.

"aí é verdade Alessandra puxou a gente pra dançar". olhei espantada.

"Eu?". Coloquei a mão no rosto tentando me esconder.

"Foi, nada pra se envergonhar". Ela disse.

"Porque não consigo me lembrar de nada?".

"Deve ser porque foi seu primeiro porre". Ágata diz rindo.

"Nunca mais tomo um gole se quer, nem pra ser educada". Todos riem até a Manu sem saber do que estou falando.

O dia foi chuvoso, acabou que nem pude sair pra dar uma volta na propriedade, ficamos em casa, conversamos muito e ainda bem que a dor de cabeça passou, tiramos altas piadas do seu Jorge quando enfim ele apareceu, reclamando que não é mais tão jovem assim. Pelo menos eu não era o único alvo dos comentários sobre ontem, Mauro não mencionou nada sobre o que aconteceu no quarto e eu estou satisfeita de que não fiz nada constrangedor, ou pelo menos não que ele tenha mencionado.

Eu só espero que de fato eu não tenha feito nada demais. Todos me receberam tão bem aqui que até pareço parte da família. Finalizamos a noite com uma fogueira e um jantar que dessa vez fui esperta em não comer muito, nem o vinho que foi oferecido quiz tomar, não quero ter a mesma experiência nunca mais na vida.

Coloquei a Manu pra dormir e fui pro quarto, demorei horrores pra pegar no sono, lembrei do Mauro, e na ágata pegando a gente junto aqui, ela passou o dia com aquele sorriso bobo, deve está entendendo tudo errado.

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