Capítulo 13

                                                                                   Alessandra.

A noite chega e eu ainda não estou entendendo porque a Manu está tão calada, ela é muito carinhosa e brincalhona. Depois da merenda, apenas quis assistir desenho encolhido no sofá, fiquei por perto observando.

Depois do jantar, onde seu pai também já tinha notado seu comportamento estranho, ela apenas disse que estava cansada. Foi para o quarto e deitou, estava achando estranho, então apenas fui para o meu quarto, tomei um banho e vesti um vestido confortável. Quando voltei para o quarto dela, ela já estava dormindo, me deitei do lado dela e liguei a TV para assistir um pouco.

A porta se abriu e Mauro entrou, acho que ficou surpreso em me ver ali.

"Eu não sabia que estava aqui".

Ele disse baixo para não acordar a Manu.

"Eu estou achando um pouco estranho o comportamento dela, por isso vim pernoitar aqui".

"Eu também vim dar uma olhada nela".

Ele põe a mão na testa dela e se retira após dar um beijo em sua bochecha.

Voltei a assistir à série e eu devo ter dormido enquanto assistia. Me acordei com a Manu se mexendo do meu lado, fui embrulhar ela e percebi que estava bem quente, me levantei e liguei a luz para verificar melhor, ela está queimando em febre.

"Amor". Chamei por ela, que só se mexeu. "Manu". Toquei em seus braços, que acorda puxando o lençol.

"Estou com frio".

"Oh, meu amor, você está com febre, está sentindo mais alguma coisa?".

Ela me olhou e não queria falar.

"Manu?". Depois de um tempo, ela enfim fala.

"Minha barriga está doendo aqui, desde cedo". Ela diz, mostrando o lado da barriga.

"Por que não falou nada, filha?".

"Eu não quero ficar no hospital, da última vez passei dias, e se eu demorar, você pode ir embora".

"Oh, meu amor, eu não vou para lugar nenhum, já te disse, vou chamar seu pai para a gente ir ao hospital, pode ser algo sério".

Deixo ela sozinha e vou direto para o quarto do Mauro, bato na porta com um pouco de força, não gosto de ver a Manu assim, ele abre a porta desnorteado.

"Alessandra, está tudo bem?".

"Não, a Manu, ela está queimando em febre, ela disse que está com uma dor na barriga desde cedo, mas não contou nada com medo de ficar no hospital e eu ir embora".

"Ai, meu Deus, da última vez que ela ficou internada foi justamente devido a uma dor, ela sofre muito de ficar internada assim, mas no caso dela a infecção é bem constante".

"Eu vou arrumar ela e você troca de roupa para a gente levar ela para o hospital".

"Ok".

Ele entra no quarto e eu acabo lembrando que também preciso pegar uma roupa. Vou ao meu quarto e pego uma calça e uma blusa, pego minha bolsa e vou para o quarto da Manu.

"Vamos nos arrumar Manu para a gente ir ao hospital".

"Eu não quero ir, mamãe, por favor".

"Mas se não for, não vai melhorar".

"Eles vão furar meu braço de novo e doí muito, mãe, não quero ir".

Pego-a no colo, amarrando seus cabelos com um pompom.

"Olha, eu sei que doí, mas é para você melhorar, eu prometo que vou ficar do seu lado o tempo todo, tá bom?"

Ela me olha ainda relutante. "Tá bom".

Mauro abre a porta e pega ela no colo.

"Filha, não esconda essas coisas da gente, tá bom?".

"Desculpa, papai, eu só não quero ficar naquele hospital de novo, é muito chato"

"Eu sei que é filha, e se eu pudesse, trocaria de lugar com você".

Manu abraça o pescoço dele eu pego a bolsa dela que coloquei algumas coisas, entramos no carro e mauro dirigi para o hospital, assim que chegamos já somos atendidos e como não tinha o que fazer Manu ia precisar de exames, entrei com ela na sala da coleta e brinquei com ela enquanto tiravam sangue, é horrível ter que ver ela assim doente, e ela estava queimando, tomou medicação e como já teve muita infecção devido à leucemia, ela já ficou internada para observação, entramos no quarto infantil do hospital, coloquei ela deitada, ainda é de madrugada, são 4:00h da manhã, mas não estou com sono. A Manu acaba dormindo.

Pela manhã, olho para o Mauro que acabou dormindo na cadeira, o médico entra dizendo que já tem o resultado dos exames, chamo o Mauro que acorda e nós vamos até a sala do médico.

"Bem, como já era de se esperar, ela está com infecção, mas nada sério, vamos apenas passar um medicamento e ainda hoje ela pode voltar para casa".

"Graças a Deus". Digo porque não queria mesmo que ela ficasse aqui.

"Mas teve alguma mudança ou recaída do tratamento dela, doutor?"

"Não, continua tudo certo, ela está reagindo bem ao último tratamento, se continuar assim, tenho boas expectativas para o caso dela".

"Isso é uma ótima notícia, doutor". Mauro diz, apertando a mão do doutor, que sorri, dando um tapinha no ombro do Mauro.

"Então, eu já vou solicitar a medicação, mas tarde, a Manu está de alta".

Eu agradeço ao doutor que sai em seguida da sala, olho para Mauro, que está com um largo sorriso.

"O que ele disse é bom?". Pergunto.

"É, sim, se tudo der certo, ela pode melhorar até a cura".

Eu abro um sorriso também.

Mauro me segura com tudo, me girando, me seguro nele, sorrindo com seu entusiasmo, depois de tudo que passou com ela, deve realmente ser um alívio.

Ele me desce aos poucos e eu continuo sorrindo de orelha a orelha. Quando meus pés tocam o chão, Mauro ainda segura minha cintura e me olha nos olhos.

"Obrigada por cuidar tão bem dela".

Eu olho para ele, estamos tão próximos e Mauro se aproxima mais, seu nariz tocando praticamente o meu. Por um momento me dou conta de que estamos tão próximos e ele vai... não, acho que não, mas ele não se afasta, se aproximando mais.

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