Rosa termina de falar com o psiquiatra e é levada para outra sala, onde uma médica a espera.
- Você é a Rosa, certo?, diz ela, sorrindo docemente.
Estranhamente, Rosa sente uma grande calma ao ver aquele sorriso.
A médica a olha e diz:
- Preciso te pesar, tirar suas medidas e aplicar as vacinas. Dentro de uma semana, um ginecologista a examinará. Precisamos ter um prontuário médico seu.
Amanhã a dentista a examinará, ok? diz ela, olhando-a com um grande sorriso.
Rosa concorda e faz gestos para saber se já terminou.
- Desde quando você é muda?, pergunta a médica de repente.
Rosa fica pensando que ser muda é uma sequela dos traumas que seu pai lhe infligiu.
Mas ela não comenta nada. Seu pai, desde que ela nasceu, sempre a tratou como uma doente, como uma deficiente, mas ela tinha certeza de que o único problema que tinha era ter nascido mulher.
Ele não suportou ter tido uma filha e tornou sua vida impossível por essa razão, inclusive teve muitas possibilidades de tê-la matado, mas ela se mantinha à tona apenas por ter a ideia de que ele mudaria e seria um ótimo pai algum dia, mas esse dia nunca chegou.
- Certo, pode se retirar agora, diz ela, despedindo-a e abrindo a porta para que a guarda entre.
Novamente, ela é levada de volta ao pavilhão. No caminho, ela descobre que está com as assassinas mais perigosas da Argentina.
Ela franze a testa ao notar o perigo em que está e, naquele momento, jura escapar antes do nascer do sol.
Um tempo depois,
Uma guarda vem buscar as detentas. Ela as levará ao refeitório, onde comerão uma vez ao dia, já que só servem o almoço aqui. As outras refeições são servidas no pavilhão.
Sempre e quando as outras permitirem?
Rosa se senta em um canto, mas é expulsa de lá. Ninguém a quer por perto.
Uma delas a empurra, fazendo com que sua comida caia no chão.
Uma das presas diz:
- Garota, você é idiota ou o quê? Você precisa limpar isso antes que seja punida.
Rosa se levanta e a ignora. Agora é ela quem não quer ficar com ninguém aqui. Ela não se importa mais com a comida, só quer ir embora e quanto mais longe, melhor.
- O que está acontecendo aqui?, diz uma guarda, vendo tanta gente aglomerada em uma mesa.
Todas se sentam, menos Rosa, que ainda está de pé com a roupa suja de comida.
- Você fez isso?, pergunta a guarda, apontando para o chão sujo.
Rosa concorda e, sem medo, aponta para a mulher que a fez tropeçar.
- Ok, temos uma valentona entre nós, diz a presa, rindo.
- Aff, que medo você me dá, garota. Você já vai ver o que te espera, sua desgraçada.
- Levem-nas!, diz a guarda para suas colegas.
- Para as celas de castigo!
Rosa e a outra presa são levadas para celas apertadas, onde são acorrentadas pelos tornozelos.
- Vocês ficarão dois dias trancadas sem comer, por procurarem briga, diz uma guarda, fechando a cela com uma grande chave.
Rosa sorri e pensa:
- Isso me dará tempo para pensar em uma fuga perfeita. Elas nem saberão que fui embora, nem se lembrarão de que estive aqui.
Psiquiatra, Hector
Médica Graciela
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Atualizado até capítulo 76
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